X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Famosos

A Tribuna publica trechos inéditos de entrevista com Tarcísio Meira


Imagem ilustrativa da imagem A Tribuna publica trechos inéditos de entrevista com Tarcísio Meira
Aos 85 anos, Tarcísio Meira foi imunizado com duas doses de vacina contra a covid, mas não resistiu |  Foto: Divulgação / TV Globo

O telefone toca, uma colega atende e diz “É para você. É o Tarcísio”. O coração acelera. É Tarcísio Meira, um verdadeiro ícone, aquele que é visto na televisão há uma vida inteira.

Cinco anos se passaram desde a nossa conversa com Tarcísio Meira, quando ele esteve em Vitória com a peça “O Camareiro”. Mas o nervosismo de ter falado com ele permanece. E também o carinho.

Embora ele diga que prefere ouvir do que falar, a conversa foi longa, fácil, prazerosa e revelou a simplicidade de um grande nome da dramaturgia brasileira.

Nesta quinta-feira (12), o ator morreu - aos 85 anos - após complicações da covid-19.

A seguir, trechos inéditos e exclusivos da conversa do AT2 com um gigante.

AT2 – Vida de ator é dura?
Tarcísio Meira – Muito, muito dura mesmo. É emocionalmente muito dura, a cabeça sempre anda a mil. E, muitas vezes, também é um esforço físico muito grande. Essa peça (“O Camareiro”) é um esforço enorme para mim. É um trabalho muito difícil, mas muito bonito e gratificante.

Já pensou em desistir?
Nossa carreira é isso aí. Apesar disso, nunca vi nenhum ator que queira parar e eu jamais pensei em parar. Nós não nos aposentamos. Somos aposentados contra a nossa vontade. Sempre haverá um personagem que você possa viver.

Você é um ator consagrado, com uma longa carreira. Buscou manter o sucesso?
Não. Não pelo sucesso em si. Mas Lauro César Muniz disse uma vez que nenhum artista trabalha para fazer fracassos. O sucesso é uma coisa efêmera, mas a amizade, o entendimento, a ponte que você consegue estabelecer com as pessoas é muito importante.

Dessa forma, até uma reprovação pode ser um sucesso. Se uma pessoa que está vendo o seu trabalho tem a intimidade de lhe dizer que não gostou de algo, isso é um grande sucesso. Sempre procurei ter esse tipo de diálogo e de entendimento com o público. Essa é a razão de ser do meu trabalho.

Ganhou muitos prêmios...
Sim. Já ganhei prêmios muito importantes, prêmios internacionais que ninguém soube. Nunca dei realmente muita importância a isso. Claro, o Prêmio Shell foi um momento muito bonito. O que eu gostei muito ali foi de ser aplaudido pelos colegas.

A relação com o público é de amizade?
De uma grande amizade. As pessoas sentem-se muito próximas a mim. Às vezes, em um avião, sentam-se ao meu lado e começam a conversar, fazer confidências. Há uma aproximação enorme, e eu me sinto como o tio mais velho. (Risos) Gosto desse papel, até estimulo, e faço com que falem mais. Quero ouvi-las, conhecê-las.

Parece ter muita vitalidade. Sente-se com 80 anos?
Acho que sinto-me sim. (Risos) Eu gostaria de ter 50 ou 60 anos, mas tenho 80. Estou bem, mas não tenho muita vitalidade não. Você está sendo gentil. Tenho a vitalidade de um homem de 80 anos.

Não dá para fazer muitas coisas que eu fazia antes, como jogar tênis, vôlei. Não dá. Não quer dizer que sinto-me velho. Mas tenho a idade que eu tenho e convivo bem com as limitações que isso me traz. Não luto contra a maré.

Há muito do jovem Tarcísio em você?
Acho que Tarcísio é o que é em qualquer idade. Eu não mudei muito de quando eu tinha 15 anos. Eu tinha as coisas próprias da idade e, a cada idade, eu tive isso. Mas nunca renunciei e nem denunciei a mim mesmo.

Sou o que sou, o mesmo, com todos os meus defeitos e as minhas qualidades.

Na primeira novela, “2-5499 Ocupado” (1963), surgiu como o galã. Gostava dessa fama?
Não, eu tive muitos problemas com a fama de galã. Porque o galã, como as pessoas se referiam a ele, vinha carregado de preconceitos. Achavam que eu não poderia ser um ator, se eu fosse um galã. Esse preconceito era muito evidente, mas deixei para lá.

Tem sido uma vida de louros, de glória?
Não, de forma alguma. Eu sou uma pessoa muito simples, Paula. Eu não tenho gostos muito diferentes da maioria das pessoas. Gosto das coisas simples. E, quando ficam complicadas demais, eu trato de simplificá-las.

Falando em Glória, salvou a sua de afogar-se em “Cavalo de Aço”. Você mesmo já se afogou, quase foi esmagado por cavalo, tomou tiro. Vale tudo pela arte?
É verdade. As pessoas não têm ideia de como tudo foi difícil. Essa procura por fazer esse teatro popular e essa conquista de hoje, de levar bons textos e personagens, foi muito dura. Passamos por muitas coisas para efetivar essa conquista.

Foi fisgado imediatamente por aquela linda mulher?
Mais ou menos. (Risos) Vi, gostei, encontrei. E aconteceu. Quando fizemos 50 anos de casados, até nos impressionamos. Puxa, é bocado de tempo! Mas não sentimos passar, como se estivéssemos acompanhando em um calendário. De repente, passou. Chegamos aos 50 anos de vida em comum.


CURIOSIDADES SOBRE TARCÍSIO MEIRA


Encrenca com atriz

O ator se envolveu em encrenca com Vera Fisher, quando atuavam em “Pátria Minha” (1995). Vera e Felipe Camargo foram afastados do folhetim por indisciplina. Irritada, a atriz chamou Tarcísio de "velho caquético". "Estou chocado. Não posso acreditar que ela tenha dito isso. Sempre a tratei bem", afirmou Tarcísio.

* * * 

Sem homenagem

Ao ser dispensado da Globo em 2020, ele se recusou a ser homenageado pela emissora. “Homenagem é coisa para depois da morte. Estamos aí trabalhando, felizes da vida”, brincou.

* * * 

NOVELAS

1959 - Noites Brancas
1963 - 2-5499 Ocupado
1967 - Sangue e Areia
1970 - Irmãos Coragem
1975 - Escalada
1983 - Guerra dos Sexos
1986 - Roda de Fogo
1990 - Araponga
1992 - De Corpo e Alma
1991 - Pátria Minha
1996 - O Rei do Gado
1998 - Torre de Babel
2000 - A Muralha
2001 - Um Anjo Caiu do Céu
2002 - O Beijo do Vampiro
2008 - A Favorita
2013 - Saramandaia
2016 - A Lei do Amor
2018 - Orgulho e Paixão
2020 - Os casais que amamos (série)

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: