17 mil mulheres pedem socorro à polícia contra violência doméstica
Número se refere ao período de janeiro a outubro deste ano no Estado. Maioria dos casos ocorre dentro da casa da vítima
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Humilhadas, agredidas e muitas vezes assassinadas. Quem deveria ser o parceiro de uma vida, em várias ocasiões, se torna o principal inimigo da mulher. Porém, elas têm deixado o medo de lado e decidido denunciar namorados, noivos e maridos à polícia.
No Estado, de janeiro a outubro deste ano, 17.018 mulheres pediram socorro à polícia. O número é crescente, se comparado com o ano passado, no mesmo período, quando 15.749 denunciaram os seus companheiros por violência doméstica.
A Grande Vitória, segundo dados do Observatório Estadual da Segurança Pública, lidera as queixas, com 5.922 denúncias.
Fazendo um recorte dos dias da semana que têm mais denúncias, chama a atenção a segunda-feira, com 20,8%, seguindo do domingo, 18,9%. A maioria dos casos (71,3%) ocorre dentro de quatro paredes, ou seja, na residência.
Um dos pedidos de socorro foi de uma jovem. Aos policiais militares, ela contou que na noite da última terça-feira o seu companheiro chegou em casa e queria que ela mantivesse relações sexuais à força.
Diante da negativa, o rapaz teria dado um soco no braço da vítima, machucando a filha da jovem, que estava em seu colo.
As agressões, segundo o boletim de ocorrência, tiveram início na noite de segunda-feira, quando a jovem foi agredida a unhadas. Ele não foi preso.
![Imagem ilustrativa da imagem 17 mil mulheres pedem socorro à polícia contra violência doméstica](https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/120000/1200x720/inline_00128164_00-2.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn2.tribunaonline.com.br%2Fimg%2Finline%2F120000%2Finline_00128164_00.jpg%3Fxid%3D430913%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1739026768&xid=430913)
Para a coordenadora Estadual de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Estado, juíza Hermínia Azoury, alguns fatores justificam o aumento expressivo de casos, entre os quais o fato de as mulheres estarem mais encorajadas a denunciar, bem como a cultura machista e o sentimento de posse.
Hermínia Azoury pediu que as mulheres não se calem e busquem ajuda logo na primeira agressão. A magistrada também encorajou as mulheres a pedirem medidas protetivas contra os agressores. Ela lembra que cabe prisão também pelo descumprimento.
“A violência não é só física. Mensagens por WhatsApp, telefone e recado são formas de intimidar”.
Para quem deseja denunciar, uma opção é o Ônibus Rosa, que na semana que vem estará em frente ao Fórum da Prainha, em Vila Velha.
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