Psiquiatras precisam ter formação qualificada
Associação Psiquiátrica do Espírito Santo cita que capacitação reflete no desenvolvimento profissional e no bem-estar dos pacientes
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A saúde do futuro começa com profissionais bem preparados. No caso da psiquiatria, especialidade médica que cuida da saúde mental e do equilíbrio emocional das pessoas, a formação sólida é um dos pilares para garantir diagnósticos corretos, tratamentos eficazes e cuidado humanizado.
Para se tornar psiquiatra, não basta concluir a graduação em Medicina. O caminho inclui residência médica específica, que oferece treinamento intensivo e supervisionado em hospitais e serviços especializados, ou a realização de uma pós-graduação com a aprovação em prova de título emitida pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o registro de qualificação de especialidade (RQE) junto ao Conselho Regional de Medicina.
Segundo a Associação Psiquiátrica do Espírito Santo (Apes), essa jornada não é fundamental apenas para o desenvolvimento do médico. Ela é importante, sobretudo, para a segurança e para o bem-estar da população.
“O psiquiatra formado com todos os requisitos técnicos está mais preparado para lidar com a complexidade dos transtornos mentais, que muitas vezes envolvem aspectos clínicos, psicológicos e sociais”, explica a médica Lícia Colodete, presidente da Apes.
Com um cenário de saúde mental cada vez mais desafiador, a atualização contínua também é indispensável. Congressos, jornadas e cursos de capacitação permitem que o psiquiatra acompanhe avanços científicos, novas terapias e abordagens integradas.
“O conhecimento na psiquiatria evolui rapidamente. Manter-se atualizado é uma forma de oferecer sempre o que há de melhor e mais seguro aos pacientes”, afirma o psiquiatra e diretor da Apes, José Luís Leal de Oliveira.
O investimento em formação médica especializada reflete diretamente na qualidade de vida da população. Profissionais bem preparados são capazes de identificar precocemente sinais de adoecimento mental, intervir com precisão e reduzir impactos que transtornos como depressão, ansiedade e esquizofrenia podem causar no dia a dia das pessoas e de suas famílias.
Para a Apes, incentivar e valorizar a formação qualificada é investir em uma sociedade mais saudável e equilibrada, como reforça Letícia Mameri, diretora da associação.
“Na saúde mental, conhecimento e cuidado caminham juntos. E, quanto mais sólido for o primeiro, mais efetivo será o segundo”, destaca.
Aumenta busca por saúde mental
Nos últimos anos, a procura por serviços de saúde mental no Brasil tem aumentado significativamente. Uma pesquisa de 2024 aponta que cerca de 56 milhões de brasileiros, o equivalente a 26,8% da população, enfrentam algum grau de transtorno psíquico, com destaque para ansiedade e depressão.
Além disso, 54% dos entrevistados apontaram a saúde mental como o principal problema de saúde enfrentado no país. Esse índice vem crescendo desde 2018, quando era de 18%, e atingiu seu ponto mais alto no ano passado. Os números refletem não apenas a urgência de um cuidado adequado, mas, também, o reconhecimento crescente da importância do tema para o bem-estar individual e coletivo.
Entre os transtornos psiquiátricos mais comuns, estão a depressão e a ansiedade, que, juntos, representam cerca de 60% dos casos de saúde mental e afetam tanto jovens quanto adultos. As consequências vão desde sofrimento emocional até impacto econômico e social.
A depressão, por exemplo, apresenta prevalência ao longo da vida estimada em 15,5% da população brasileira, podendo alcançar até 20% entre as mulheres e 12% entre os homens.
Esse cenário ressalta a importância de buscar atendimento adequado com um profissional especializado. O psiquiatra, que é médico com formação em Medicina e residência em Psiquiatria, está habilitado para diagnosticar corretamente, prescrever medicamentos, supervisionar terapias e lidar com quadros clínicos complexos. Já o psicólogo atua com abordagens psicoterapêuticas, sem prescrição de medicamentos, e pode trabalhar em conjunto com o psiquiatra, para garantir um cuidado integral.
Além da formação, é essencial que o profissional seja devidamente qualificado e registrado. No caso do psiquiatra, o Registro de Qualificação de Especialidade (RQE) comprova que ele atingiu os requisitos técnicos exigidos para atuar como especialista. Essa informação pode ser consultada no site do Conselho Federal de Medicina (CFM), garantindo segurança e confiança ao paciente.
Em um país onde os transtornos mentais afetam milhões de pessoas, o acesso a cuidados especializados e responsáveis pode ser determinante. Quando médicos e psicólogos qualificados acompanham o paciente, os tratamentos tornam-se mais eficazes, seguros e humanizados, fortalecendo a prevenção de agravamentos e a promoção de uma saúde mental duradoura.
RQE: o que é e por que ele é essencial para o atendimento
O Registro de Qualificação de Especialidade (RQE) é um número emitido pelo Conselho Regional de Medicina que comprova que um médico concluiu a formação necessária para atuar como especialista. No caso da psiquiatria, isso significa que o profissional realizou residência médica ou obteve o título de especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Isso é fundamental para que o paciente tenha um tratamento de qualidade e eficaz.
Ter o RQE é mais do que uma formalidade: é uma garantia de que o profissional passou por treinamento específico, cumpre requisitos técnicos e segue padrões de qualidade definidos pelas entidades médicas. Essa certificação protege o paciente e assegura que o cuidado recebido seja fundamentado em conhecimento atualizado e práticas reconhecidas.
Para confirmar se um médico possui RQE, basta acessar o site do Conselho Federal de Medicina (CFM) no endereço https://portal.cfm.org.br/ e consultar o nome ou CRM do profissional. O sistema informa a especialidade e o número do RQE dele, ajudando o paciente a fazer uma escolha segura e consciente.
Buscar atendimento com um médico que possui RQE é uma forma de garantir que a saúde esteja nas mãos de um especialista devidamente habilitado.
“O psiquiatra com todos os requisitos técnicos está mais preparado para lidar com a complexidade dos transtornos mentais Lícia Colodete, presidente da Apes., Lícia Colodete, presidente da Apes.

“Conhecimento e cuidado caminham juntos. E, quanto mais sólido for o primeiro, mais efetivo será o segundo Letícia Mameri, diretora da Apes, Letícia Mameri, diretora da Apes

“Manter-se atualizado é uma forma de oferecer sempre o que há de melhor e mais seguro aos pacientes José Luís Leal de Oliveira. diretor da Apes, José Luís Leal de Oliveira. diretor da Apes

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