Filme independente, “Anora”, de Sean Baker, ganha a Palma de Ouro em Cannes
O longa conta a história de uma profissional do sexo que se casa com um jovem russo rico
Escute essa reportagem
Uma produção independente americana ganhou a Palma de Ouro do festival de cinema de Cannes 2024: “Anora”, de Sean Baker. O prêmio é a maior homenagem do festival.
O filme conta a história de uma profissional do sexo, dançarina de um clube privê, que se casa com um jovem russo rico e é obrigada a entrar numa espiral de loucuras para desfazer o casamento.
A comédia romântica é descrita como um cruzamento entre "Cinderela" e "Uma Linda Mulher", com uma forte dose de cenas de sexo. Apesar de suas qualidades de entretenimento mainstream e da profundidade de seus personagens, Anora foi criticada por sua falta de originalidade, tornando sua escolha pela Palma de Ouro particularmente polêmica.
A palma dada a este filme pelo júri, surpreendeu os jornalistas, que esperavam que ela fosse dada ao filme do Iraniano Mohammad Rasoulof, pelo seu filme "Les graines du figuier sauvage", que ficou com prêmio especial do júri. E foi visto como um prêmio de consolação, não merecido pois unanimemente todos pensavam que a Palma iria ao diretor Iraniano .
Ao receber o prêmio, ele agradeceu e pediu solidariedade ao povo iraniano que vive hoje sob o regime Sulamita de repressão cultural severa. Ele denunciou que neste momento toda a equipe que trabalhou com ele no filme estava sob o julgo do serviço secreto iraniano.
Fugido de seu país, Mohamad Rasoulof terminou seu filme no exílio, e conseguiu entrar na seleção de Cannes.
Seu filme "Les graines du figuier sauvage" conta a história de duas mulheres de uma família, numa Teerão abalada pela agitação política e social. O juiz de instrução Iman descobre que a sua arma desapareceu, suspeita da mulher e das filhas, impondo medidas draconianas que prejudicam os laços familiares.
Aplaudido de pé por longos minutos pela imprensa, o filme que poderia ser a palma de ouro em Cannes, acabou levando um Prêmio especial do júri.
Prêmio do Júri em Cannes foi para o filme 'Emilia Pérez', do francês Jacques Audiard.
Um musical rodado no México, que ganhou também o prêmio de melhor atriz, dado ao grupo de atrizes, entre elas, a cantora Selena Gomez e as atrizes Zoe Saldana e Karla Sofia Gascon (essa última é a primeira mulher trans a vencer um prêmio por interpretação feminina no festival).
Mas o momento mais emocionante, foi a palma de ouro de honra, entregue a George Lucas, pelas mãos de Francis Ford Copola. Os dois lembraram o início de suas carreiras e a amizade que os unia.
O Brasil, voltou pra casa com o prêmio de ator revelação, conquistado por Ricardo Teodoro, na mostra semana da crítica, com o filme Baby.
Ele que chegou em São Paulo vindo de São João da safira, próximo a Governador Valadares, terá sua carreira vitaminada por este festival.
Mas foram muitos bons momentos para o cinema brasileiro, que teve uma participação intensa, com quatro filmes selecionados, e muito participantes no marche do filme, na stand Cinema du Brasil, onde muitos encontros resultaram em muitos projetos novos para os próximos anos.
Sim porque, além do glamour, o festival é business!
É aqui que projetos do mundo inteiro encontram caminhos para se realizar.
Comentários