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Entretenimento

"Luxo é ter tempo”, afirma Babi Xavier


Para Babi Xavier, luxo não é apenas gozar do conforto e das facilidades que o dinheiro proporciona. Segundo a apresentadora, atriz e cantora de 46 anos, a definição é outra. “Luxo é ter tempo”, afirma ao AT2.

E continua: “Ficou muito claro para mim que luxo é ler bons livros e cantar onde estiver. Luxo é olhar nos olhos da minha filha, orar com ela, acompanhar seus sonhos, sua maturidade”, completa Babi, se referindo à filha Cinthia, de 9 anos.

Imagem ilustrativa da imagem "Luxo é ter tempo”, afirma Babi Xavier
Babi Xavier: "Sexualidade é algo que se tem sempre a descobrir, até o último momento. Nunca pense: 'parei por aqui'" |  Foto: Divulgação/David Arrais

E o luxo de voltar a cantar em um palco, Babi alcançou recentemente. Em janeiro, ela apresentou o show online “Música, Letra e Dança”. No repertório, canções de Marina Lima. “Nunca me senti tão livre e solta. Não cantei como uma atleta da voz, mas com o coração”, relembra ela, que participou do reality “Popstar” em 2019.

Durante a eliminação do programa, uma cena arrancou suspiros do público: Cinthia, na época com 7 anos, subiu ao palco e consolou a mãe. “Esse é o amor mais lindo que conheci. É minha grande companheira de vida!”, diz Babi.

Mas cantar não é o único plano da artista. Ela vai dar vida à personagem Bertha, no filme “Vitrine Humana”. O longa é baseado no livro homônimo de Silvio Cerceau e trata sobre garotos de programa.

“Ainda esperamos ver como vai ficar filmar nas ruas de Belo Horizonte em um momento pós-pandemia”, conta a artista, que estuda Psicologia, é youtuber e estreou podcast ao lado da psicóloga Paula Lessa Muniz.


“Somos seres desejantes”


AT2 Disse que está na moda o luxo de se querer bem e querer bem ao mundo.

Babi Xavier Sua pergunta é muito boa e requer muitas palavras e provavelmente não conseguirei cobrir todos os aspectos (Risos).

Há reais vantagens no amadurecimento dessa vida, na experiência de ser mãe da Cinthia, de ter seguido trabalhando com arte e comunicação e também de estudar a Psicologia. Com a pandemia, ficaram bem claras todas as coisas e momentos que me são caros no sentido de serem especiais, reconfortantes, reafirmadores, ricos, portanto.

Luxo, pelo exclusivo lado financeiro, é um desejo quase que unânime. Mas isso nos é transmitido sem cuidado, sem te contarem a verdade de que tudo seu que está em jogo. O quanto tudo isso custa do seu tempo, do seu emocional, do seu organismo, das suas relações, dos seus reais desejos que são só seus.
Ficou muito claro para mim que luxo é ler bons livros, cantar onde eu estiver, trabalhar com pessoas focadas e motivadas a espalhar o bem, olhar nos olhos da minha filha, orar com ela, acompanhar seus sonhos, sua maturidade, telefonar (já que não posso encontrar pessoalmente) para amigos e acolhê-los nos momentos difíceis, falar "eu te amo" e "estou com saudades", apresentar pessoas para que sejam parceiras em seus interesses em comum, ajudar, pôr pra cima, promover qualidade de vida de dentro para fora.

Ainda, luxo, para mim, não é só poder caminhar descalça na areia da praia, mas na areia limpa da praia. Isso sim é um sonho, mas é mais difícil.

Sabe, tem detalhes nas minhas significações que fazem a diferença na hora de desejar as coisas. Sobre os desejos, às vezes intuo que tenho que aprender a prestar atenção e a valorizar certas coisas, as coisas que me são certas e me trarão paz, para então me habituar a desejá-las. Ou será que jamais poderemos orientar partes de nossos desejos?

Luxo, também, senão principalmente, é ter tempo. Só que a gente já anda, faz tempo, se matando para dar conta de mais e mais coisas em menos tempo. Ora, estamos correndo para quê? Essa conta não fecha. Não se fabrica tempo. Para perceber qualidade na vida é preciso de tempo. E, para se ter a ilusão de que uma escapada em Paris é que é vida, o sujeito se mata de trabalhar e não larga o celular de jeito nenhum, afinal, se ele "perder" um detalhe do trabalho dele ou do caminho do dinheiro dele, o mundo - o ritmo de produção - dele pode cair, e não vai ter Paris de novo. Vai ter o corpo em Paris de vez em quando e a cabeça sempre no trabalho, que ele já aceitou que não pode parar hora alguma.

Nessa era digital, presença é poder, então a gente fica agarrado aos dispositivos e tudo e todos à volta ficam para depois. O que será que é luxo, nesse contexto? Ter números altos de seguidores e ter que gravar ações digitais até a madrugada para enchê-los de conteúdo 24 horas por dia no maior número de plataformas? Buscar conteúdo 24 horas por dia, registrando em video e áudio e imagens, todos os seus passos? Um reality público de si? Que horas você apreende a experiência? O que você leva nessa vida, além de um carregador e um HD externo?

Excluímos muitos idosos das nossas vidas todos os dias, a cada atualização de aplicativos. Eles não acompanham a correria e nós não desaceleramos nem para garantir a saúde. "Somos carbono, e não silício", já ouvi uma vez. Não há mais a conversa olho no olho sem dar uma conferida no mundo virtual afora. Como essa resposta está virando um tratado, pararei por aqui...

No início da pandemia, disse que se sentiu em prisão domiciliar. Como está hoje?

Puxa, e quem será que não se sentiu assim, né?! Perder a liberdade de ir e vir foi muito sério. Ter uma ameaça que pode ser vivida de forma assintomática, mas que também pode matar, é tenso. Fomos feitos para sair e congregar, encontrar o outro e nos constituir a partir disso: das nossas trocas . A Covid-19 detonou com muitas vidas e com a qualidade de vida de todos.

O que vai tirar de aprendizado ao fim da pandemia?

Nunca deixar de lado a esperança, o perdão e sempre agradecer.

Completamos um ano de pandemia no País. Acredita que nada será como antes ou tudo vai continuar como era até março de 2020?

Contradizendo Elis Regina, tomara que ainda não sejamos os mesmos nem vivamos como nossos pais. Gente, muito há de mudar! Temos que fazer diferente! Do jeito que estava, deu no que deu. A mudança tem que ser desejada por cada pessoa e vir de dentro. Está aí o maior desafio social.

Como foi a volta aos palcos como cantora?

Eu não consegui cantar no início da pandemia, apesar de ter recém-vivido o "Popstar" e estar cheia de planos. As pessoas pediam nas redes e eu não consegui. Acho que canto quando estou feliz.

Depois de compreender que a vida continuou, só que muito mais difícil, a minha reação foi marcar a live, me preparar, fazer o teste da Covid e ir performar. Nunca me senti tão livre e solta como naquele show. Estava valorizando, saboreando cada instante. Não cantei como uma atleta da voz, mas com o coração. Fui para casa com uma sensação excelente de força, de boa reação a tudo que está nos sendo imposto. Fui de máscara porque estava no Uber.

O repertório do show tinha apenas canções da Marina Lima. Por quê?

A escolha das músicas de cada uma foi numa reunião, todas juntas - eu, Carol Fazu e Helga Nemetik - com o nosso diretor musical e baixista da banda, Liminha. Eu pude escolher músicas que me marcaram, como "Virgem" (fui ao show de lançamento em 1988. Eu tinha 14 anos!), "Nightie Night" (que eu cantei com o Vinny Bonotto, ao vivo, no meu "Programa Livre", no SBT, em 2001) e "Não Sei Dançar" (que tem a ver com como me sinto em relação a essa pressa toda do mundo). "Criança" tem um loop que me marcou muito quando foi lançada!

Sobre a Marina, eu me identifico muito com ela! Ela representa tudo que quero transmitir quando estou cantando! Ela é pura emoção, letras instigantes, atitude!

Ela é puro rock e elegância, o masculino, o feminino, o amor e o sexo em totalidade. Ainda que algumas de suas músicas falem de desencontros, elas me lembram das apostas que fazemos na vida e de que tudo valeu a pena. São músicas para ouvir onde estivermos, com quem estivermos, e isso é muito especial! Fui a shows dela em diferentes formatos, lugares, e eu estava em diferentes momentos da minha vida, e todos foram imperdíveis! Marina é artista e musa ao mesmo tempo. Ela é rara!

Em outubro, seu 1º álbum, “Do Jeito Que Eu Quero”, completa 19 anos. Que lembranças guarda da gravação do disco?

Foi muito bom, porque me fez amadurecer e conhecer um pouco da indústria, do empresariado musical. Foi um sonho realizado ouvir músicas com a minha voz, e músicas inéditas! Nem preciso dizer que ter o Chico Buarque no dueto de "O Que Será" foi mais do que eu podia sonhar, né?!

Buscar o repertório foi trabalhoso e nem sempre os olhares meus, dos produtores do disco e da gravadora se encontravam. Foi um aprendizado muito bom! Fiz tudo com muita vontade de fazer shows e começar a escrever letras, mas eu tinha contratos que não me permitiam a liberdade de ter datas para marcar shows. Se fosse nos dias de hoje, com a devida estrutura, eu estaria fazendo lives musicais frequentemente.

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Como foi o convite ao Chico?

Ele estava em Paris e consegui o número dele! Foi uma conversa ótima, porque ele foi receptivo e eu sabia muito bem o que propor. No dia da gravação, achei até que estava sem voz, daí o produtor dessa faixa, Ricardo Feghali, maravilhoso, me tranquilizou. Disse que eu podia gravar outro dia. Mas isso, definitivamente, não era opção para mim! Imagina, gravar cada um num dia! (Risos) Gravei como estava e foi o que precisava! Foi lindo!

Gravar com o Chico era um sonho seu. Quais são os seus sonhos neste momento?

Quero voltar a morar em São Paulo. Quero me formar em Psicologia e ter a liberdade tanto de clinicar quanto de articular com tudo que sei de 28 anos de meio artístico. Eu quero ver a minha filha crescer linda e potente, com muito a fazer por esse mundo.

Por que psicologia?

A psicologia conversa muito com a arte, que, à sua maneira, salva a gente. São valorizações irmãs acerca do que é ser humano. Ainda não sei a área que vai me fisgar. (Risos)

Imagem ilustrativa da imagem "Luxo é ter tempo”, afirma Babi Xavier
Babi Xavier e a filha Cinthia. |  Foto: Acervo Pessoal
Acha que Cinthia vai seguir o caminho da mãe?

Ela está com nove anos e é super musical e artística, mas será o que ela quiser. Eu ofereço para conhecer as coisas, mas ela tem o ritmo próprio, então, está livre para tomar suas decisões. Criança é muito divertido! Ela já quis “ser” muitas coisas quando crescer, de cozinheira a veterinária, passando por youtuber e arquiteta.

Apresentou o programa “Erótica”, na MTV Brasil. Daqui a uns anos, sua filha será adolescente. Vai ser para ela uma “irmã mais velha”, como era para seu público?

Meus telespectadores tinham suas famílias, suas histórias e também tinham a mim e ao Jairo Bouer como fonte segura de boa informação, pela MTV Brasil. Seria bom ter isso para ela, também: um misto de diversão, descontração e informação certeiras, construtivas para a autoestima.

Se eu for a irmã dela, ela não terá mãe nesse momento tão importante, concorda? Não abro mão de ser a mãe que a minha mãe foi para mim, maravilhosa para esclarecer as coisas, mas com mais plug-ins e atualizações por causa da geração da Cinthia. (Risos)

Se você criar uma criança com confiança em si, em seu coração, seu sentido de lar, cheia de amor e a certeza de seus direitos, boa parte do desafio de educar estará consolidado como bem-sucedido, pois todas as suas decisões poderão ser baseadas nessas coisas.

Sabe tudo sobre sexo ou há ainda o que descobrir?

Sexualidade é algo que se tem sempre a descobrir, até o último momento. Nunca pense: “parei por aqui”. Somos seres desejantes, recalcados, sublimados, dopados, mas, em natureza, desejantes dessa vida e da continuação dela de alguma forma.

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