Samarco indeniza 265 mil afetados por rompimento
Até 12 de setembro, a população atingida – incluindo povos indígenas e comunidades tradicionais – recebeu R\$ 13 bilhões.
A reparação da Bacia do Rio Doce tem na indenização individual dos atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão um de seus pilares centrais. Até 12 de setembro de 2025, a Samarco indenizou cerca de 265 mil pessoas, totalizando R\$ 13 bilhões. Entre elas, povos indígenas e comunidades tradicionais receberam mais de R\$ 916 milhões, assegurando inclusão e reconhecimento das diferentes realidades sociais impactadas.
Segundo Bruno Medeiros, gerente-geral de Finanças da Samarco, o Novo Acordo do Rio Doce trouxe regras claras e mecanismos que garantem maior agilidade, transparência e justiça no atendimento. “Atuamos rigorosamente em conformidade com os parâmetros definidos pelas instituições de justiça e pelos órgãos envolvidos”, destacou.
Além de concluir os programas que vinham sendo conduzidos pela Fundação Renova, que será extinta neste ano com o Novo Acordo, a Samarco passou a operar novas frentes de indenização. Uma delas é o Programa Indenizatório Definitivo (PID), que destina R\$ 35 mil em parcela única a pessoas físicas e jurídicas elegíveis. Reaberto em agosto e encerrado em 14 de setembro, o PID ampliou a possibilidade de ingresso de quem ainda não havia sido contemplado.
Outra iniciativa é o Sistema Agro e Pesca, que destinou R\$ 95 mil, também em parcela única, a pescadores profissionais e agricultores familiares listados pela União. Embora não aceite novos pedidos, o sistema segue com análises e pagamentos em andamento.
Assim como o PID e o Agro e Pesca, os programas indenizatórios em andamento antes do Acordo serão concluídos até dezembro de 2026, estabelecendo um marco para a reparação definitiva das famílias e comunidades atingidas. Entre eles estão os Lucros Cessantes, o Auxílio Financeiro Emergencial (AFE) e o Auxílio de Subsistência Emergencial (ASE) para povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais. Também seguem em análise os sistemas PIM-AFE e Novel, que já estão encerrados para novos ingressos.
Para a Samarco, garantir que os direitos sejam reconhecidos e pagos de forma justa é parte essencial do processo, e os avanços registrados até agora mostram que a reparação vem alcançando resultados concretos.
Avanços na recuperação ambiental


A recuperação ambiental da Bacia do Rio Doce tem avançado de forma consistente. Até agora, mais de 41 mil hectares já foram cercados e protegidos, sendo que cerca de 31 mil hectares estão em processo de plantio ou enriquecimento com espécies nativas. Também foram cercadas e estão em processo de recuperação mais de 3,8 mil nascentes, com a meta de atingir cinco mil. “Dessas, mais de 40% estão em processo de plantio ou enriquecimento com vegetação nativa, contribuindo diretamente para a qualidade e produção de água da região”, detalhou o gerente-geral de Meio Ambiente da Samarco, João Batista Soares.
A empresa investiu em monitoramento ambiental, com destaque para o acompanhamento da biodiversidade aquática e a contenção de sedimentos. “Esses esforços têm gerado resultados importantes na recomposição dos ecossistemas locais”, completou Soares. Um exemplo concreto dos avanços é o projeto de renaturalização do rio Gualaxo do Norte e afluentes, que já revitalizou 7,21 quilômetros e possibilitou o retorno de espécies como lambari, traíra e bagre, sinalizando a recomposição dos ecossistemas.
Monitoramento
Tecnologias como drones, geoprocessamento e monitoramento em tempo real têm sido aplicadas para ampliar a efetividade e a precisão das ações. Nas áreas reflorestadas e nascentes protegidas, drones e sistemas digitais permitem o acompanhamento em tempo real da evolução da vegetação. Além disso, parte das ações de recuperação combina técnicas de bioengenharia com uso de vegetação nativa, trazendo a natureza como protagonista no processo reparatório.
Vale destacar que o Programa de Monitoramento Qualiquantitativo Sistemático de Água e Sedimento (PMQQS) também foi desenvolvido, com o objetivo de gerar dados confiáveis e acompanhar a recuperação da Bacia Hidrográfica do Rio Doce e das áreas costeiras e estuarinas adjacentes.
LINHA DO TEMPO
2015
Após o rompimento da barragem de Fundão, houve paralisação imediata das operações. Foram implementadas ações emergenciais para atendimento às comunidades afetadas e reforço das estruturas remanescentes.
2016
Foi criada a Fundação Renova, atualmente em liquidação, responsável pelas ações de reparação e compensação.
2019
Licença de Operação Corretiva (LOC), que consiste no processo de licenciamento com participação pública e atenção aos aspectos ambientais.
2020
Retomada gradual das operações, com 26% da capacidade, acompanhada da implantação de um sistema de filtragem que permite o empilhamento a seco de 80% do rejeito gerado.

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