Você tem medo de envelhecer?
Quando você pensa em chegar à terceira idade, o que vem na mente? Cabelos brancos, fragilidade e limitações ou uma grande oportunidade para viver a vida de forma plena?
Um levantamento feito pelo Instituto Qualibest e pela farmacêutica Pfizer, em 2018, mostrou que 92% dos brasileiros têm gerascofobia ou medo de envelhecer. E os principais motivos são a preocupação com a saúde e as possíveis dificuldades físicas.
O médico e psicólogo Roberto Debski esclarece que esse fenômeno ocorre, principalmente, nas culturas com valores mais materiais, como a brasileira. Nelas, os ganhos da maturidade e a experiência de vida não costumam ser reconhecidos, e os padrões de beleza só valem na juventude.
“Também pela proximidade da morte, há uma reavaliação da vida e há ideias baseadas em religiões que apontam para punições e castigos na vida pós-morte. E isso também impacta nas pessoas que envelhecem”, explicou.
Esse pavor é mais comum entre a ala feminina ou masculina? Para Mirian Goldenberg, doutora em Antropologia Social e autora dos livros “Bela Velhice” e “Liberdade, Felicidade e Foda-se”, o medo da idade avançada atinge tanto homens quanto mulheres. Elas temem mudanças no corpo e a perda da aparência jovem. O medo deles é, principalmente, por causa de aposentadoria, impotência e dependência física.
Porém, Mirian revela que as pessoas deveriam focar nos ganhos do envelhecimento. “As mulheres ganham liberdade para serem elas mesmas, que é uma conquista tardia. E os homens, com a aposentadoria, ganham mais afeto, pois têm mais tempo para se dedicar à família.”
E completa: “Só há um jeito de perder o pavor de envelhecer. É envelhecendo. As pessoas percebem que todo o medo que tinham não corresponde à realidade. E que podem viver o melhor momento de suas vidas”.
Experiência e sabedoria
A empresária e professora de balé Karla Roberta Parmagnani Gabriel, 52, e seu marido, o administrador Carlos Alberto Gabriel Júnior, 55, disseram não ter medo da terceira idade. Eles encaram o envelhecimento como parte do ciclo da vida.
Segundo Karla, o importante é eles continuarem perto de quem amam e com saúde, investindo em alimentação regrada e atividades físicas e praticando a fé.
“Não temos mais os cabelos, a pele e o corpo como antes. Mas o barato disso tudo é a experiência e a sabedoria que adquirimos com o tempo”, diz ela.
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