Medicina regenerativa muda tratamentos de ortopedia
Novas técnicas, como a extração de células de medula óssea, podem ajudar na melhora de quadros de desgastes de articulações de joelhos
Na medicina, por décadas, o desgaste das articulações é encarado como um enorme desafio, e por mais que os pacientes busquem profissionais que possam entregar um “joelho novo”, os ortopedistas continuam ofertando tratamentos que aliviem a dor e a perda de função do sistema articular.
Segundo o ortopedista e especialista em Traumatologia e procedimentos cirúrgicos do ombro e cotovelo, Nilo Neto, na maioria dos casos, só é possível resolver de forma definitiva esse desgaste com uma cirurgia de prótese. “Nem sempre é o que o paciente quer, mas é a solução mais rápida e eficiente para recuperar as áreas afetadas”, disse.
O médico alerta para o surgimento de novas técnicas que se valem de uma lógica biológica, que buscam resposta para essa manutenção necessária já com um horizonte promissor para os próximos anos.
“A utilização de células indiferenciadas, extraídas da medula óssea, já podem ser consideradas uma linha de tratamento que tem se mostrado extremamente eficaz para o alívio de doenças articulares e degenerativas. Após a aplicação, é observada uma melhora gradativa dos sintomas e das condições das articulações”, afirma Nilo.
No entanto, de acordo com o ortopedista, as células não conseguem ainda resolver de forma definitiva o problema.
O ortopedista informa, ainda, que no primeiro momento, é realizada a coleta de células de cartilagem do paciente.
“Um pequeno fragmento é o suficiente para ser enviado ao laboratório, que realizará o processamento e a cultura dessas células, que crescerão e se multiplicarão em um ambiente estéril e controlado. Após quatro meses de crescimento dessas células de cartilagem, são formadas pequenas esferas com o tecido do próprio paciente. Elas são envoltas por um líquido que as conservas e permite seu transporte. Desta forma, é realizado um procedimento de implantação dessas células nos locais de falha de cartilagem”, explicou Nilo.
O médico observa que os resultados desse tipo de procedimento são extremamente promissores, e são realizados de forma regular fora do país como um tratamento definitivo para artrose. Em exames de imagem de acompanhamento, mostram uma mudança anatômica da articulação do paciente, com a “renovação” da articulação.
“Essa nova forma de encarar as doenças degenerativas, buscando resolver de forma definitiva e reestabelecer a saúde do paciente, já é realidade fora do Brasil. Espero que, em breve, esteja disponível para todos”, finalizou.
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