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Crítica

Dia dos Professores no cinema e na vida


É comum ouvir que a vida imita a arte, ou seria o oposto? Seja como for, nós professores somos representados nas artes visuais, de múltiplas formas. Somos engraçados como o Professor Tibúrcio (Nosso querido Marcelo Tas) em “Castelo Ra Tim Bum”, somos amados gurus como o Professor Raimundo da Escolinha (o saudoso Chico Anysio e, depois seu talentoso filho Bruno Mazzeo), e ainda somos apaixonados como o Professor Girafales (o saudoso Rubén Aguirre) em “Chaves”.

As artes visuais sempre foram valiosas ao retratar a luta diária dos profissionais, que ao longo da pandemia precisaram se reinventar. Podemos ser até super-heróis como o Professor Xavier de “X Men”, ou bruxos como Dumbledore, Snape e Minerva na saga Harry Potter. Somos uma legião, não derrotamos Thanos, mas somos vingadores, missionários do saber.

Se o papel de um professor é ser inspirador, então lembramos do idealista John Keating, interpretado pelo saudoso Robin Williams em “Sociedade dos Poetas Mortos” (1989). Sua paixão por literatura o leva a ensinar a seus alunos valorosas lições sobre a importância do pensamento livre, de valorizar cada minuto. O filme popularizou a expressão latina “Carpe diem” e despertou muitos para as belas poesias de Walt Whitman e Henry David Thoreau, autores do século XIX cujos trabalhos são de alcance e beleza atemporais. Williams, na ocasião, revelou que interpretou Keating com a convicção de que este seria o tipo de professor que adoraria ter tido. No final, a sequência dos jovens de pé sobre as mesas ao som do brado “Oh Capitão, meu Capitão!” levou muitos, incluindo eu mesmo, às lágrimas e à constatação de que plantamos sementes nos corações daqueles cujas vidas tocamos. 

É parte da essência do que o Magistério tem de mais bonito, mas que raramente conseguimos realizar na dimensão desejada, quando o nosso espírito é açoitado por salários reduzidos e condições de trabalho deprimentes, que em nada lembram a aula de Literatura de Keating ou a envolvente aula de História de William Hundert, personagem de Kevin Kline em “O Clube do Imperador” (2002). Hundert é de uma ética admirável e vive à flor da pele todo o valor da visão histórica, ligando presente e passado em suas aulas para moldar o carácter dos jovens de forma construtiva, direcionando suas vidas para um futuro melhor através de uma competição sobre a antiga Roma. Esse papel moralizador, ainda que falível e vulnerável, torna a docência ainda mais fascinante.

Sacrifício é assim parte indissociável da alma deste profissional que forma todos os profissionais, que passa pela vida de cada um de nós e pode mudar o curso de vidas. O exemplo da professora Erin Grumwell, que sofreu perdas pessoais, mas nunca desistiu de ensinar seus alunos a importância da leitura. Fato real, adaptado para as telas em “Escritores da Liberdade” (2007), sua história se tornou um belíssimo filme estrelado pela oscarizada Hillary Swank, onde sua devoção cria um elo de confiança precioso com alunos marginalizados da periferia de Los Angeles.

Desfavorecidos por sua condição social, desiludidos com o futuro e atraídos pela violência de gangues e drogas, os alunos de Erin gradativamente se permitem abrir seus olhos para a importância da educação, enquanto Erin briga com diretores e professores descrentes a dar uma chance real para o grupo, que passa a escrever sua experiência pessoal em diários vindo a ser publicados, inspirados no exemplo de Anne Frank. Erin consegue inclusive trazer para sala de aula Miep Gies, a mulher que abrigou a pequena Anne e seus pais num gesto de coragem e humanidade. A figura de Grumwell foi um divisor de águas na vida daqueles jovens e continua a colher seus frutos através da “Freedom Writers Foundation” que amplia o alcance de seu trabalho para outros.

Como em qualquer área encontramos maus profissionais, mas devemos nos espelhar nos exemplos de Keating, Hundert e Grumwell, bem como nos exemplos de muitos grandes que tiveram a experiência de ser um professor. Nomes como Albert Einstein, Barack Obama, Stephen King e Renato Russo trabalharam como professores, viveram um período de suas vidas em uma sala de aula e deixaram um legado. A ficção pode inspirar realidade e se misturar a ela.

O professor E.R. Braithwait escreveu sobre sua vida docente e sua história também foi adaptada às telas no clássico “Ao Mestre Com Carinho!” (1967). O protagonista foi rebatizado de Mark Tackery e interpretado por Sidney Poitier, eternizado na canção “To Sir With Love”, cantada pela britânica Lulu, marcando gerações. Assim como Grumwell, Tackery vence obstáculos, enfrenta o preconceito e as agruras sociais do subúrbio londrino para provar o valor de uma educação no rito de passagem para as responsabilidades da vida adulta, no conflito entre uma educação formal e a busca por um meio de subsistência.

Professores podem ser rudes como Fletcher (J.K.Simmons) em “Whiplash”(2014), duronas como Louanne Johnson (Michelle Pfeiffer) em “Mentes Perigosas” (1995), malucos beleza como Dewey Finn (Jack Black) em “Escola de Rock” (2003), ou sensíveis como a Professora Helena (Carrossel). Somos a força que impulsiona o mundo, razão pela qual países como a Finlândia, Suécia, Japão e outros concedem reconhecimento aos mestres, como a luz que espanta a escuridão quando a maturidade se  mostra vindoura, a juventude tão passageira, mas o saber é a única riqueza que legamos aos nossos descendentes.

Talvez um dia em nosso país percebam que o professor é o super-herói de que todos precisamos, mas não nos damos conta... de que somos homens, mulheres, de FERRO. Olá, classe!!! 

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