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Entretenimento

Os 20 artistas capixabas mais ouvidos no Spotify


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Cesar MC, Budah e Nick Cruz |  Foto: Kadidja Fernandes / AT


A música produzida por capixabas tem atravessado as fronteiras do Espírito Santo, e a prova desse alcance está nos milhões de execuções que os artistas daqui têm acumulado no serviço de streaming Spotify, que paga, em média, US$ 0,00348 por “play”.

Para se ter uma ideia, os cinco primeiros da lista de 20 capixabas mais ouvidos da plataforma, baseada no número de ouvintes mensais, ultrapassam nomes como Gal Costa (1.523.448), César Menotti e Fabiano (1.812.786) e Lexa (1.817.637).

Com 62 anos de carreira, o cachoeirense Roberto Carlos mostra que segue sendo Rei, inclusive no mundo digital, com quase o dobro do número alcançado pelo 2º colocado, posição ocupada pelo linharense Daniel Caon.

O top 5 ainda é formado pelo cantor Silva, o DJ de trapfunk WC no Beat e Cesar MC, que comemora a forte presença de talentos do rap na lista. Além dos dois já citados, aparecem no ranking dos 20 Dudu, Budah, Tibery, Vk Mac, Noventa e PTK.

“A cena de batalha de rap tem forte contribuição para esse cenário que a gente desfruta hoje. Mas ele também existe por causa de quem veio muito antes da gente e pavimentou esse lugar”, afirma Cesar.

Única representante feminina do ritmo, Budah se destaca na lista dominada por homens, ao lado de Carol Navarro, integrante da banda de rock alternativo Supercombo. “É importante, para mim, estar entre essas pessoas, porque mostra que é possível”, salienta Budah.

O cantor trans Nick Cruz, nova aposta da música pop, também leva diversidade para o ranking, que ainda conta com o ícone da bossanova Roberto Menescal.

Do sertanejo, Bruno Rosa e Gabriel Gava são os representantes. O funk marca presença com Matt-D e Jean Du PCB, que, apesar de estar preso suspeito de estupro, segue entre os capixabas mais ouvidos. O forrozeiro Alemão do Forró e a banda Dead Fish completam a lista.

*Esclarecimento: O DJ e produtor linharense Felipe Único não tinha sido incluído no ranking da reportagem "Os 20 capixabas mais ouvidos no Spotify", publicada dia 10 de outubro em A Tribuna. Mas, segundo dados do streaming do último dia 8, ele registrou 255.691, o que o coloca na 13ª posição. Matéria atualizada no dia 8 de outubro, às 17h52.


Autor de hits nacionais


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Daniel Caon |  Foto: Divulgação
Natural de Linhares, Daniel Caon, 28, iniciou a sua carreira fazendo shows em Vitória, se destacou ao ter composições cantadas por nomes como Gusttavo Lima, Henrique e Juliano, Dilsinho e Luan Santana e emplacou os sucessos "Fala Mal de Mim", com Pedro Sampaio e Wesley Safadão, e “Não Se Envolve”, com Kevinho. Na última semana, lançou "Luz Apagada". “A composição me trouxe uma bagagem muito importante em relação a repertório, a descobrir um som que eu me encaixasse”, salienta ele, que mora em Goiás há 3 anos.

Prestes a se mudar para São Paulo, o ex-sertanejo, que agora se considera um cantor de pop funk, comemora o espaço conquistado e, para o ano que vem, promete EP audiovisual com grandes participações. “Sempre sonhei com isso e tenho trabalhado muito pesado para entregar o melhor em relação à música e clipe. Ver a galera consumindo o som que estou fazendo é fantástico”.


Rap contra injustiças


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Cesar MC |  Foto: Kadidja Fernandes / AT

Tímido, Cesar MC, 24, se engrandece através de seu talento, ao versar com braveza contra o preconceito e injustiças. Cria das batalhas de rap, o capixaba que nasceu e foi criado no Morro do Quadro, em Vitória, teve sua vida transformada ao vencer o Duelo de MCs Nacional 2017.De lá pra cá, emplacou “Canção Infantil”, com participação de Cristal, e “Eu precisava voltar com a Folhinha”. A última, aliás, está no seu disco de estreia, "Dai a Cesar o que é de Cesar”, lançado em setembro e com participações de Emicida e Djonga.

“Fé a gente sempre teve de ser ouvido. Talvez, não imaginasse que nessa proporção, mas tinha fé e ousadia para se caso acontecesse. E a sensação é de gratidão mesmo. Tenho uma pequena percepção do quanto influencio pessoas, pois, toda vez que encontro alguém na rua e troco ideia sobre o quanto a música teve efeito na vida dela, fico novamente surpreso”.

Através do rap, o artista tem conseguido realizar muitos sonhos. “A música me possibilitou coisas que não imaginava que conseguiria, desde poder estar ajudando em casa até pisar nos lugares onde pisei”, conta ele, que não planeja deixar Vitória tão cedo.

“Pela questão de ritmo  frenético, entendo que possa ser necessário, às vezes, passar um tempo ou morar em outro lugar. Só que aqui é o único lugar em que eu realmente me sinto em casa. Gosto muito de morar aqui, me sinto bem aqui e, enquanto for possível essa conciliação, vou conciliando e me mantendo aqui”, afirma.


Herança musical


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Silva |  Foto: André P./Divulgação
De família de músicos protestantes, o cantor, compositor e multi-instrumentista capixaba Silva, 33, chegou a estudar música erudita e hoje é um dos expoentes da MPB contemporânea. Comemorando 10 anos de carreira com o recém-lançado disco “De Lá Até Aqui”, o artista natural de Vitória possui hits como "A Cor É Rosa", "Um Pôr do Sol na Praia”, com participação de Ludmilla, e "Fica Tudo Bem”, gravado com Anitta.”Minha música foi que guiou meu destino e hoje estou aqui, vivendo dela e por ela”, afirma.

Entre os momentos mais marcantes de sua carreira, ele destaca a primeira vez em que tocou fora do Brasil, lotando a Estação do Rossio, em Lisboa, Portugal, e quando dividiu o palco com Lulu Santos no Rock In Rio de 2019. “Gravar com João Donato foi, certamente, um dos momentos mais emocionantes para mim até hoje, ele é um dos meus maiores ídolos da vida”, conta ele, referindo-se à canção “Quem Disse”, presente no álbum “Cinco” (2020). 


Destaque do R&B


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Budah |  Foto: Kadidja Fernandes / AT

Através da internet, Brendha Rangel, 24, fez seu nome. Mas não o de batismo. Para o público, a moradora de Cariacica é Budah, um dos grandes nomes do R&B brasileiro. Apoiada pela família e abraçada pelo movimento negro nas redes sociais, ela acredita que foi escolhida pela música. “Em algum momento da minha vida, eu percebi que podia só fazer aquilo e não me desdobrar entre ter um emprego comum e ir para o estúdio depois dele”, conta.

Intérprete de "Licor", "Lingerie" e "Acabou”, ao lado de Lourena e Azzy, ela reivindica o espaço da mulher na música. Única representante feminina do rap na lista dos 20 capixabas mais ouvidos do Spotify, ela tem apostado em parcerias com outras cantoras. Para Budah, uma forma de aumentar a presença delas na cena.

“Mostra que a gente também se une como os homens no rap e no R&B. Com isso, mostramos que não tem essa de ter só uma em destaque. A gente vai subindo a escada e puxando a mão das outras. Talento, nós temos. Entregamos uma boa qualidade musical tanto quanto qualquer cara por aí, às vezes até melhor. Basta a galera abrir o olho e se atentar ao nosso esforço, que é muito”, conclui a artista, que está em fase de produção de um EP com grandes participações.


Promessa do pop


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Nick Cruz |  Foto: Kadidja Fernandes / AT

Foi cantando suas vivências e experiências enquanto homem trans que Nick Cruz, 23, se tornou uma das promessas do pop brasileiro. Natural da Serra, ele assinou, em 2019, contrato com a Warner Music, gravadora pela qual lançou "Sol No Peito", "Então Deixa" e a nova “Cato Cato”, parceria com a cantora trans Urias. Um dos poucos representantes da comunidade LGBTQIA+ na lista de 20 capixabas mais ouvidos no Spotify, ele sabe que a sorte foi uma grande aliada em sua trajetória. 

“Tive a sorte de conhecer o Bruno Caliman, um dos maiores compositores do Brasil e que mora em Vila Velha. Creio que, se isso não tivesse acontecido, talvez eu não estaria na cena. É muito difícil crescer no Estado, principalmente nós, pessoas LGBTQIA+ que vivem à margem da sociedade”.

O cantor, que teve a vida musical e social baseada em pessoas e vivências cisgêneras, reitera a importância da representatividade. “Ela inspira outras pessoas a estarem buscando esse mesmo caminho. Pensam: ‘Se o Nick conseguiu, eu também vou conseguir”. Já encontrei com vários meninos trans aqui no Estado e dá para ver um brilho no olhar, sabe? Um brilho que eu, particularmente, não tive no passado, por não encontrar um cara trans que fosse cantor”.


Ranking de artistas do Espírito Santo (em número de ouvintes mensais - em 1º/10/20)


1 – Roberto Carlos (3.822.875)


2 - Daniel Caon (1.981.208)


3 - Cesar MC (1.926.721)


4 - Silva (1.888.359)


5 - WC no Beat (1.846.594)


6 - Dudu (1.403.268)


7 - Matt-D (1.309.925)


8 - Budah (750.823)


9 - Tibery (673.647)


10 - Supercombo (585.257)


11 - Bruno Rosa (308.019)


12 - Vk Mac (298.631)

13 - Felipe Único (255.691)


14 - Gabriel Gava (251.236)


15 - Alemão do Forró (250.068)


16 - Jean Du PCB (219.345)


17 - Noventa (177.401)


18 - Nick Cruz (143.112)


19 - Dead Fish (128.496)


20 - Roberto Menescal (123.541)


21 - PTK (120.084)

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