Ferrugem: "Dizem que destruo corações com minhas músicas"
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Para quem acabou de terminar um relacionamento, o romantismo musical de Ferrugem, 32, pode causar um turbilhão de emoções ao trazer lembranças daquele amor que deveria ser “pra sempre”.
Mas o pagodeiro espera que a recém-lançada “Eu+Você” tenha um efeito diferente com sua letra de reconquista.
“Sonho com isso, que corações sejam reconquistados. Porque brincam muito comigo, dizem que destruo corações com minhas músicas. Tomara que, desta vez, nenhum coração seja destruído!”, afirma, ao AT2, aos risos.
Nessa segunda parceria com o goiano Felipe Araújo, 25, após o sucesso estrondoso de “Atrasadinha”, o carioca conta a história de um rapaz apaixonado que, para reconquistar a amada, faz de tudo e mais um pouco para mostrar a importância dessa relação.
“Eu + você, morango e Nutella / Eu + você é música pop / Eu + você é sertanejo e pagode / Eu + você é ostentação / Eu + você forma um casalzão / Eu + você, pro povo, é muita informação”, cantam os artistas no refrão, celebrando gostosas combinações da vida!
E Ferrugem não teme comparações entre a nova canção e o hit de 2018, cujo clipe ultrapassa 440 milhões de visualizações.
“Não me preocupo com isso, não. Também acredito que não vá haver comparações, a não ser pelo fato de ter eu e o Felipe. Em nível de história, elas são completamente diferentes. Por mais que seja uma história de amor, desta vez a gente contou uma história de amor de uma maneira bem diferente”, salienta o pagodeiro.
Ferrugem ainda revela que está organizando uma live ao lado do sertanejo para cantar a nova parceria. “A galera pode esperar que vai rolar! A gente já está planejando, sim, um encontro para invadir a casa do público”, ressalta.
Ferrugem - Cantor “Tenho a ideia de lançar disco com clássicos do sertanejo”
AT2: “Atrasadinha” foi um super hit. Como rolou esse reencontro com Felipe Araújo?
Ferrugem: “Atrasadinha” foi um sucesso! Nunca tinha vivido algo tão extraordinário assim na minha carreira. Fiquei lisonjeado por ele, na época, ter escolhido “Atrasadinha” como 1º single e na obrigação de retribuir. Mas só faltava a música!
No ano passado, Rafinha RSQ e o Filipe Escandurras me mandaram “Eu+Você”, gravei em pagode, só que pensei: “por que não gravá-la com o Felipe? Ela é tão a cara dele!”. E aí gravamos novamente, dessa vez, na Bahia, com o Rafinha RSQ, que fez a mistura de pagode, sertanejo e piseiro. Mostrei para o Felipe, ele ficou apaixonado e colocou a voz.
“Eu+Você” carrega algo de “Atrasadinha”, além das vozes?
Nós dois! (Risos) Mas carrega, sim, em termo de linguagem musical. “Atrasadinha” também tinha essa mistura, que foi um sucesso! Então, por que não repetir?
Quais combinações não podem faltar no seu relacionamento com a Thais Vasconcelos?
Cumplicidade, parceria, paciência, a gente tem muito um com o outro! Vivemos um eterno namoro, uma eterna amizade, a gente se diverte muito. Tem que ser divertido! Se não for divertido, não tem por que estar junto. Imagina estar num relacionamento que é só bomba, só pancada?
“Eu+Você” fará parte de um projeto maior?
Ih, rapaz! Eu penso em lançar mais um disco bem bacana. Temos algumas ideias aí. Como sou muito fã de música sertaneja, tenho a ideia de lançar um disco só cantando os clássicos do sertanejo, mas em ritmo de pagode. Está no papel ainda, mas, se Deus quiser, em breve, assim que a gente puder estar em estúdio com uma galera maior, vamos gravar esse disco. Vou estar super realizado em fazer isso.
O que é preciso para uma colaboração musical com você ir para frente?
Em primeiro lugar, tem que haver amizade. Não dá para só chegar, entrar no estúdio e sair gravando com uma pessoa ou então gravar apenas porque sou fã do trabalho dela. Vai muito além disso, e comigo e com Felipe aconteceu dessa maneira. A gente começou a trocar ideia pelo Instagram e, quando vimos, já saímos do assunto música e fomos para o assunto vida, já estávamos naquela intimidade extrema de brincar um com o outro, e aí gravamos “Atrasadinha”.
O que ele diz
“Busca por um hit não vale a pena”
Seu último disco, “Abre Alas”, lançado em novembro, marcou o retorno de Ferrugem às suas raízes, o samba. Em entrevista a Folha de São Paulo, ele culpou a pressão pelo sucesso por ter se distanciado das suas origens e disse: “Eu me vi, um tempo atrás, em busca do hit, caçando hit”.
Ao AT2, ele afirma: “A busca por um hit não vale a pena! Porque pode ser que você dê sorte e te traga muita alegria, mas pode ser que te deixe muito frustrado. A busca pelo hit não tem que ser minha, tem que ser do público. Faço as músicas que gosto, que me arrepiam, e quem vai transformá-las em hit é o público. Não existe a música já sair do estúdio sendo um hit. Isso é uma das maiores mentiras que existem. Quem dita é o público. E nunca me pediram um hit, me pediram boas músicas”.
No rap
Não é só com o sertanejo que Ferrugem tem flertado. Ele participou de “Wally”, novo disco do rapper Krawk, na canção “A 1 Passo”.
“Sou fã de rap. Sempre tentei, busquei me inteirar, fazer parte da cena, na posição de fã e comecei a querer abusar um pouquinho mais, arriscar e gravar uns sons passando a ter amizades com essa galera. O Krawk é mais um desses amigos. Pra mim, já não é mais um intercâmbio, eu já me sinto parte da coisa mesmo, sabe? Antes, eu ia e me sentia ainda um peixe fora d'água, mas, agora, já estou dentro do mar deles e tem sido muito gratificante”, salienta.
Afetado pela pandemia
Em março do ano passado, ele abriu, ao lado de Gabriel Fernandes, o estúdio de gravação e produção Drop Sound Studio, que acabou tendo que ser encerrado por conta da pandemia.
“A pandemia me trouxe o Drop Sound Studio e também me tirou. Infelizmente, fechou. Sem bandas pra produzir, porque a galera não tinha grana para gravar disco o tempo inteiro, a gente teve que encerrar as atividades precocemente. Mas, se Deus quiser, a gente volta! Assim que o país começar a caminhar de forma normal novamente, pretendemos, sim, voltar”, diz, ao AT2.
Matando a saudade
Conhecido por lotar shows, o cantor matou a saudade dos palcos ao cantar em uma das últimas festas do “BBB”.
“Foi bem bacana estar no palco e ter gente me assistindo. Por mais que fossem cinco pessoas, elas estavam ali dando tudo pelo show. Engraçado que já tinha tocado na final de 2018, mas, essa última vez, foi intensa demais a troca de energia entre mim, Mumuzinho e a galera que estava ali”.
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