Thainá Lopez: “Falar de amor tomou conta de mim”
As atividades culturais presenciais podem até estar “em modo pausa”, mas a cantora e compositora Thainá Lopez, de 30 anos, tem aproveitado esses meses para produzir conteúdos e pensar em novos projetos profissionais.
Ela acaba de lançar a canção “Deixa Eu Te Falar de Amor”, com direito a clipe com participações, inclusive de amigos que moram em países como França, Inglaterra e Espanha.
“A necessidade de falar de amor em meio ao mundo tão conflitante e impaciente tomou conta de mim. Em coisa de cinco minutos, a música estava prontíssima. Passados alguns meses após a composição, veio a pandemia. Eu, que tinha projeto para outra canção, a tirei da minha gaveta e vi, na minha música, uma espécie de premonição dos dias em que vivemos. De tudo o que se foi, o amor é intacto”, ressalta, em entrevista ao AT2.
Thainá Lopez ainda explica que foi a superficialidade das relações em “tempos normais” que a levou até essa canção.
“Surgiu do meu olhar para a realidade que encontro, nas noites quando toco. Observo as pessoas e concluí, que, mesmo diante umas das outras, estavam desconectadas. Olhos voltados para celulares. O tempo corrido que faz comer com pressa, não aproveitar os momentos... Na minha percepção, era necessário desconectar para conectar”, salienta.
E foi em um desses dias que Thainá começou a canção. Segundo ela, “do nada, como sempre é com minhas composições”.
“Ela foi criada para viralizar para todo mundo”, reforça, animada, a capixaba.
Thainá Lopez | Cantora e compositora "Quero gravar em outras línguas"
AT2: Você se via com a mesma distância que observava?
Thainá Lopez: Minha vida estava num ritmo tão acelerado que não vivia com qualidade momentos simples e de prazer.
E agora? Como está?
A quarentena me obrigou a reduzir o ritmo. (Risos) Em troca, me deu tempo para criar canções incríveis. Em julho, lançarei mais uma música, com clipe. “Ô Ana” está tão chiclete quanto “Deixa Eu Te Falar de Amor”. Como sou artista independente, dependo dos meus próprios recursos para lançar mais novidades. Tem muita música boa que precisa chegar até vocês.
A ideia é celebrar o amor, de todas as formas?
O amor é universal! Se você reparar no clipe, as simbologias, os gestos por trás do amor e as conexões criadas são os mesmos em qualquer lugar do mundo. Com a Sonorus Produções, minha produtora, criamos uma maneira de unir pessoas de várias partes do mundo, incluindo capixabas.
Tem amor de mãe, de namorados, namoradas, amigo, pai e filho. O amor é cura, é liberdade. Amor é para celebrar de todas as formas.
Falou da universalização do amor. Ele representa o elixir que vai curar o mal da alma?
Sem dúvida! O amor é cura. Pensem comigo: com tantas mudanças na sua vida, seja pessoal ou profissional, para onde você corre? A gente volta para quem ama. Quem nos abre portas é quem nos dá amor. O amor é a essência de tudo: liberdade, respeito, empatia, coragem para seguir em tempos difíceis. E, por incrível que pareça, falar de amor é desafiador, já que o mundo anda tão intolerante.
Acha que as pessoas têm falado pouco de amor?
De tão pouco falar de amor, algumas pessoas perderam o jeito de amar e demonstrar. O amor não morre. Ele pode adormecer, se transformar em outro jeito de amar, mas jamais se desfaz.
E como tem adequado sua carreira para esse presente?
No início, me coloquei num lugar de tristeza e dúvidas. O artista local não tem a mesma estrutura de um artista com grandes gravadoras e investidores. A internet, lógico, tem ajudado muito a propagar nosso trabalho. Hoje, com nossa arte, estamos tornando os dias de muitas pessoas menos difíceis. E, por isso, mais do que nunca, precisamos de valorização e apoio.
Tem feito lives?
Além da música, trabalho em projetos de incentivo à liberdade de sermos quem somos. Minhas bandeiras sempre foram o amor e a liberdade.
E os novos rumos que tomará, pós-pandemia?
Quero investir na carreira internacional e até em gravar canções em outras línguas. Estou me preparando para isso.
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