Otaviano Costa: “Será que vivi de peito aberto?”
Otaviano Costa conta ao AT2 como cirurgia do coração o levou a repensar suas atitudes diante de desafios, perdão, sonhos, amores e família
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Uma dorzinha, um ecocardiograma, a descoberta de um grave problema no coração e a cirurgia para corrigi-lo. Foi mais ou menos assim o roteiro dos momentos que vão marcar para sempre a vida do apresentador Otaviano Costa, de 51 anos.
Em julho do ano passado, ele precisou passar por uma cirurgia “de peito aberto”, como se diz na linguagem médica, por conta de um aneurisma da artéria aorta, já num estágio avançado.
Enfim, deu tudo certo, mas os dias antes do procedimento não foram nada fáceis, contou o apresentador do “Melhor da Noite” em entrevista ao AT2.
“Quando você descobre que vai fazer uma cirurgia dessa proporção, pensa no que aconteceu até agora. A cirurgia que eu fiz foi de peito aberto, no meio do tórax, abertura total. Aí eu pensei: 'poxa, vou abrir meu peito', e fiquei me perguntando: ‘Será que eu vivi de peito aberto, realizei meus sonhos?”, relembrou o apresentador.
“Será que de peito aberto eu aceitei meus desafios da vida? Eu botei minha família em primeiro lugar, declarei meus amores, aceitei os perdões? Nessa hora, eu fui muito feliz, comecei a olhar os quadradinhos da vida, dei um “check” em tudo: minha família em primeiro lugar, realizei meus sonhos, viajei, amei, perdoei, e assim por diante”, completou.
Passado o grande susto, ele agora comemora sua volta para a Band, após 20 anos, e sua rotina com a mulher, a atriz Flávia Alessandra; sua filha, Olívia, e a enteada, Giulia.
“Eu estou muito feliz depois da cirurgia. Eu fiquei com a alma tranquila, porque agora eu tenho só que continuar trilhando o caminho que eu já tinha trilhado de peito aberto, antes da cirurgia”, comemorou.
Otaviano já avisou que está na sua mais alta voltagem à frente do “Melhor da Noite”, que vai ao ar às quartas, quintas e sextas, às 22h30, na TV Tribuna/Band.
“Graças a Deus, eu sou um sortudo, que continuo fazendo as coisas que eu amo, como, por exemplo, agora o 'Melhor da Noite'”, ressaltou o apresentador, que trabalhou na emissora paulista de 1999 a 2001, passando pelos programas “O+”, “Superpositivo” e “Band Folia”.
“Tenho medo de não viver, não amar”
AT2 - Como está sendo esse retorno à Band?
Otaviano Costa - Está muito delicioso reencontrar amigos de 25 anos atrás. Está sendo um encontrão comigo mesmo, divertido, leve e muito emocionante.
O que mudou com sua entrada no “Melhor da Noite”?
Na pré-estreia, eu já mostrei o que vai mudar: de cara, a condução. Cada comunicador que por ali passou trouxe o seu DNA, e eu evidenciei isso, né, o Ota comunicador, o artista, comunicador na maior voltagem possível, podendo ir do entretenimento à informação, da conversa com a plateia até a participação do pessoal de casa, e ao vivo. E aí a gente olhou para o que já havia sido feito, quadros, pessoas, conteúdos, para validar aquilo que permaneceria. Trouxemos novos quadros e novas pessoas. Temos um “Melhor da Noite” com a cara do que foi feito e com a cara do que será.
Como seria o programa dos seus sonhos?
O “Melhor da Noite”, do jeito que está hoje, é muito próximo disso, pela diversidade de conteúdos.
Sente falta de fazer novelas? Se te chamassem para um projeto tipo “Beleza Fatal”, aceitaria?
Nunca vou dizer nunca. Sou ator, mas nasci comunicador, e hoje, para se fazer uma novela, é preciso analisar um ponto fundamental, que é o desafio na minha vida: a questão do tempo, da agenda.
O que mudou após a cirurgia cardíaca que precisou fazer?
Eu estava muito bem, feliz com tudo o que havia feito até agora na minha vida. Da forma que eu havia conduzido minha história, e agora era só potencializar isso, e é o que eu estou fazendo. Mas é claro que agora minha atenção está redobrada com a saúde. Não vou relaxar nunca mais nos check-ups. Qualquer sinal que apareça como um alerta, vou lá me cuidar. Isso, com certeza, já é uma mudança muito positiva na minha história.
Você emprestou sua voz para o personagem “medo”, de “DivertidaMente 2”. Como foi a experiência?
Foi maravilhosa, eu amo dublar filmes de animação, ainda mais desse quilate de “DivertidaMente”. Eu vim do rádio, então, trabalhar a voz, minhas mutações vocais, fazendo esses personagens incríveis da Disney, Pixar, me enchem de orgulho.
E você tem medo de quê?
Eu tenho medo de não viver, de não amar, de não ter tempo para estar com minhas filhas, de não enfrentar desafios, de não realizar meus sonhos. Mas eu quero ter medo na minha vida, sabe, porque o medo, para mim, é fundamental, me estimula. Eu falo que o medo, junto com a coragem, gera estratégia. Nessa minha decisão de vir para a Band, o medo apareceu para eu poder pensar: como vai ser com minhas filhas, com minha esposa, como vai ser minha vida. Será? Será? E foi, aconteceu. Tô aqui.
Aos 51 anos, está em ótima forma. Quais são seus cuidados com o corpo?
Pratico esportes, durmo bem, não deixo o trabalho, que tanto amo, virar uma coisa muito presente no meu dia a dia, o celular também, as mensagens, para não gerar um ponto de atrito, estresse.
Sente o “peso da idade”?
De maneira alguma! Meu cabelo grisalho é só um sinal da idade. Não tenho 'síndrome de Peter Pan', mas a verdade é que me sinto muito cheio de energia, jovem nas ideias e no comportamento.
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