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Entrevistas Especiais

“Estudantes não vieram para percorrer o caminho dos pais”, diz especialista

Avaliação é do especialista Eduardo Shinyashiki, que esteve em Vitória para debater novas metodologias de ensino


Imagem ilustrativa da imagem “Estudantes não vieram para percorrer o caminho dos pais”, diz especialista
Mestre em Neuropsicologia e Liderança Educadora, Eduardo Shinyashiki diz que os estudantes precisam aprender a ser protagonistas da própria vida |  Foto: Divulgação

Ler, escrever e fazer contas. Se antes essas eram etapas básicas da educação, agora tomar decisões responsáveis, entender as emoções e saber trabalhar em comunidade também são habilidades que devem ser desenvolvidas ainda na escola.

O ambiente escolar se revelou bem mais que apenas um lugar de estudos e, em muitos casos, representa um segundo lar para o aluno, ainda mais depois da   pandemia. 

E é neste lugar que, segundo o palestrante e  escritor Eduardo Shinyashiki, os estudantes precisam aprender a ser protagonistas da própria vida. 

“Por mais amor que eles sintam pelos pais, os estudantes não vieram para percorrer o caminho do pai ou da mãe. E sim, para que possam viver o caminho da originalidade, da felicidade e da realização. E para percorrer este caminho, eles precisam ir além do seus próprios medos”, afirma.

Mestre em Neuropsicologia e Liderança Educadora, Eduardo esteve na Grande Vitória para o Congresso Conhecer, que debate novas metodologias de ensino.

A TRIBUNA - Atualmente muito se fala sobre como o estudante deve aprender sobre competências socioemocionais, mas como isso  deve ser tratado na educação?

Eduardo Shinyashiki -  Quando falamos das competências socioemocionais, estamos tratando das nossas competências pessoais, fundamentadas sobre nossa experiência de vida. Elas vão determinar a forma como lidamos com a nossa autoestima, confiança e emoções. E quando falamos da escola, tem um contexto. 

A criança fica mais tempo dentro da escola do que com seus pais ou familiares. É muito importante que os educadores possam ter esse olhar de serem geradores de experiências de acolhimento, segurança e valorização.

- Quando você fala que as crianças ficam mais tempo na escola do que com os pais, isso é uma crítica?

Não, é uma constatação. Uma evidência da realidade.  Não é que os pais abandonem ou não amem os filhos Hoje o pai e a mãe saem  para trabalhar porque um só trabalhando não fecha as contas. Esse é um contexto da realidade. Por isso é importante ter uma educação que tenha significação para a vida.

A criança não se sente abandonada quando, dentro da escola, ela tem uma referência de proteção. A educação, hoje, é pensada para este mundo moderno, trabalhando as competências socioemocionais.

- Pode falar melhor sobre  essas competências?

São quatro. Seriam as competências pessoais, eu comigo mesmo;  a competência social, que trata a  comunicação, o  relacionamento, a empatia e a capacidade de discutir o que o outro sente. 

Tem ainda a competência cognitiva, a capacidade de pensar e argumentar; e a competência produtiva, ligada à criatividade e à inovação.

- E qual o papel da escola no desenvolvimento dessas competências?

Quando eu ouço alguém falando “nós estamos caminhando para um mundo que não vai ter emprego”. Os sociólogos evidenciam que isso vai acontecer. Mas se estou caminhando para um mundo sem empregos , não posso ter  uma escola  fortalecendo uma mentalidade de empregado. Quando falamos da competência produtiva, estamos falando de ser empreendedor. 

Antigamente, quando o professor fazia alguma pergunta, muitas vezes, mesmo o aluno  sabendo a resposta, ele tinha medo de se expor e evidenciar em sala de aula  sua resposta. Se o estudante não tiver desenvolvido um sentido de confiança, mesmo com a competência produtiva, ele não vai se expor.

Coisas que vemos dentro da sala, se não transformamos na escola, o estudante vai levar esse padrão de comportamento para o resto de sua vida. Para que o desenvolvimento das competências socioemocionais aconteçam dentro da escola, precisamos sempre olhar para o educador. 

- Você acredita que hoje exista uma cobrança muito grande em cima dos estudantes para trabalhar as questões socioemocionais?

As mudanças acontecem em uma velocidade muito maior do que em anos passados. Aquele cenário de alunos que só faziam o que era mandado, acabou. 

Hoje já temos garotos de 13 e 14 anos como referência. A sociedade, atualmente, cobra a palavra sucesso desde sempre.  Já vivenciei uma história de um garoto de 17 anos que não foi bem no Enem e se jogou do 9º andar. O nível de pressão e cobrança é muito grande. 

- E se a escola não mudar, qual o risco?

Vamos ver cada vez mais notícias trágicas de crianças, adolescentes e jovens. Devido ao contexto social, a nossa sociedade está produzindo crianças, adolescentes e jovens com um nível de depressão tão profundo que eles perdem a vontade de viver. 

Se  não  olharmos para essa ressignificação de vida, vamos ver cada vez mais escolas que preparam os alunos para “prestar para alguma coisa”, mas esse não é o papel da escola. O papel dela é acompanhar e acolher o aluno para termos uma sociedade fortalecida.

 - O que você diria para os estudantes de hoje?

Por mais amor que o estudante sinta pelo pai ou pela mãe, ele tem de ser protagonista da própria vida. Os estudantes não vieram para percorrer o caminho do pai ou da mãe, e sim para viver o caminho da originalidade, da felicidade e da realização. 

Esse é um caminho que vai exigir que eles possam ir além dos seus medos. E o emocional está totalmente ligado a isso. Muitos jovens vão sair do ensino médio ou faculdade com a disposição de aceitar infinitamente menos do que sonharam para si.

PERFIL

Eduardo Shinyashiki

- É palestrante, escritor e Mestre em Neuropsicologia e Liderança Educadora. 

- Também é consultor organizacional,  especialista em desenvolvimento das Competências de Liderança organizacional, educacional e pessoal e  em  neurocoaching.

- Autor dos livros O poder do carisma,Viva como você quer viver, A vida é um milagre e Tranforme seus sonhos em vida.

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