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Agenda Cultural

Festival de jazz em Santa Teresa conta com mais de 15 atrações

Em sua 10ª edição, evento de Santa Teresa começa na próxima sexta-feira e vai contar com shows nacionais, internacionais e locais


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Imagem ilustrativa da imagem Festival de jazz em Santa Teresa conta com mais de 15 atrações
A cantora hondurenha Indiana Nomma canta de graça no domingo |  Foto: Divulgação

O Festival Internacional de Jazz e Bossa de Santa Teresa chega a sua 10ª edição na próxima sexta-feira com mais de 15 shows de artistas internacionais, nacionais e locais.

Toda a programação vai acontecer no Parque de Exposições Frei Estevão Corteletti, no bairro Dois Pinheiros. E, além de muita música, haverá espaço gastronômico com mais do que o dobro de operações em relação ao ano passado. 

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Quem dá os primeiros acordes desta edição é o Quarteto Colibri, que se apresenta sexta-feira, às 20 horas, no Palco Colibri. Em seguida, duas atrações dos Estados Unidos vão agitar a galera no Palco Imigrantes: o projeto Alabama Mike & The Simi Brothers e o guitarrista quatro vezes indicado ao Grammy Stanley Jordan. Armandinho e o acordeonista acreano Chico Chagas fecham o primeiro dia de música.

O sábado musical tem início com Ravi e Victor Polo, às 11h30, 13h e 14h30. Simultaneamente, no Palco Imigrantes tem apresentações do grupo Naipe de 3 ao meio-dia, do mineiro Flavio Venturini às 13h30 e do Baobab Trio com Nivaldo Ornelas e Marcelo Coelho às 15h. Os shows diurnos são gratuitos.

À noite, destaque para dois grandes nomes da música brasileira. O mineiro Toninho Horta, considerado um dos maiores guitarristas do mundo, divide palco com a Orquestra Popular de Câmara da Fames, às 21h. Já João Donato, músico pioneiro da bossa nova, é o convidado  do coletivo Jahzz às 22h30.       

“A ideia  foi preparar o palco para que o expoente da bossa nova se divirta e fique à vontade para tocar, improvisar nas harmonias. A proposta é fazer releituras de clássicos dele, como 'Bananeira', na mistura do jazz com o reggae”, contou o capixaba Gabriel Ruy, um dos fundadores do coletivo.

No domingo à tarde, o público volta a ter contato com o melhor da bossa nova ao poder curtir a performance gratuita do capixaba Roberto Menescal, um dos fundadores do movimento.

Na apresentação, ele fará um repertório de 12 músicas. “Fiz pensando no instrumental. A gente apresenta a música como ela é e depois improvisa em cima dela. Vamos fazer também quatro canções com uma cantora daí da terra. Aliás, ela escolheu as músicas mais difíceis de cantar. Vou até quebrar a cabeça aqui amanhã (terça-feira) para fazer os arranjinhos em cima do tom dela”, revelou ele, fazendo mistério sobre o nome da convidada.

Indiana Nomma: “Viajo muito e adoro ser surpreendida”

Vozes femininas da música serão reverenciadas no show “Divas do Jazz”, que será apresentado gratuitamente domingo, no Festival Internacional de Jazz e Bossa de Santa Teresa, pela hondurenha  Indiana Nomma, 47.

Para interpretar clássicos de nomes como Ella Fitzgerald e Billie Holiday, a cantora estará acompanhada do pianista Daniel Baker, do baixista Oswaldo Amorim e do baterista Sandro de Souza.

A Tribuna – É sua primeira vez no “Santa Jazz”?

Indiana Nomma - Sim! Mas já estive uma vez no Estado, antes da pandemia. Me falaram  que Santa Teresa é peculiar, um reduto. 

Chegou a ler sobre a cidade?

Não. Viajo muito e adoro ser surpreendida. Gosto de chegar e levar um susto!

Sabia que Santa Teresa foi a primeira colônia fundada por imigrantes italianos no Brasil?

Isso é super-revelante, porque fiz shows pela Itália. A expectativa até aumentou agora! Vou até mudar o repertório! (Risos) Os italianos têm músicas bem interessantes. Tem uma, inclusive, que já toquei com meu parceiraço Osmar Milito e é composição dele. Se chama “L'amore, forse” e foi interpretada pela cantora Mina. É linda! 

Chega com o show “Divas do Jazz”. Quem é a diva das divas? 

Pergunta impossível de ser respondida! (Risos) Das mais antigas, minhas preferidas são Ella Fitzgerald, Billie Holiday e Sarah Vaughan. Das mais atuais têm Roberta Gambarini, Dee Dee Bridgewater e  Carmen McRae. Canto todas nesse show. 

Foi uma seleção difícil?

Não, porque acabo indo para o meu lugar de conforto. É fácil, gostoso e divertido de cantar. Me sinto em casa! O show homenageia as divas do jazz, mas o público vai poder perceber influências dessas cantoras em clássicos do rock que apresento, a exemplo de “Highway to Hell”, de AC/DC, que ganha uma releitura jazz inspirada pela versão de Ella Fitzgerald para “Sunshine of Your Love”, da banda Cream.

É filha de brasileiros. Como é sua relação com o Brasil?

O fato dos meus pais terem sido exilados do Brasil durante a ditadura militar fez com que eles passassem por países da América Latina e pela Alemanha. Moro há 36 anos no Brasil e pretendo continuar por aqui. 

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Foi fácil aprender o português?

Foi bem complexo. Quando chegamos ao Brasil, minha família falava uma mistura de português, espanhol e alemão. Não foi fácil toda hora aprender uma língua nova e, por isso, tenho muita dificuldade de cantar em português e tem uma parte cultural que não conheci. Fui ouvir MPB pela primeira vez aos 19 anos. A música brasileira é um estudo constante, não é natural para mim. Me sinto uma eterna aprendiz da música brasileira. 

Ter vivido em vários países te influenciou a ser essa pessoa que faz turnês pelo mundo?

Totalmente. Costumo dizer que quase nasci dentro de um avião. (Risos) Me adapto fácil ao público, à diferença cultural, e já toquei até em Bangladesh. Me sinto nômade e, por isso, o “Nomma” no nome.  Além de nômade, sou curiosa!


Serviço

“Santa Jazz”

O quê: 10ª edição do Festival Internacional de Jazz e Bossa de Santa Teresa, com atrações locais, nacionais e internacionais.

Quando: De sexta-feira a domingo.

Onde: No Parque de Exposições Frei Estevão Corteletti, em Dois Pinheiros, Santa Teresa.

Ingressos: R$ 60 (3º lote) + 1kg de alimento não perecível para a programação noturna de cada dia (sexta-feira e sábado). A entrada é gratuita para os shows diurnos.

Venda: Site lebillet.com.br.

Programação

Sexta-feira

Palco Colibri: Quarteto Colibri às 20h.  

Palco Imigrantes: Alabama Mike & The Simi Brothers (EUA) às 21h, Stanley Jordan (EUA) às 22h30 e  Armandinho e Chico Chagas (AC)  à meia-noite.    

Sábado à tarde

Palco Colibri: Ravi e Victor Polo às 11h30, 13h e 14h30.

Palco Imigrantes: Naipe de 3 às 12h, Flávio Venturini (MG) às 13h30 e Baobab Trio com Nivaldo Ornelas e Marcelo Coelho às 15h.

Sábado à noite

Palco Colibri: Quinteto Pentágono às 20h30, 22h e 23h30. 

Palco Imigrantes: Toninho Horta (MG) e a Orquestra Popular de Câmara da Fames às 21h, coletivo Jahzz convida João Donato (AC) às 22h30, e banda The Jig (Holanda) à meia-noite.

Domingo

Palco Colibri: Aline Maria e Victor Polo às 11h30, e Choro Acadêmico da Fames às 13h e 14h30. 

No Palco Imigrantes: Indiana Nomma (Honduras) às 12h, Roberto Menescal às 13h30 e Fabio Lepori (Itália) às 15h.

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