Viagem musical com orquestra de cantores cegos
Apresentação gratuita, de quarta (02) a sexta (04), no Teatro da Ufes, contará com repertório sobre a diversidade da oralidade popular
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Estalos de dedos, palmas, batidas dos pés no chão e movimentos que lembram um bailarino brincante são os recursos utilizados pelo maestro Thomas Davison para reger a Orquestra Brasileira de Cantores Cegos.
Formado por 16 cantores cegos, o conjunto retorna aos palcos com repertório inédito e que propõe uma viagem musical por comunidades tradicionais de todas as regiões do Brasil.
As apresentações gratuitas acontecem de quarta (02) a sexta-feira (04), sempre às 19h30, no Teatro da Ufes, em Goiabeiras.
“O ponto de partida do trabalho é a diversidade da oralidade popular brasileira. A gente parte de uma pesquisa feita pela Renata Mattar, que circulou o Brasil e colheu 20 canções de Norte a Sul do País”, explica a diretora cênica e artística Rejane Arruda.
O repertório passa por Alagoas, com as fiadeiras de algodão quilombolas de Arapiraca; pelo congo do Espírito Santo; pela Bata do Feijão e a Roda Pisada da região da Bacia do Jacuípe (BA); pela embolada de Sergipe; e pelo fandango caiçara típico do sul de São Paulo e do norte do Paraná.
O grupo de cantores cegos será acompanhado pelo som de um piano de cauda, mas também de nove atores videntes (pessoas que enxergam), da Cia Poéticas da Cena Contemporânea e que realizarão diversas ações. Balões e bengalas serão outros elementos em cena.
“É a união do canto coral com o teatro contemporâneo”, diz Rejane, que, nesse aspecto, contou com a colaboração de André Stefson na iluminação e de António Apolinário na direção de arte.
Haverá ainda a participação especial do ator e cantor cego Antonio Fadini, com um testemunho de vida homenageando seu pai junto ao arranjo de “Pai Mané”.
Criada no ano passado, a Orquestra Brasileira de Cantores Cegos é formada por 16 talentos descobertos por Rejane a partir de uma busca feita, principalmente, em grupos de WhatsApp.
“Queremos dar visibilidade a essas pessoas, trazer a perspectiva de que elas podem contribuir para a cultura do Espírito Santo”, salienta.
O cantor Manoel Peçanha Nascimento, 55, é um dos integrantes do projeto. Natural de Atílio Vivácqua, ele canta desde pequeno e já participou de diversos festivais cantando sozinho.
“Cantar com a orquestra é um momento imensurável para a minha história. Somos um time, em que todo mundo faz gol junto. Sempre foi meu sonho falar para multidões”.
Serviço
Orquestra Brasileira de Cantores Cegos
O quê: Apresentação inédita do grupo formado por 16 cantores cegos, acompanhados pelo som de um piano de cauda. A performance contará ainda com atores da Cia Poéticas da Cena Contemporânea.
Quando: De quarta (02) a sexta-feira (04), sempre às 19h30.
Onde: Teatro da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Av. Fernando Ferrari, Goiabeiras, Vitória.
Quanto: Ingressos gratuitos. Distribuição uma hora antes de cada sessão. Serão distribuídos 300 ingressos em cada sessão.
Clas.: Livre.
Inf.: (27) 99609-8181 (WhatsApp).
Acessibilidade
As pessoas com deficiência podem enviar uma mensagem para o número de WhatsApp da organização para reserva de ingressos e alinhamento sobre as condições de acolhimento durante a chegada ao local da apresentação e na acomodação para assistir ao espetáculo.
Recursos de acessibilidade estarão disponíveis e incluem a audiodescrição para pessoas cegas, a presença de intérpretes para fazer a tradução simultânea em Libras e também o espaço sensorial para pessoas no espectro autista.
O Teatro da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) é um local acessível que possui elevador, rampas, banheiros adaptados e lugares reservados para a acomodação de pessoas com deficiência física.
Fonte: Associação Sociedade Cultura e Arte.
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