Montanha-russa de emoções com “Avatar 3”
Trazendo novas tribos, terceiro capítulo da franquia chega hoje aos cinemas como um dos lançamentos mais aguardados do ano
Um dos lançamentos mais aguardados do ano, “Avatar: Fogo e Cinzas” chega hoje aos cinemas do Espírito Santo com novas tribos cruzando o caminho da família Sully.
O terceiro capítulo da franquia de ficção científica que mudou Hollywood por conta de suas inovações continua trazendo cenas que exploram ambientes naturais exuberantes, criaturas bioluminescentes e sequências de ação.
Contudo, a trama vai desbravar o bioma grandioso e biodiverso da região vulcânica de Pandora, onde a sobrevivência depende do fogo. É nele que Jake Sully (Sam Worthington) e Neytiri (Zoe Saldaña) vão enfrentar uma nova ameaça: o Povo das Cinzas.
Depois de guerrear contra a RDA e lidar com a perda de seu filho mais velho, o casal vai precisar lutar por sua sobrevivência com o surgimento dessa violenta tribo.
Liderado por Varang (Oona Chaplin), esse clã deixou de lado sua conexão com a natureza e a cultura Na'vi após uma erupção de vulcão destruidora.
“Eles sofreram um desastre natural, e isso meio que ajudou a moldar sua cultura. Grande parte do mundo de Pandora é rico, vibrante e cheio de vida – este é exatamente o oposto”, explicou o designer de produção Dylan Cole.
Mercadores do Vento é outra tribo que vai dar as caras pela primeira vez neste novo capítulo da saga. Esse povo é visto como pacífico e viaja em dirigíveis gigantes.
“Não considero 'Fogo e Cinzas' uma sequência. Acho que é o ápice de uma saga”, disse o cineasta vencedor do Oscar James Cameron sobre o filme mais longo da franquia.
O sucessor de “Avatar” (2009) e “Avatar: O Caminho da Água” (2022) está indicado na categoria Melhor Canção Original do Globo de Ouro 2026 com a canção “Dream as One”, interpretada pela estrela pop Miley Cyrus.
O filme original é a maior bilheteria de todos os tempos e, tanto ele quanto sua sequência ultrapassaram a marca de 2 bilhões de dólares na bilheteria. O 3º capítulo tem a responsabilidade de repetir esse sucesso, até mesmo para justificar seu orçamento altíssimo, estimado em 400 milhões de dólares.
A quarta e quinta partes da franquia já estão em desenvolvimento e têm datas de estreia previstas para 2029 e 2031, mas o futuro da saga depende do resultado de “Avatar: Fogo e Cinzas.
Outras estreias
“Asa Branca - A Voz da Arena”
Filme revisita a trajetória de um dos nomes mais marcantes do universo dos rodeios: Waldemar Ruy dos Santos, locutor que modernizou as arenas do interior paulista nos anos 1990.
O protagonista, vivido por Felipe Simas, teve uma vida marcada por excessos e desafios, mas o reencontro com seu amor de infância o ajuda a encontrar redenção.
“Meus 4 Maridos”
A comédia romântica apresenta Joana (Naura Schneider), uma jornalista de 50 anos que reflete sobre sua vida amorosa e percebe que, somando seus quatro casamentos, passou 25 anos casada.
Inspirada por essa constatação, ela decide celebrar suas “Bodas de Prata” de um jeito inusitado: organizando um jantar com seus ex-maridos.
“Nouvelle Vague”
Indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Filme - Comédia ou Musical, a comédia dramática é dirigida por Richard Linklater, de “Blue Moon” e “Boyhood”.
A produção retrata os bastidores das filmagens do clássico “Acossado”, de Jean-Luc Godard, um marco da Nouvelle Vague, movimento cinematográfico francês.
Crítica - Inácio Araujo | FOLHAPRESS
Vai e vem sem fim em novo filme
O problema das boas ideias é que elas são até certo ponto definitivas. O primeiro “Avatar” tinha um frescor de certa invenção: a criação de um planeta, Pandora, para a qual James Cameron mobilizou toda a tecnologia contemporânea.
“Avatar 2” tornava explícitas as questões que Cameron queria agitar: a Terra, a nossa, é um planeta desgastado, sem grandes chances de sobrevivência. Qual a providência dos humanos militaristas? Invadir um outro planeta, cheio de vida.
A partir daí já sabemos que a luta se dá não apenas entre Jake Kully e sua família contra o avatar do coronel Miles Quaritch, suas tropas e suas armas. Logo no início de “Avatar: Fogo e Cinzas”, sabemos que o pessoal de Pandora terá de mover céus, terras e águas se quiser sobreviver.
Isso já supõe alguma monotonia, que os problemas da família Kully têm dificuldade de contornar. O planeta já foi explorado à saciedade pelo 3D, de modo que nesse particular o filme não tem lá tanto a oferecer.
Toda a aventura de juntar personagens vivos e fazê-los interagir com a paisagem agora parece ter se tornado rotineiro. O que criar? Um final cheio de aventura, capaz de resgatar o desgaste da própria aventura, enquanto fica claro que nós, humanos, somos uma praga destrutiva.
Ainda que possamos estar de acordo com a ideia geral, o fato é que os detalhes ficaram um tanto óbvios. É preciso defender Pandora e sua boa gente. Para isso, parece que todos os gêneros, ou quase, estão à disposição: o faroeste, claro, é chamado a colaborar com frequência, mas não só ele.
Como nem só da humanidade vive o mal, acrescenta-se aqui o Povo das Cinzas, uma gente um tanto pirata e cheia de ressentimentos, que odeia a família Kully e seu povo. Varang, a sua terrível líder, talvez seja o que de mais inventivo traz o filme.
Em sua irracional fúria, ela lembra os peles vermelhas do Velho Oeste – tal como representados nos filmes, claro. Varang parece às vezes uma magrela com algum problema glandular disposta a pular no pescoço de qualquer inimigo.
Com ou sem Varang, James Cameron mobiliza toda sua tropa para o epílogo já previsível da trilogia. O faz com o talento que conhecemos. No entanto, essa série de conflitos em que Pandora luta pela sobrevivência, ao mesmo tempo, contra terráqueos militaristas e varangues “despirocados”, contém toda espécie de variantes, um vai e vem sem fim de alternativas.
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