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Educação

Metodologia com foco no coletivo

Cooperativas educacionais desafiam estudantes a desenvolverem ações que promovam benefícios para todos


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Imagem ilustrativa da imagem Metodologia com foco no coletivo
Alunos da Coopeducar mostram lixeiras adquiridas por meio do Cooperjovem, projeto desenvolvido por cooperativas educacionais do Espírito Santo |  Foto: Divulgação

Um jogo que não tem competição, pontuação e regras rígidas sobre o que pode ou não pode ser feito, mas que proporciona muito aprendizado e interação. Será que isso funciona na prática ? O Cooperjovem, projeto desenvolvido por cooperativas educacionais do Espírito Santo, prova que sim.

Por meio dessa iniciativa, alunos do primeiro ao nono anos do ensino fundamental estão vivenciando uma experiência pedagógica inovadora, que oferece atividades educativas de forma lúdica e envolvente.

Ao longo de um ano letivo, os estudantes se reúnem com um professor orientador para pensarem em um sonho coletivo, ou seja, um desafio que trará benefícios para a turma, a escola ou até mesmo para a comunidade da qual fazem parte.

A metodologia aplicada é a do Cooperjogo. Criada pelo Sistema OCB e alinhada à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a dinâmica é composta por cinco etapas: preparar, explorar, sonhar, concretizar e comemorar. As missões variam de acordo com os objetivos e com a idade dos alunos.

Uma turma da cooperativa educacional Coopeducar, de Venda Nova do Imigrante, por exemplo, decidiu melhorar a gestão de resíduos na escola. Em suas próprias casas, os estudantes produziram doces para vender no intervalo entre as aulas. Com o dinheiro arrecadado, puderam comprar mais lixeiras, secadores automáticos para os banheiros e placas de identificação.

É o que explica a professora Rafaela Caliman, que acompanhou o trabalho da turma. “Os alunos tiveram que pensar em estratégias que beneficiariam não só a turma, mas também a escola e a comunidade do entorno. Dessa forma, as crianças puderam estudar e vivenciar a força do cooperativismo”, afirma.

Ao participarem de missões coletivas como essa, crianças e adolescentes têm a oportunidade de entender, na prática, conhecimentos e habilidades relacionadas a cooperativismo, finanças, empreendedorismo e meio ambiente. Assim, o aprendizado se torna ainda mais proveitoso.

“A vivência e a prática desses projetos mostram como a educação cooperativista pode mudar o olhar das crianças e das famílias sobre as questões da coletividade”, avalia Rafaela Caliman.

Cooperativas ensinam para a vida

Cooperar e ter empatia com o próximo é algo que os alunos das cooperativas educacionais internalizam desde cedo. Nessas escolas, os estudantes aprendem muito mais do que as matérias obrigatórias e tradicionais.

Dentro e fora do ambiente escolar, os alunos são incentivados a participar de projetos sociais, atividades complementares e eventos que incentivam o cuidado consigo, com as pessoas e com o meio ambiente de forma geral.

O pensamento criativo, empreendedor e visionário também é estimulado com recorrência. O programa Cooperativa Mirim é uma das inciativas que entram nesse escopo. Graças a ele, desde 2018 os alunos experimentam como é gerenciar e fazer parte de uma cooperativa.

O intuito disso é preparar os jovens para o mercado de trabalho e incentivá-los a serem protagonistas de suas histórias, conforme detalha Pedro Scarpi Melhorim, presidente do Sistema OCB/ES, instituição que representa as cooperativas capixabas.

“As cooperativas educacionais contribuem para a formação de cidadãos mais conscientes, autônomos e engajados com a vida em comunidade. Os aprendizados que os alunos adquirem enriquecem o desenvolvimento pessoal e profissional deles”, avalia.

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Membros da Cooperjetibá, primeira cooperativa mirim constituída no Estado |  Foto: Divulgação

Pais de alunos participam na hora de tomar decisões

Existem, atualmente, sete cooperativas educacionais em atividade no Espírito Santo. São elas: CEL (Linhares), Coopeducar (Venda Nova do Imigrante), Coopem (Muqui), Coopepi (Pinheiros), Cooperação (Santa Maria de Jetibá), Coopesg (São Gabriel da Palha) e Coopesma (São Mateus).

Elas reúnem mais de 2,1 mil estudantes e funcionam de maneira diferente em relação às escolas convencionais. Nas coops do segmento educacional, quem toma as decisões são os pais dos alunos, ou seja, os cooperados, já que eles são os donos do negócio. Tudo é decidido de forma democrática e pensando no bem-estar coletivo.

A direção e a equipe pedagógica prestam contas aos cooperados, e as próprias lideranças são definidas coletivamente. Isso permite que as famílias tenham acesso a uma educação de qualidade e diferenciada, a preços justos.

“Isso só é possível porque as cooperativas são guiadas por princípios que estimulam a colaboração, a gestão democrática, a inclusão e a economia sustentável. Quando pessoas com interesses em comum se unem, como nas cooperativas educacionais, os ganhos contemplam todos”, assegura o diretor-executivo do Sistema OCB/ES, Carlos André Santos de Oliveira.

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As famílias dos estudantes são protagonistas na gestão das cooperativas |  Foto: Divulgação

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