Rimas, poesias e faixas inéditas no primeiro dia do "Exfest 2ª Edição"
Budah, Solveris, Afari e Mobutto & GamaGroove abriram o evento, que acontece de forma online até domingo (15)
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Talentos do rap capixaba levaram rimas, poesias e canções inéditas para o primeiro dia do "Exfest 2ª Edição", festival de música que teve início na sexta-feira (13) e vai até domingo (15). O evento, transmitido através do canal "Explicanção" no YouTube, está sendo gravado na Casa da Música Sônia Cabral, no centro de Vitória, e a reportagem do Tribuna Online foi convidada para conferir de perto as performances de Budah, Solveris, Afari e Mobutto & GamaGroove.
Acompanhado por uma banda afiada e cheia de energia, o rapper Mobutto abriu a transmissão com "Mãe", faixa do EP "Mobutto VS Mobutto" (2020).
"É uma música que fala sobre perdão, recomeço, e que dedico à minha mãe. O Dia das Mães foi há uma semana e a relação do filho com a mãe é complicada, de altos e baixos, então pude manifestar minha gratidão pelo que ela tem feito por mim, pelo que ela tem experimentado na minha criação. Comecei com essa redenção. É importante você se sentir perdoado, mais do que pedir perdão", salienta o artista.
Mobutto & GamaGroove deram sequência à performance tratando de temáticas muito presentes no único EP lançado pelo projeto, como política e preconceito racial. A parte final da apresentação trouxe uma pegada mais intimista, com direito à declaração de amor através de versos a capela.
Poesias
Afari fez um show em que usava poesias autorais para conectar seu trabalho na banda Melanina MC's com sua carreira solo. No repertório, teve canção de seu grupo, como "Crespo Áspero", do álbum "Sistema Feminino" (2018), e também músicas que ela gravou sozinha.
Para a surpresa do público, a rapper não só cantou o single "Arruaça” e a recém-lançada “Griff”, como também fez um bloco de faixas inéditas, que ainda não foram divulgadas. Tudo isso ao lado do DJ Leo Grijó, que é seu produtor musical.
"É muito importante trazer esse universo da poesia para dentro do meu repertório porque as pessoas conseguem entender essa transição da Afari protestante e militante do Melanina para a Afari que continua sendo militante, mas, agora, de uma forma mais leve, sutil e subliminar", explica a rapper.

Volta aos palcos
Atualmente formado por Magro, Leozi e 6ok, o Solveris subiu ao palco para a sua primeira apresentação após o hiato que teve início com a saída da antiga integrante, Morenna.
"Sinto uma conexão forte quando faço música com os moleques. Amo as canções de cada um, mas, quando a gente senta e faz algo junto, é uma sintonia inexplicável. O que a gente sente no palco é muito forte, um sentimento difícil de explicar", diz Magro.
O show começou com o recém-lançado medley "Solveris na Prainha". Na sequência, vieram os singles "Filme Com Meu Nome" e "Pássaros", parceria com Victor Xamã, e músicas do disco "Vida Clássica" (2018), como "Cortina" e "Jovens de Ouro".
Por fim, o trio presenteou os fãs com três canções ainda não disponibilizadas: "Hora do Show", "Morro da Bê" e "Intensa", e finalizou com o medley "Solveris na Laje", produzido por VTBeats, também presente no palco.
"São faixas que em breve vão estar saindo na pista e que quisemos mostrar em primeira mão nesse primeiro show até para aquecer para o lançamento delas, que vão começar a ser divulgadas em junho", conta Leozi.
Hits
A headliner da noite foi a cantora Budah com uma performance focada em canções autorais. O repertório trouxe hits, a exemplo de "Lingerie", "Licor" e "Terra de Buda", e as parcerias de sucesso "Dá pra ser?", com Djonga, e "Poesia Acústica 12", ao lado de nomes como Marina Sena e Filipe Ret.
A artista, que recentemente participou do projeto internacional "Colors", ainda interpretou canções que não cantava há muito tempo. É o exemplo de "Quando Eu Te Ligar", de 2019.
"A história dessa música é muito legal. Gravamos ela num quartinho do Error27, que era o estúdio que ele tinha, bem básico. Lançamos achando que teríamos 50 mil visualizações e em três semanas ela estava pegando 1 milhão. Foi surreal", lembra Budah, que exaltou o amor durante seu show.
Confira o vídeo do primeiro dia do evento:
Rock e MPB
"Exfest 2ª Edição" está só começando e, neste sábado (14), vai receber um dia de rock, com apresentações de Dan Abranches, Bella Nogueira, Auri e Cainã e a Vizinhança do Espelho. Para fechar o festival, no domingo (15), na temática folk/MPB, sobem ao palco Sthelô & Aqueles Caras, Eloá, Izar e o paulista Leo Cavalcanti.
Izar adiantou que seu show vai de músicas de seu primeiro disco, "O Amor, A Escuridão E A Esperança" (2018), até as recém-lançadas "Fake", um manifesto contra as Fake News, e "Maior que o Chão".
"Estou no processo de lançamento do álbum 'Fantástica Realidade'. Vou revelar uma música por mês até setembro. E é um prazer tocar no 'Exfest', festival que valoriza os compositores do Espírito Santo e que vai crescer a cada ano. Um respiro cultural após a pandemia, um reencontro da cena musical com muita diversidade", conta o músico.
Serviço:
"Exfest 2ª Edição"
Quando: Dias 14 (17h) e 15 (14h) de maio
Onde: Online, com transmissão da Casa da Música Sônia Cabral, em Vitória, pelo Canal Explicanção
Programação:
Dia 14 de maio, sábado:
- Bella Nogueira: das 17 horas às 17h40;
- Auri: das 18h05 às 18h45;
- Dan Abranches: das 19h10 às 20h05;
- Cainã e a Vizinhança do Espelho: das 20h30 às 21h10.
Dia 15 de maio, domingo:
- Eloá: das 14h10 às 14h50;
- Sthelô & Aqueles Caras: das 15h15 às 15h55;
- Izar: das 16h20 às 17h;
- Leo Cavalcanti: das 17h25 às 18h05.
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