Nova versão de clássico do terror estreia nos cinemas
“Nosferatu”, de 1922, foi a primeira produção cinematográfica a apresentar um vampiro como elemento central
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O ano começa com uma estreia de arrepiar nos cinemas! A partir de hoje, chega às telonas “Nosferatu”, aguardada adaptação do clássico do terror, de 1922, dirigido por F.W. Murnau, e que foi a primeira produção cinematográfica a apresentar um vampiro como elemento central.
A nova versão tem direção e roteiro do aclamado Robert Eggers, reconhecido por obras do gênero, como “A Bruxa”, “O Homem do Norte” e “O Farol”. Quem herda o lendário manto do Conde Orlok é o sueco Bill Skarsgård, que ficou marcado pelo papel de Pennywise em “It - A Coisa” e sua sequência, “It - Capítulo 2”.
Segundo o próprio astro, a caracterização do vampiro romeno será ainda mais assustadora do que a realizada para o emblemático palhaço. Até ele mesmo se surpreendeu com o tamanho da transformação, que foi feita com maquiagem e próteses.
“Fiquei apavorado só de olhar para a imagem. Parecia tão diferente de mim, muito mais do que Pennywise. Eu fiquei preocupado que pareceria peças protéticas gigantes sem vida. Depois do segundo teste de câmera foi a primeira vez em que senti que a câmera estava viva, e eu podia começar a me tornar essa criatura. Robert veio até mim depois e disse: 'Lá está ele'!”, lembrou.
“Nosferatu” apresenta a obsessão entre uma jovem amedrontada, na Alemanha do século XIX, e o vampiro aterrorizante que a persegue, trazendo um horror incalculável a todos que a cercam. Ellen Hutter é vivida por Lily-Rose Depp, filha do ator americano Johnny Depp e da cantora e atriz francesa Vanessa Paradis.
Marido da personagem, o corretor Thomas Hutter é interpretado por Nicholas Hoult, de “Renfield - Dando Sangue pelo Chefe”. Ele falou sobre sua participação no longa.
“Eu já era fã dos filmes de Robert quando entrei no projeto. Queria fazer à visão dele, porque é algo que ele desejava fazer desde os 8 anos de idade”.
E a ideia do diretor era entregar um romance obscuro, mas sem deixar de lado o pavor. “Nossa intenção é fazer algo que seja gótico e romântico, mas que [também] seja um filme de terror realmente assustador”, assegurou o cineasta Robert Eggers.
Aaron Taylor-Johnson (“Trem-Bala”) e Willem Dafoe (“Pobres Criaturas”) completam o elenco.
CURIOSIDADES
Adaptação não autorizada
Um dos maiores clássicos do expressionismo alemão, “Nosferatu”, de F. W. Murnau, é uma adaptação não autorizada de “Drácula”, romance de terror gótico escrito pelo autor irlandês Bram Stoker. A produção de terror mudo foi a primeira representação cinematográfica de um vampiro, em 1922.
Presente inusitado
O ator Nicholas Hoult revelou que ganhou a prótese peniana usada por Bill Skarsgård numa das cenas mais importantes da dupla. O objeto foi um presente do diretor Robert Eggers.
“Eu tenho o pênis do Conde Orlok emoldurado em casa. Tem uma cena em que o personagem do Bill suga o meu sangue, e Robert perguntou: ‘Como foi?’ Eu respondi: ‘Acho que senti o pênis protético dele na minha perna.’ E aí, como presente, Rob emoldurou o negócio e mandou para minha casa”.
Não era primeira opção
Filha de Johnny Depp, Lily-Rose Depp não foi a primeira opção para o papel da jovem atormentada Ellen Hutter, mas sim a atriz Anya Taylor-Joy, que protagonizou dois grandes títulos de Robert Eggers: “A Bruxa” e “O Homem do Norte”.
Em 2021, foi confirmada a contratação de Anya para o filme, mas, no ano seguinte, a estrela abandonou o projeto. Especula-se que sua agenda lotada impossibilitou a atuação.
Milhares de ratos!
Para trazer realismo ao filme, Nicholas Hoult revelou que a produção do projeto trouxe uma enorme quantidade de roedores para algumas cenas.
“Acho que tínhamos uns 5 mil ratos. Todos eles foram treinados, e eu fiquei tipo: 'você não poderia ter treinado todos eles'. Era meio fedorento. Felizmente, eu só tive que passar por eles”, lembrou ao The Hollywood Reporter.
Elogios da crítica
O filme obteve uma notável taxa de aprovação de 86% no Rotten Tomatoes, site agregador de críticas, e recebeu elogios por sua abordagem ao terror gótico.
“Eggers nos deu uma versão magnífica para os dias atuais, com raízes que se estendem por um século”, escreveu o The Hollywood Reporter.
Segundo o The Guardian, “trata-se de uma elaborada e detalhada carta de amor ao original, inteligentemente respeitosa e fiel”.
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