Habitação beneficia 150 mil pessoas no Espírito Santo
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O cooperativismo também está presente no segmento de habitação. No Estado, 41 mil famílias adquiriram a casa própria através do cooperativismo habitacional, que já beneficiou aproximadamente 150 mil pessoas. Bairros conhecidos, como Coqueiral de Itaparica, Araçás, Barcelona, Laranjeiras, Jardim da Penha e Jardim Camburi surgiram a partir das cooperativas habitacionais.
O programa surgiu na década de 1960, com a criação do Banco Nacional da Habitação (BNH), quando foi constituído no Estado o Inocoop, entidade de orientação e assessoramento das cooperativas habitacionais.
“É um programa bem-sucedido e de absoluto sucesso”, afirma Aristóteles Passos Costa Neto, presidente do Instituto de Orientação às Cooperativas Habitacionais do Espírito Santo (Inocoop-ES).
Ele comenta que por ser entidade sem fins-lucrativos, as cooperativas produzem bens e serviços a preço de custo. “Na cooperativa de habitação as pessoas entram como associadas e saem com um imóvel, que é o objetivo delas. E esse imóvel sai com preço bem abaixo do mercado, pelo menos 15 a 20% a menos. Essa é uma das grandes vantagens”.
A cooperativa habitacional tem uma grande virtude. Aqui no Estado, por exemplo, ela foi desbravadora de áreas de expansão nas cidades e essas áreas se tornaram grandes bairros, alguns de classe média, média-alta, como é o caso de Jardim Camburi, em Vitória, que também recebeu empreendimentos de várias cooperativas habitacionais.
“Eu considero que cooperativa de habitação tem ao longo dos anos cumprido sua missão de promover habitação de qualidade a preço bastante atraente. Obviamente, com o tempo, algumas distorções foram observadas no País, em alguns estados onde as cooperativas não foram bem-sucedidas e com isso deixaram uma imagem ruim”, relata Aristóteles.
O último empreendimento de cooperativa entregue foi em Jardim Camburi, no ano passado, o Recanto de Camburi, com 430 apartamentos. “Estamos desenvolvendo novos projetos. O Inocoop está orientando cooperativas com projetos em Campo Grande, Vila Velha e na Serra, que estão em análise nas prefeituras”.
Saiba mais
Financiamento
- As cooperativas têm mais dificuldade em viabilizar seus empreendimentos porque não existe atualmente financiamento para esse produto.
- Com a extinção do BNH, em 1986, as cooperativas tiveram que funcionar com um processo de autofinanciamento.
- No Espírito Santo esse modelo vem dando certo. Já foram produzidas mais de 15 mil unidades nesse processo.
- Mas a ausência de financiamento para cooperativa habitacional é um dificultador.
- As entidades têm feito um trabalho junto ao governo federal no sentido de sensibilizar as autoridades para voltar a financiar a cooperativa de habitação.
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