Sergio Guizé: "O que não nos derrubou vai nos deixar mais fortes"
Na cabeça, canções. Nas mãos, o violão. Ou pincéis, telas, livros, ou, ainda, o abraço da amada, Bianca Bin, 29 anos. Há dois anos, Sergio Guizé e a mulher vivem em um sítio, em meio à natureza.
De lá, entre brincadeiras com a cadela África, arte e amor, ele tirou um tempinho para conversar com o AT2. Falou sobre o prazer de acompanhar o Candinho novamente na telinha – personagem que é uma homenagem à sua avó materna –, sobre a importância da arte em tempos de isolamento social, aprendizados e sobre a certeza de que tudo dará certo.
“Acredito que, depois do caos, venha a calma. O que não nos derrubou vai nos deixar mais fortes”, salienta ele, reforçando seu otimismo, também característico de seu personagem no folhetim.
E, então, o paulista de Santo André diz o que espera que aconteça daqui para a frente: um final feliz, assim como aqueles das novelas.
“Espero que a gente aprenda a dar valor às coisas simples, como conversar com os amigos pessoalmente, dar um abraço nos pais, olhar muito mais para o próximo e pensar coletivamente”, afirma o ator.
No mês passado, em seu sítio, Guizé completou 40 anos e recebeu uma declaração de amor de Bibi, como ele chama a parceira. “Hoje, o presente mais inesperado que já ganhei dessa vida completa mais uma volta ao sol. Quarentinha. Ele é a razão dos meus sorrisos, gargalhadas e lágrimas mais sinceras. Uma loucurinha louca e alegria sem tamanho caminhar ao seu lado, Sergio Guizé. Te acompanhar de perto e ter você presente é uma dádiva dos deuses. Que eles te abençoem e protejam sempre. E que a vida continue sendo generosa contigo, assim como você é com o mundo, orgulho meu. Feliz aniversário! Te amo”, postou Bianca Bin nas redes sociais.
Sergio Guizé | Ator e músico “Ele me transformou em um otimista”
AT2: Candinho é um divisor de águas?
Sergio Guizé: Com certeza. Eu penso que o personagem escolhe o ator. Quando o Candinho me escolheu, fiz de tudo para honrar esse presente e grande desafio. Estudei muito, era como se fosse o último personagem que iria fazer. Foram meses de muita alegria e aprendizado, interpretação cômica, melodrama, postura artística, compromisso com o público. Saudade do grande Jorge Fernando!
Ele te colocou nos corações das pessoas...
Foi muito especial. O mais importante foi que o Candinho tocava as crianças também. É um personagem de muito caráter, honestidade, generosidade, amor pela vida, por seus amigos, pela Filó, pela sua mãe. Ele tem um jeito esperançoso de encarar a vida, mesmo em tempos difíceis.
Ele te transformou?
Sim. Ele me transformou em um otimista, com certeza sou um homem melhor.
Sei que sua avó é uma referência em sua vida. Ela ia adorar o Candinho?
O Candinho também é uma homenagem à minha avó materna. Ela tinha esse jeito do Candinho. Era analfabeta, mas falava com o coração. Com certeza, ela e o Candinho eram irmãos. (Risos)
Como a arte tem te ajudado neste momento?
Agora estou com tempo para executar minhas ideias, que são muitas. E temos muita matéria-prima hoje também: a realidade! Estamos vivendo um momento único e de reflexão profunda. O que estamos passando é muito triste. Então, a arte é uma maneira de pôr esses sentimentos pra fora. Tenho aproveitado para fazer canto, violão, mosaico, pintura e leitura.
Estar perto da natureza e de Bianca é uma alegria?
Sim! Eu tenho muita sorte de viver em uma chácara há quase dois anos com a Bianca.
O que ele diz
“Enxergar o copo cheio”
“Estou aqui no meio do mato, tenho a minha companheira, e muitos irmãos e irmãs no Brasil não têm essa possibilidade. Inclusive, perderam familiares. A gente tem que enxergar o copo cheio. Depois que está assim, uma doença geral, é começar outra vida. Penso muito nisso. É uma oportunidade de rever as nossas escolhas, opções, e pensar mais nos outros do que na gente”, afirmou Guizé sobre o isolamento social e a pandemia do coronavírus, em entrevista ao programa “Encontro com Fátima Bernardes”.
“Está fazendo mais sentido”
“Eu aprendi muito com esse personagem. Cheio de amor, esperança, otimismo, bom caráter. A paixão louca que ele tinha pela natureza e pelos animais. Um personagem lindo. Me parece que agora está fazendo mais sentido do que na época em que estava sendo exibido”, disse o ator e músico sobre o Candinho de 'Êta Mundo Bom' e seu bordão: “Tudo o que acontece de ruim para a gente é para melhorar”.
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