Operações mais seguras sem barragens de rejeito
Empresa investe em empilhamento a seco do rejeito e monitoramento para consolidar mineração sustentável

Alinhada aos mais altos padrões internacionais de mineração, a Samarco tem investido em modelos operacionais inovadores para oferecer cada vez mais segurança em seus processos. Um desses avanços é a operação sem o uso de barragens para a disposição de rejeitos, em vigor desde a retomada das atividades em 2020.
Segundo o diretor Técnico e de Projetos da Samarco, Reuber Koury, o método adotado hoje combina empilhamento a seco do rejeito arenoso e destinação em cava confinada dos ultrafinos, o que para ele, além de uma opção tecnológica prudente, é também uma resposta ética e sustentável ao passado.
“A segurança na gestão de rejeitos na Samarco vai muito além da escolha do método de disposição. Adotamos um modelo que elimina o uso de barragens de rejeitos, priorizando soluções técnicas robustas e alinhadas aos mais altos padrões internacionais”, explicou.
Atualmente, cerca de 80% do rejeito gerado é arenoso, passa por filtragem e é empilhado a seco. Os 20% restantes, de composição ultrafina, são depositados na Cava Alegria Sul, uma estrutura rochosa e confinada resultante da lavra do minério, que oferece segurança adicional por suas características naturais.
“Essa escolha técnica foi respaldada por anos de pesquisa e desenvolvimento, além da experiência prévia da empresa com sistemas de filtragem na unidade de Ubu, em Anchieta”, declarou Reuber. Ele afirmou ainda que a mudança no processo reduz riscos associados ao armazenamento em grandes volumes e é acompanhada por rigorosos mecanismos de monitoramento.
O Centro de Monitoramento e Inspeção (CMI), por exemplo, opera 24 horas por dia. São mais de dois mil instrumentos que monitoram todas as estruturas geotécnicas e fornecem dados em tempo real para equipes técnicas.
“Essa combinação entre tecnologia, governança e engenharia é o que nos permite afirmar que o modelo atual de disposição de rejeitos é mais seguro, sustentável e alinhado com o futuro da mineração”, afirmou o diretor Técnico e de Projetos.
A Samarco investe em projetos de aprimoramento do empilhamento a seco e, para atingir 100% da capacidade produtiva até 2028, manterá o novo modelo, sem uso de barragem de rejeitos. “Para nós, o processo atual, além de uma opção tecnológica prudente, é também uma resposta ética e sustentável ao passado”, ressaltou.
SAIBA MAIS
O caminho do resíduo
> O rejeito é oriundo do processo de beneficiamento de minério. Ele é composto por minério de ferro, areia e água e não é tóxico, corrosivo ou inflamável.
> Cerca de 80% desse material é arenoso. Após passar pela filtragem, ele é empilhado a seco (dry stacking), sem uso de barragens de rejeitos.
> Parte desse volume também é reaproveitada em obras de descaracterização de antigas estruturas, na produção de concreto e até em pavimentação de vias, ruas e avenidas, em parceria com universidades e projetos de inovação.
> Os 20% restantes correspondem à fração ultrafina. Esse material é destinado à Cava Alegria Sul, uma estrutura rochosa e confinada, que garante segurança geotécnica.
> A empresa ainda investe em novas tecnologias, como filtros prensa de última geração, para que no futuro seja possível também empilhar essa fração de ultrafinos.
Reúso da água
> A água separada durante o processo é tratada e recirculada, com taxa de reaproveitamento próxima a 90%, o que reduz a necessidade de captação em rios e lagos.

SAIBA MAIS
Cava é novo destino de lama
Barragem
> São estruturas que têm o objetivo de armazenar líquidos, sólidos ou uma mistura dos dois no processo de mineração.
> Na Samarco, as barragens são utilizadas para contenção de sedimentos, o que chamamos de diques, e armazenamento de água.
> As barragens para armazenamento de rejeitos não fazem mais parte do nosso processo produtivo; elas estão desativadas e passando pelo processo de descaracterização.
Cava
> É um espaço confinado já existente, contido por terreno natural, que já foi utilizado para a operação de mina. Atualmente, é utilizada como uma opção para a disposição do rejeito lama (ultrafinos), que corresponde a 20% do rejeito total.
Pilha de disposição de rejeito
> É um método em que há a filtragem do rejeito arenoso, que corresponde a 80% do total do rejeito gerado, e a separação da água e da areia. Após esse processo, ocorre o empilhamento a seco do material sólido restante. A água filtrada dos resíduos é recirculada, enquanto a areia é retida e empilhada a seco.
Descaracterização de barragem
> É o processo de encerramento definitivo da estrutura para que ela deixe de ter características e de operar como contenção de sedimentos ou rejeitos, sendo reincorporada ao relevo e ao meio ambiente.

Descaracterização avança com uso sustentável de resíduos
As obras para descaracterizar de forma definitiva a Barragem do Germano, em Minas Gerais, já estão 92% concluídas e devem terminar antes do prazo oficial de 2029. O avanço se soma à conclusão da Cava do Germano, finalizada em 2023, e reforça a mudança no modelo de operação da Samarco, que, desde a retomada em 2020, passou a produzir sem utilizar barragens de rejeitos.
Descaracterizar significa fazer com que uma barragem deixe de existir como estrutura de risco, reintegrando a área ao meio ambiente de forma segura. Esse processo tem sido acompanhado por auditorias externas, como a do Ministério Público de Minas Gerais, além de órgãos públicos federais e estaduais e consultores independentes. Durante as obras, cerca de quatro mil trabalhadores foram mobilizados, 60% deles moradores da própria região.
Segundo o diretor Técnico e de Projetos da Samarco, Reuber Koury, um dos diferenciais nesse processo é o uso sustentável do rejeito, material que sobra do beneficiamento do minério de ferro. O rejeito arenoso serve como material base para correção do greide topográfico, ou seja, ajuda a direcionar o fluxo de água para o sistema de drenagem, facilitando, assim, a eliminação do excesso de água.
“Até agosto de 2025, a Samarco utilizou cerca de 18 milhões de toneladas de rejeito arenoso gerado no Complexo de Germano, em Mariana, nas obras de descaracterização da cava e barragem do Germano. Esse volume representa cerca de 58% do total de material produzido, reduzindo significativamente a necessidade de transporte rodoviário de materiais”.
O diretor destacou ainda que o material substitui areia e pedra, reduzindo a necessidade de transporte de insumos externos e o tráfego de caminhões nas comunidades vizinhas.

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