Gabriela Duarte: “Quando falei chega, as pessoas odiaram”, diz atriz
Gabriela Duarte conta como é difícil se desvencilhar das comparações com a mãe e explica ruptura profissional
Sim, ela faz parte de uma legião de artistas cujos pais influenciaram em sua carreira: nepo babies. Mas é possível a filha de uma atriz que é atriz ser diferente? Difícil. Só que Gabriela Duarte, 51, garante que essa ligação profissional com a mãe, Regina Duarte, 78, a sufocava e teve de dar um basta.
Porém, a decisão de seguir um caminho próprio gerou uma enorme reação negativa. “Quando eu falei chega, as pessoas odiaram, claramente odiaram”, contou.
“A minha mãe não gostou. Ela, que já tinha trilhado toda a trajetória dela e tal, pra ela estava bom, estava confortável. Ela falou: ‘Talvez você se arrependa’. E eu falei, ‘Tudo bem, deixa eu me arrepender’”, contou.
Gabriela argumenta que foi necessário se afastar da mãe para conquistar autonomia e acabar com a imagem de “dupla” que as acompanhava desde o início de sua carreira.
“Existiam duplas, e quantas duplas a gente conhece. Sempre existiram duplas. Eu, de certa forma, demorei a perceber um pouco. Comecei nova, mas, quando me dei conta, já era quase tarde demais, porque a gente já estava muito junto e misturado. E eu com essa personalidade [fortíssima]”, contou em entrevista a Maria Ribeiro, no “Maria Vai com as Outras”.
“Ficava puta da vida. O que é essa gente aqui atrás da minha mãe?”, desabafou a atriz ao lembrar a sensação de perder espaço enquanto ainda era vista “apenas como extensão da Namoradinha do Brasil”, apelido que Regina ganhou na década de 1970 após atuar na novela “Minha Doce Namorada”.
A atriz também comentou as comparações com a mãe, tanto físicas quanto profissionais, eram muito frequentes. “Considero uma homenagem eu estar fisicamente mais parecida com ela do que talvez eu fosse atrás, mas essa coisa de ser parecida vai até a página um e meio. Não é em tudo que nós somos parecidas”, ressalta.
Para ela, famílias não precisam funcionar em bloco. “Não é porque você é mãe, filho, família, que você tem que ser um bloco ideológico. E não só ideológico, mas em vários aspectos”, disse.
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