Capixaba Anastácia mostra pluralidade de sua música em novos remixes
Afronta MC, Barol Beats e guitarrista de Gloria Groove foram os convidados da nova versão da canção “Eu Não”
Escute essa reportagem
“Nem
que eu bebesse o mar/ Encheria o que eu tenho de fundo”. São com
versos de “Seduzir”, do Djavan, que a cantora capixaba
Anastácia fala sobre como busca mostrar que seu
trabalho vai muito além do
samba explorado em seu
autointitulado álbum de estreia. No
disco,
lançado no fim de 2021, a artista de Linhares já não seguia o
tradicionalismo do ritmo,
deixando de lado alguns instrumentos convencionais do gênero que
ela abraçou
após deixar a música clássica.
“Na época, optei por mostrar essa minha pluralidade através dos discursos, que são voltados para a liberdade do corpo feminino, que vão um pouco fora do que o samba prega em algumas letras. Decidi mostrar qual é a minha, o que eu sou, essa pessoa boêmia, plural, meio que anti-heroína de mim mesma. Foi minha maneira de mostrar que não era só ali que eu ia ficar”, explica, em entrevista ao Tribuna Online.
Agora, a capixaba vai ainda mais longe com a divulgação de remixes de faixas do projeto. Depois de “Bêbada (Remix) ”, divulgada em 15 de abril, ela apresenta nova versão para a empoderada “Eu Não”. A releitura traz a participação vocal de Afronta MC e batidas inéditas de Barol Beats. E ainda conta um convidado especial: Kahuê Rosa, guitarrista da drag queen Gloria Groove.
“Defino essa versão como uma expansão das minhas sonoridades. Ela tem nuances de funk, acredito que seja capaz de adentrar novos espaços, novos públicos. É mais ampla, fora da gaveta do samba. Esses remixes vêm para reforçar essa Anastácia tão ampla”, conta.
Para a cantora e compositora, a questão racial é a maior causa dentro do seu trabalho na música. Por isso, ela tomou a decisão de convidar dois artistas negros do Espírito Santo para fazerem parte da releitura de “Eu Não”.
“Afronta
é uma pessoa que tem um discurso de liberdade de corpos plurais, e,
além de ser MC, é superenvolvida em várias causas. Ela
foi protagonista no clipe da versão original e agora aparece
trazendo o próprio discurso. Já o Barol é
um cara que eu admiro por ser um
dinossauro da música
capixaba e está a cada
dia se superando mais nas produções. É um cara que, como eu, vem
de uma formação musical um pouco mais tradicional e está
aí se jogando
na música
eletrônica,
que não tem
medo da modernidade”, afirma.
Ouça o remix de "Eu Não”:
Mais remixes
Mais dois remixes estão planejados. Nesta sexta-feira (06), Anastácia apresenta nova versão de “Cazuá”, em mais uma parceria com Barol Beats. A artista explica a decisão de lançar a releitura da canção sobre amor e reencontro perto do Dia das Mães.
“Percebi que é uma música que, quando as pessoas escutam, elas levam para diferentes saudades. Quando a música chega no ouvinte, ela já é da pessoa, e minha história já não faz tanto sentido. Vi uma pessoa chorando muito quando ouviu pela primeira vez e lembrou da mãe. Então, quis fazer essa sinestesia”, explica a cantora.
No dia 25 de maio, chega às plataformas digitais o remix de “Ai de Mim”.
Comentários