“Meu combustível é o desafio”, afirma a atriz Lucy Ramos

Quando ela fala sobre trabalho duro ou aceitar os desafios da vida com coragem, de peito aberto, não está brincando. Da infância pobre, em São Paulo, chegou às novelas brasileiras.

“Na minha vida sempre fui assim. Meu combustível é o desafio, o novo”, diz Lucy Ramos, que, dessa vez, precisou de agilidade e precisão nos passos para vencer.

E venceu! A bela atriz de 38 anos contou com a ajuda do público para vencer uma competição de dança no último domingo. “Amo dançar, mas nunca fui profissional. Arriscava uns passinhos e estava ótimo! O novo sempre assusta e sair da zona de conforto causa insegurança. Mas é exatamente esse sentimento que me impulsiona. E, ao mesmo tempo que causa o frio na barriga, me incentiva”, salienta ela.

Lucy: "Além da paixão pelos ritmos e a superação diária, a dança me fez aprender a lidar melhor com a frustração” |  Foto: Jeff Porto/Divulgação

Nascida em Pernambuco, mas criada em São Paulo desde os 5 anos de idade, a atriz se dedicou ao máximo, destacou os aprendizados, mas assume que tinha os olhos voltados para a vitória!

“Sou dedicada em tudo que faço. Me jogo de cabeça mesmo! E quando topei entrar, queria um bom resultado. Esse retorno do público e da crítica é o resultado de um esforço coletivo. O importante é o processo dessa caminhada, estou aprendendo muito. Óbvio que participar é maravilhoso, mas ganhar é ainda melhor, não vou mentir”, diz, aos risos.

“Lutei muito para conseguir o meu espaço, me aceitar”

AT2 Quando foi convidada para o “Dança dos Famosos”, você ficou com medo?

Lucy Ramos A primeira sensação foi de felicidade, baixando a adrenalina, não vou negar, deu um medinho sim (risos). Amo dançar, mas nunca fui profissional. E eu sabia que no “Dança dos Famosos” seria algo profundo e desafiador. O novo sempre assusta e sair da zona de conforto causa insegurança. Mas é exatamente esse sentimento que me impulsiona.  

O que a dança trouxe para a sua vida?

Além da paixão pelos ritmos e a superação diária, a dança me fez aprender a lidar melhor com a frustração.

Você tem um discurso potente sobre racismo. Acredita que a TV está dando mais oportunidades?

As coisas estão mudando. Não na velocidade que eu gostaria, mas estão caminhando, mesmo que a passos de formiguinha, o que já é um progresso. Temos já negros protagonizando novelas e ocupando papéis importantes nas tramas. Temos aí uma evolução e me emociona ver o resultado de tanta luta sendo reconhecida não apenas na TV, como na sociedade.    

O que diria para as meninas negras que se inspiram em você? O que significa para você ser uma inspiração?

Um privilégio e uma grande responsabilidade. Minha vida sempre foi de muita batalha. Lutei muito para conseguir o meu espaço, me aceitar e me orgulhar de quem sou. Hoje, aos 38 anos, olho para minha história e me emociono com as minhas conquistas. Então meu conselho seria: meninas, acreditem em vocês, orgulhem-se de quem são e jamais deixe ninguém diminuí-las. Valorizem-se e reconheçam seus potenciais.

Você está no ar em “A Força do Querer”. Você gosta de se rever em trabalhos antigos?

Antigamente não curtia. Por ser muito crítica, achava que poderia ter feito melhor e sofria. Mas hoje em dia assisto numa boa.

Qual é o seu maior sonho?

Poderia dizer que é continuar trabalhando no meu ofício, ter bons trabalhos... Mas nos dias atuais, acho pequeno demais. Vivemos em tempos em que lidamos com o oculto de um vírus que não escolhe cor e nem classe social. Não consigo pensar em outra coisa que não seja essa tão esperada vacina.

O QUE ELA DIZ

Ficha não caiu

Em seu Twitter, a atriz falou sobre a conquista no “Dança dos Famosos”. “A ficha ainda não caiu, mas sei que estou muito feliz e muito grata também!”.

Visualizou o troféu

“Eu acredito muito na força do pensamento. Eu me visualizei ali com o troféu, no palco, emocionada e agradecendo. Mas para que isso pudesse acontecer, eu tinha que fazer a minha parte, que era me dedicar e ensaiar muito, muito... E foi o que eu fiz”.

Carreira de atriz

“Fui aprendendo aos poucos, e com o tempo, o que é de fato a carreira do ator. E é muita ralação, tem que estudar muito, não paramos nunca. Muita gente só vê a fama, mas não é só isso”, disse Lucy recentemente.

Caseira

“Somos muito caseiros, gostamos de assistir a séries, jogar um baralhinho e ficar juntos. Mesmo antes da Covid, se tivéssemos de escolher entre ficar em casa e sair, sempre ficávamos em casa”, contou ela sobre a rotina com o marido há 13 anos, o ator, diretor de teatro, cineasta e roteirista Thiago Luciano, de 40 anos.

Guerreira

“Minha mãe era faxineira e éramos nós quatro em casa. Ela era muito guerreira, muito mesmo, porque chegou em São Paulo e não conhecia ninguém. Ela passou por muitas dificuldades, desenvolveu até um quadro de depressão. Ela passou por muitas coisas, mas conseguiu ter um cantinho e nos trouxe depois para a cidade”, relatou sobre a mãe, Lúcia Maria Ramos.

Projetos

“De concreto, por enquanto, o filme “O Segundo Homem”, com a direção do Thiago Luciano. Na história, farei a professora Solange, uma mulher que desenvolve síndrome do pânico”.

Vilania

“As vilãs me encantam.  Sou apaixonada por elas (risos). Mas, como atriz,  gosto de contar histórias e fazer as pessoas se reconhecerem e se emocionarem. Gosto de ter bons papéis e de ter o que dizer”.