Jurados detalham decisão que condenou Diddy e explicam limites das acusações avaliadas
A nova série documental da Netflix, Sean Combs: O Acerto de Contas, trouxe ao público, pela primeira vez, relatos de dois jurados que participaram do julgamento de Sean "Diddy" Combs neste ano. Eles detalham como chegaram ao veredicto dividido que condenou o artista por duas acusações e o absolveu de outras, e ressaltam que episódios de violência doméstica, apesar de amplamente divulgados, não estavam entre os crimes avaliados.
O julgamento começou em 5 de maio de 2025, em Nova York (EUA), e analisou denúncias de transporte para fins de prostituição, tráfico sexual mediante força e associação criminosa. Após três dias de deliberações, o júri concluiu, em 2 de julho, que Combs era culpado apenas pelas duas acusações ligadas ao transporte para prostituição.
Ele foi absolvido das imputações de tráfico sexual e de crime organizado. A decisão resultou em quatro anos de prisão, já incluindo tempo cumprido -iniciado em setembro de 2024.
Uma das juradas ouvidas no documentário, identificada como Jurada 160, afirmou que o caráter das acusações pesou diretamente no resultado. Ela comentou que, embora o vídeo que mostra Combs agredindo a então namorada Cassie Ventura fosse "inexplicável e imperdoável", esse episódio não fazia parte da denúncia. "Não era isso que estávamos julgando", disse ela. A jurada também revelou ter crescido ouvindo artistas ligados ao produtor, o que, segundo ela, não interferiu no voto.
Já o Jurado 75 contou que chegou ao caso sem conhecer a trajetória do músico. Ele afirmou ter ficado perplexo com a dinâmica de Ventura e Combs, que mantiveram um relacionamento de mais de uma década, marcado por idas e vindas mesmo após episódios de agressão. No documentário, ele descreve a relação como "confusa" e disse que o comportamento do casal após as brigas, incluindo trocas de mensagens e viagens, levantava dúvidas entre os jurados.
Ambos relataram que já esperavam uma repercussão intensa após o anúncio do veredicto. A Jurada 160 lembrou do momento em que o grupo chegou ao consenso: "Eu disse 'ferrou'. Sabia que isso teria impacto."
A equipe de Diddy criticou duramente a série. Em comunicado divulgado em 1º de dezembro, representantes do artista chamaram o projeto de "ataque vergonhoso" e acusaram a Netflix de utilizar imagens particulares sem autorização. "É injusto e ilegal", diz a nota, afirmando que ele pretende contar sua história por conta própria.
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