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Entretenimento

“Achei que ter filhos ia ajudar a melhorar o mundo”, afirma Julia Lemmertz


São 58 anos de idade e quatro décadas de carreira construídas arduamente. Mas nada faria sentido para Julia Lemmertz se ela não pudesse compartilhar os ensinamentos diários da vida com seus filhos, o rapper Miguel, 21, e a atriz Luiza, 33.

“Tenho uma consciência geral do mundo, não nego a crise, tento viver em comunidade. Não estou na vida só por mim. Coloquei gente no mundo porque achei que ter filhos ia ajudar a melhorar o mundo. Não quero ser um vírus para a natureza, quero ser a natureza. Quero fazer sentido” afirma, ao AT2, a atriz gaúcha.

Imagem ilustrativa da imagem “Achei que ter filhos ia ajudar a melhorar o mundo”, afirma Julia Lemmertz
“Quero fazer sentido”, diz a atriz. |  Foto: Divulgação/TV Globo

Aliás, foi com eles – e também com o genro Cairê Rego e o neto Martin, 4 – que ela passou boa parte da quarentena, num sítio localizado entre o Rio e São Paulo. E, por lá, dividiram momentos de muita conexão.

“Tivemos discussões, reflexões, coisas que foram aparecendo. Nem todo mundo estava só curtindo estar ali. Foi um aprendizado para todos”, conta ela, enquanto se preparava para a aula de moto, uma demanda para a sua nova personagem na novela “Quanto Mais Vida, Melhor”.


“A gente vivia uma ilusão”


AT2 Passou parte da quarentena em um sítio. Como foi?

Julia Lemmertz Fui há exatamente um ano com minha família. Estava fazendo a peça “Simples Assim”, que foi cancelada. Era mais seguro ficar lá, mas estávamos longe de tudo, com dificuldades que existem no meio do mato.

A gente não estava lá de férias. É diferente ir para um lugar desse para desfrutar, e ir num momento em que o mundo está passando por pandemia mundial. Você se preocupa com amigos, família, com as pessoas em situações vulneráveis.

Agora, mais do que nunca, ficou claro que estamos nessa situação muito porque nós nos desconectamos com a natureza. Estar no campo foi bonito para trazer a conexão. Não é só cuidar da terra, mas entender que a gente é parte dela. E a gente tem que respeitar a forma como a vida acontece ali.

Pôde participar mais da criação do neto?

Sempre estive por perto. Claro que, vivendo lá, foi mais bacana para ele, que estava com os pais 24 horas por dia. Todo mundo de uma família que se dedica a uma criança acaba ajudando na criação. Não tem isso de quem educa é a mãe. Todo mundo está mostrando algo para ele. A criação é de todos.

Viu as reprises de “Fina Estampa” e “Novo Mundo”?

Estava num lugar sem internet boa e sem televisão. Às vezes, conseguia entrar na Globoplay e ver um capítulo ou outro. Mas o que menos fiz foi ver TV.

Do que mais sente falta da vida pré-pandemia?

Na verdade, acho que a gente vivia uma ilusão, uma ilusão de que estava tudo bem. Aquilo não era o normal, já estava estranho, a dificuldade estava se apresentando.

Já estava difícil fazer teatro. Estava devagar, mas tinha espaço, palco, plateia, podia fazer com pouco recurso, podia circular. Sinto falta de poder estar em cena.

Todo mundo fala: “Mas o teatro vai voltar”. Ele nunca deixou de existir e nem vai deixar, vai se transformar. Vamos encontrar uma saída. Não tenho medo disso. Só acho que está mais difícil do que já era. O que vai ser? Não sei.

Estará na próxima novela das 7, “Quanto Mais Vida, Melhor”. Sentiu saudades da TV?

Acho bom dar espaço, nunca gostei de fazer uma novela atrás da outra. Não é nem por descansar imagem, mas para se refazer. O processo de uma novela é desgastante. Gosto de poder fazer teatro entre uma coisa e outra, e sair do sistema ilusório, vir para a terra um pouco.

E como tem sido gravar?

Mudou muito! A preparação foi mais online e minha prova de figurino também. É muito protocolo, fica mais sozinho, de máscara. Quando vai gravar, precisa de tempo para se recompor, para lembrar que tem boca. É quase ficção científica.

Sua nova personagem será tão malvada quanto a Greta de “Novo Mundo”?

A Greta era uma louca assassina, psicopata, não tinha filtro! A Carmem é só uma mulher poderosa que não tem muito saco para falta de competência das pessoas. Ela quer poder, mas é uma boa mãe.

Como encara as falhas humanas?

É bom que as pessoas entendam que todo mundo tem falhas. O bacana é dizer: “Errei, me enganei, desculpa aí”. E tenham redenção.

A gente está nesse lugar hoje por falta de educação. As pessoas perderam noção do que é certo e errado. Tá tudo muito louco. E o governo que não preza a educação e é mal-educado publicamente corrobora pra isso.

Está dando aval para dizer que a falta de educação é boa. Daí muito da importância do ator, porque a arte é parte da educação.

Acredita que o ser humano aprendeu algo com pandemia?

Algum aprendizado todo mundo vai tirar. É claro que quem tem mais consciência vai enxergar melhor. Mas quem é cego, provavelmente, vai ficar cego.

Mas muita coisa aconteceu. Existe uma corrente gigante de solidariedade. Muita coisa bonita aconteceu, mas a gente sempre olha para o ruim, para a falta. E a nossa falta é muito grande.

É difícil falar de aprendizado quando mora com 10 pessoas num cômodo, tem que sair para trabalhar e não tem o que comer. O que essas pessoas aprenderam? Que são miseráveis, desassistidas pelo governo e invisíveis para a sociedade.

E o que você vai pedir para essas pessoas? Não tem aprendizado possível. Tem ódio, raiva, miséria, tem conformidade. Cada um vai tirar da situação o que puder. Agora, espero que quem tem mais oportunidade, privilégios, possa ter consciência disso e repartir.

Como encara o sucesso?

Sucesso, para mim, está ligado a uma realização, e não a ser sucesso de público. Eu não sou celebridade, sou uma atriz que faz coisas que me tornam conhecida.

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