“Zootopia 2” retoma debate sobre preconceitos
Continuação usa o mundo animal para refletir tensões humanas e acusações ao estúdio
Na esteira das continuações de animações vistas na última década, sobretudo “Moana 2”, lançado no ano passado, a Disney agora retorna à cidade dos animais com o filme “Zootopia 2”, que estreia quase 10 anos após o primeiro título da franquia.
A sequência reforça o debate sobre preconceitos e estereótipos que já existia na obra original, mas agora em um momento em que o estúdio vem sendo acusado por grupos conservadores de promover a chamada agenda “woke”, de quem se engaja na defesa de grupos minorizados.
Após as críticas, a empresa retirou diversidade e inclusão como critérios para definir a remuneração de seus executivos e se viu alvo de uma investigação ordenada pelo presidente Donald Trump sobre práticas consideradas discriminatórias no âmbito dessas iniciativas.
“Embora seja uma cidade de animais, ela funciona como espelho da natureza humana, uma forma de olharmos para nossas questões enquanto pessoas e, quem sabe, refletirmos sobre isso”, diz Jared Bush, diretor e roteirista de “Zootopia”, que assinou também os roteiros de “Encanto” e “Moana”, outros filmes elogiados por questões ligadas à diversidade.
Em “Zootopia 2”, a coelha policial Judy e a raposa Nick investigam o desaparecimento dos répteis da cidade e tentam entender por que a chegada de uma cobra chamada Gary causou tanto espanto entre os moradores.
O novo personagem é uma víbora, figura frequentemente associada à maldade e à traição. Mas, como em toda fábula, o filme busca ensinar que nem todo mundo é aquilo que parece.
No primeiro “Zootopia”, de 2016, espécies de animais convivem em harmonia, apesar de julgarem umas às outras. O primeiro filme parte dessa dinâmica para debater estereótipos – uma ovelha, por exemplo, embora associada por todos a uma presa dócil, mostra ser uma figura malvada.
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