Ator diz como incêndio mudou sua vida: "Tive que recomeçar do zero"
“Perdi equipamentos de cinema, roupas, tudo da noite para o dia”, conta o ator Velson D'Souza
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“Eu vivo muito dia após dia, aproveitando o momento”. O dono dessa frase, o ator Velson D'Souza, 39 anos, tem motivos de sobra para pensar assim.
O ator, que pode ser visto na novela “A Infância de Romeu e Julieta” e no musical “Silvio Santos Vem Aí”, contou em entrevista ao AT2 que essa visão de mundo vem dos perrengues que enfrentou, especialmente por ter perdido tudo em um incêndio.
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"Ter vivido tudo que vivi nos Estados Unidos, conhecido e trabalhado com pessoas do mundo todo, e ter passado alguns perrengues, como ter perdido tudo num incêndio no meu prédio, me fizeram enxergar as coisas por uma perspectiva diferente”, revelou.
Velson, que morou nos Estados Unidos por 12 anos, passou pelo problema em Nova Iorque. “Pegou fogo no meu prédio e destruiu tudo. Perdi equipamentos de cinema, roupas, tudo da noite para o dia, e tive que recomeçar do zero”, contou.
Cerca de 40 famílias moravam no local, mas ninguém se feriu. Após o incidente, ele contou com a ajuda de um amigo e passou a morar na sala dele.
“Não fico preso ao passado ou com olhar num futuro muito distante. Valorizo muito as relações pessoais reais, e não tanto as materiais. E, profissionalmente, eu sou um artista completamente diferente”, ressaltou.
Após esse tempo fora, ele decidiu retornar ao Brasil. Com uma carreira entrelaçada ao SBT e à família Abravanel, Velson começou nos palcos sob a direção de Cintia Abravanel, dividindo cena com o amigo Tiago.
Depois, acabou conquistando seu espaço também na TV, nas primeiras novelas de Íris Abravanel, para onde retornou agora, após 13 anos.
“Está sendo maravilhoso reencontrar amigos que fiz anos e anos atrás. Trabalhar no SBT é incrível, sem dúvida. É um lugar muito acolhedor, muito família mesmo. Poder viver tudo isso de novo é um privilégio”, explicou.
Além de viver Silvio Santos no musical, ele interpreta Fred, tio de Romeu em “A Infância de Romeu e Julieta”. “O Fred é um homem que busca ser valorizado. Ele é uma criança no corpo de um adulto”, observou.
“No profissional, eu tenho o desejo de ser apresentador”
AT2: Você interpreta Silvio Santos em um musical. Como foi a preparação?
Velson D’Souza: Passei um ano estudando vídeos antigos, lendo, pesquisando o Silvio. Eu tive a sorte de ter trabalhado com ele e visto como ele é fora das câmeras. Mas minha maior preocupação foi desenvolver um trabalho minucioso e realista para que as pessoas realmente acreditassem que estão vendo o Silvio Santos no palco.
O que Silvio representa para você?
É o ídolo-mor da televisão brasileira. Maior comunicador de todos os tempos, revolucionou a forma de se fazer televisão. O Silvio é um visionário. Ele é referência, não apenas como apresentador, mas como pessoa também. Eu tenho uma gratidão eterna a ele e à família.
Sua trajetória é ligada aos Abravanel. Sente-se da família ou é uma relação só profissional?
(Risos) Eu acho que dizer que me sinto da família Abravanel seria de certa forma um exagero e um desrespeito a eles. Eu me sinto da Família SBT. Mas, com certeza, não é apenas uma relação profissional. Sou amigo do Tiago há muitos anos, a Cintia é minha madrinha no teatro e minha amiga. Todas as filhas me tratam com muito respeito e carinho. Eles são sensacionais.
Em que trabalhou no período que morou nos EUA?
Eu trabalhei em três espetáculos off-Broadway, incluindo “A Gaivota”, de Tchekhov, dirigido pela diretora da Broadway Elinor Renfield. Fiz também uma participação na série “Master of None”, na Netflix, além de seis longas-metragens. Fiz a leitura de uma peça de teatro ao lado de Mark Ruffalo. Trabalhei muito com locução e voz. Fiz a voz da versão animada que a Nike desenvolveu do Neymar durante a Copa do Mundo de 2014.
Voltou só para atuar em “A Infância de Romeu e Julieta”?
Eu voltei ao Brasil para fazer o musical “Silvio Santos Vem Aí”, mas veio a pandemia e fiquei indo e vindo para Los Angeles. Até que tive o convite para fazer o “Bake Off Celebridades” e para entrar na novela. Durante esse período, abri o Espaço CoLab, onde ministro aulas de interpretação para TV e Cinema.
Quais são seus planos para o futuro?
No âmbito pessoal, eu quero ter uma família, mas isso ainda daqui uns bons anos. No profissional, eu tenho o desejo de ser apresentador. Gostaria muito de poder fazer essa migração, eu admiro muito o Celso Portiolli, Jimmy Fallon, Rodrigo Faro, e queria muito seguir nesse caminho.
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