Ensino para formar líderes do futuro
Na Escola Monteiro, o foco é desenvolver competências que contribuam para a formação integral dos estudantes

As habilidades mais valorizadas no mundo do trabalho contemporâneo não cabem mais em provas de múltipla escolha. Segundo o Fórum Econômico Mundial, atributos como liderança, criatividade, pensamento crítico e analítico, escuta ativa, curiosidade e disponibilidade ao aprendizado contínuo são, no século XXI, tão importantes quanto o conhecimento técnico.
Mas será que é possível desenvolver essas habilidades no curto espaço de tempo que compreende a realização de um curso superior ou profissionalizante?
A diretora pedagógica da Escola Monteiro, Penha Tótola, acredita em uma formação mais ampla, que começa ainda nos primeiros anos escolares.
“A Escola Monteiro tem 56 anos e, desde que foi criada, trabalha com foco na formação do indivíduo como um todo, com esse olhar ampliado sobre a criança. Entendemos que nosso papel é contribuir com a família no processo de desenvolvimento do aluno, e esse cuidado, que está presente no dia a dia da escola, fica claro em alguns projetos, como o que chamamos de Bem-Estar”, comenta.
Penha conta que, por meio desse projeto, os alunos, desde o 1° ano do ensino fundamental até a 3ª série do ensino médio, elegem líderes de turmas e realizam assembleias entre eles e com a direção da instituição de ensino. É um momento de elencar pontos positivos, críticas e oportunidades de melhoria no cotidiano escolar.
“Primeiro, os alunos ouvem os próprios colegas. Com as demandas e sugestões em mãos, participam de outro fórum, com mais líderes de turmas e representantes da direção”, explica.
Segundo Penha, a proposta é, com isso, dar protagonismo e voz aos estudantes, estimulando o desenvolvimento de habilidades como liderança, capacidade de negociação, mediação e trabalho em equipe. Dessa forma, é possível contribuir para a formação integral de indivíduos que, em poucos anos, estarão no mercado de trabalho.
Os resultados são vistos na prática. Líder de uma das turmas de 6º ano, Maria Clara Rabello, 12 anos, explica que o objetivo do trabalho dela é ouvir a turma, levantar queixas e discutir propostas de solução.
Para exemplificar a atuação como líder, a estudante cita um episódio a respeito da utilização da quadra de esportes por meninos e meninas.
“Tínhamos uma demanda sobre estabelecer um uso mais equilibrado do espaço. Isso porque, sem essa organização, os meninos sempre ocupavam a quadra primeiro”, conta.
Por meio das assembleias, segundo ela, foi possível chegar a uma solução que agradasse a todos.
“Foi feito um cronograma, definindo que, às sextas-feiras, a quadra maior é nossa. E há também um cronograma para uso da quadra menor. Foi uma conquista importante. Eu me orgulho de ter participado dela!”, diz a estudante, que joga vôlei e futebol feminino.
Pais, ex-alunos e alunos reconhecem qualidade
O modelo de ensino que vai além dos conteúdos propostos nos livros didáticos é um modelo que vem dando certo, na Escola Monteiro. Com mais de cinco décadas de tradição no cenário educacional capixaba, os resultados alcançados pela instituição de ensino são reconhecidos por pais, ex-alunos e alunos.
Advogada e ex-aluna da Escola Monteiro, Laura Vescovi Vieira, 29 anos, acredita que a formação ampla fez diferença na vida e no dia a dia profissional dela.
“A Monteiro desempenhou um papel fundamental na formação de quem sou, contribuindo de forma muito efetiva para a construção de valores e habilidades que aplico diariamente, há cinco anos, na minha prática como advogada”, afirma.
Para ela, um ponto importante foi a liberdade de sonhar e de criar que experimentou na escola. “Nem sempre as pessoas percebem o quanto isso fará diferença. Eu enxergo nitidamente que esse trabalho reflete na criatividade, ao elaborar estratégias jurídicas e na busca de soluções inovadoras para os desafios que enfrento”, afirma.
Heitor Baiôco, 16 anos, está na 1ª série do ensino médio e reconhece os diferenciais da escola.
“Além de oferecer ensino de qualidade e ter ótimos professores, a Monteiro foca na formação do ser humano. Nela, a gente pode se desenvolver como pessoa, pode ser a gente mesmo, pode compartilhar ideias. A gente se constrói e se reconstrói o tempo todo dentro da escola, para ser melhor a cada dia. É uma escola incrível, que tem suporte para acolher cada um do jeito que é. Eu me sinto bem, respeitado e livre”, ressalta.
Mãe de Felipe Leal, aluno da 2ª série do ensino médio, Ana Paula Leal quer que seu filho conclua toda a trajetória de ensino fundamental e médio na instituição. “Conhecimento é construção, e vejo meu filho construindo uma base sólida de desenvolvimento cognitivo, experiências e habilidades ao longo de todos esses anos”, afirma.
Para ela, a Monteiro forma alunos com conhecimentos intelectuais e morais, apoiando as famílias na construção de seres humanos completos e estimulando a autonomia e a liderança. Com base na experiência e na observação, Ana acredita que empresas, governos e sociedade já entenderam que esse indivíduo é o profissional do presente e do futuro.
“Não dá mais para compartimentalizar as coisas. Separar competência técnica de cidadania, ética, produtividade, liderança, capacidade resolutiva e criatividade. Nesse sentido, a Monteiro sai muito na frente”, opina.

Participação ativa desde cedo
Helena Dadalto Targa, de 8 anos, aprende desde cedo a importância da liderança. Líder de uma das turmas de 3º ano do ensino fundamental, ela considera muito importante a iniciativa da escola de desenvolver múltiplas habilidades.
“A gente anota as críticas e pensa em como pode melhorar. A gente considerava, por exemplo, o açaí da cantina muito caro. Levamos a reclamação para a escola, e o preço caiu de R$ 10 para R$ 7”, conta a estudante.

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