Entenda o que é a imunoterapia, tratamento que Glória Maria fez contra câncer
Tratamento é considerado mais duradouro que a quimioterapia
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A apresentadora e jornalista Glória Maria morreu nesta quinta-feira (02), vítima de um câncer com metástase no cérebro. Durante a luta contra a doença, que começou em 2019, com um tumor no pulmão, ela passou por um tratamento bem-sucedido com imunoterapia. Mas como funciona esse tratamento?
Diferente da quimioterapia, que atinge e destrói diretamente as células cancerígenas, a imunoterapia treina o sistema imunológico para combater essas células. Ou seja, não é o medicamento que faz o efeito, mas sim o próprio corpo do paciente, estimulado pelo medicamento.
De acordo com a médica Carolina Chaves Siqueira, oncologista da Samp, os efeitos da imunoterapia são mais duradouros do que a quimioterapia. “Quando a gente para a quimioterapia, para o efeito do tratamento. Na imunoterapia é diferente. Nosso sistema imunológico tem memória e se o sistema imunológico está treinado, ele continua tendo ação contra as células cancerígenas mesmo quando a gente faz uma pausa no tratamento", explicou.
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PROMISSOR
Ainda de acordo com a oncologista, a imunoterapia é vista como um tratamento promissor no combate ao câncer, mas ainda possui alto custo e só apresenta boa resposta em alguns tipos de tumor.
É uma área com muita pesquisa, cada vez a gente descobre novas possibilidades de tratamento para imunoterapia. Rim e melanoma não têm resposta a quimioterapia e antigamente, antes desse tratamento, a gente ficava sem alternativas. Com a imunoterapia, esses pacientes ganharam uma sobrevida maior, mais qualidade de vida. Melanoma, rim e tumores no pulmão a gente usa muito a imunoterapia, porque tem boa resposta”, esclarece.
Apesar dos bons resultados, o tratamento - assim como a quimioterapia - não impede que a doença possa voltar. No caso de Glória Maria, o tratamento visava o controle da doença, que já estava com metástase. "Com metástase, o tratamento visa o controle da doença. No caso da Glória Maria, a imunoterapia foi bem sucedida, depois o câncer voltou no cérebro e foi tratado com cirurgia. E agora, infelizmente, ela piorou de novo e veio a óbito”, concluiu a médica.
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