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Entretenimento

“A religião me deu forças para eu ser quem sou”, diz drag queen Aretuza Lovi


Imagem ilustrativa da imagem “A religião me deu forças para eu ser quem sou”, diz drag queen Aretuza Lovi
O goiano Bruno (destaque) faz sucesso como Aretuza Lovi. |  Foto: Divulgação/ErnnaCost

Na chamada de vídeo, sem nenhuma imagem exposta do outro lado, a tela revela: “iPhone de Bruno”. “Bruno?”, pergunto. “Que Bruno o quê, é Aretuza, menino!”, responde, aos risos. Ele quer ser chamado pelo seu alter ego artístico durante aquela conversa. “Me chama de Are, todo mundo me chama de Are”, justifica a drag queen, que tem 79 milhões de visualizações em seu canal no YouTube.

Ainda se recuperando da Covid, optou por não abrir a câmera. “Tô destruído”, se desculpa. Mas, nesse bate-papo, abriu seu coração ao falar da sua relação com as regiões Norte e Nordeste, liberdade, críticas e umbanda, religião da qual tem orgulho de fazer parte. Aliás, o novo single, “Colarzinho de Miçanga”, para ela, é um presente de Iemanjá, visto que a letra nasceu em um fim de tarde de isolamento, enquanto observava o mar.

“Acho que a gente tem que estar onde se sente bem consigo, onde se sente amparado e consegue ter amor, conforto. Na umbanda, eu me sinto assim. E ela teve muito valor quando me assumi, me fazia ter esperança! Sempre fui apegado aos meus guias, sempre pedi muito, mas também agradeci bastante. Então, a religião me deu forças para eu ser quem sou”, afirma.

A musicalidade do Norte e do Nordeste também foi decisiva para a construção do artista recém- chegado aos 31 anos. Natural do interior de Goiás, Are mudou-se para o Tocantins com a família ainda na pré-adolescência. Aos 16, decidiu que queria brilhar nos palcos, largou tudo e foi morar com amigos no Pará. E ainda passou por Pernambucano e pela Bahia. Por isso, mais uma vez, aposta em sonoridades dessas regiões. A nova canção é uma mistura de brega-funk, pagodão baiano e reggae.

“É uma cultura que me faz tremer na base. E, quando me tornei Aretuza, falei: ‘Foram essas pessoas que me inspiraram, então quero trazer isso para o meu trabalho’. É uma forma de agradecer ao que o Nordeste me fez ser”, conta o pai de Noah, de 6 anos.

“Colarzinho de Miçanga” ganhou clipe que conta uma história romântica através de muita representatividade, valorização da cultura nordestina e referências à umbanda.


“A vida é uma grande história”


AT2 Mais uma vez, você celebra a musicalidade do Norte e do Nordeste em uma música.

Aretuza Lovi Não sei explicar, mas, desde criança, tive uma fissura pela cultura do Nordeste. Quando fui trabalhar na Bahia, eu já era apaixonado pelo axé. Como não dançar É o Tchan? (Risos) Tudo me contagiava!

São regiões que têm um significado de liberdade para você?

Total! Me deram asas para voar. Me deram aquele respiro de falar: “esse sou eu”. Quando saí de casa, a minha sexualidade ainda não era assumida. Uma das coisas que me fez sair foi a pressão não das pessoas, mas minha. Era uma pressão muito grande de “não posso ser assim”. Com meus amigos no Pará, pude ser quem eu sou, a música fazia eu me sentir assim.

Conta sobre “Colarzinho de Miçanga”, sua nova música?

Ela tem um significado especial, porque marca uma nova era na minha vida. Fiz 30 anos em 2020, era um ano em que estava projetando um monte de coisas e fomos pegos de surpresa pela pandemia.

No ápice disso tudo, estava sentado numa sacada olhando para o mar, triste, e veio a inspiração da letra. Acredito que é um presente do mar, porque sou filho de Iemanjá, sou umbandista e nunca tive vergonha de expor isso.

E o clipe?

Tive um sonho com Iemanjá e ela contava uma história para mim. Dentro do clipe, tem várias mensagens subliminares e representatividade, mas o enredo principal foi pensado dentro desse sonho.

Na esfera romântica, acha que Iemanjá já te deu uma ajudinha?

Não. As pessoas ligam muito a umbanda a pedidos e oferendas, mas não! A nossa maior religião é a nossa fé. Agradeço a Iemanjá por tudo que ela faz na minha vida. Pela proteção, por saúde. A gente tem que agradecer a força suprema que rege a nossa vida. Não peço romance. Para mim, isso não é o sentido da religião. Por muitas vezes, nossa religião é banalizada por isso.

Não é a primeira vez que traz referências à sua religião em clipe, mas elas estão mais claras agora. Está mais à vontade para tratar disso?

“Movimento”, com a Iza, é uma grande homenagem à cigana do pandeiro e deixei isso muito visível. Mas é uma questão de evolução. A gente vai evoluindo mentalmente, espiritualmente, e as coisas vão acontecendo. A vida é uma grande história, com vários capítulos. Uma força maior dizia que era o momento e eu só fui fazendo.

Ainda há intolerância?

Ainda é muito grande. Como pessoa pública, tenho que mostrar que não há problema em ser umbandista. É a sua religião, tem que ter orgulho. Sempre falei disso, mas agora estou assumindo escancaradamente.

Como lida com a pressão e as críticas a cada lançamento?

A gente se empenha, coloca o nosso melhor, mas nem sempre vai agradar a todos. As pessoas têm prazer em desmerecer e questiono se isso é prazeroso para elas. Machuca, dói, mas aprendi a não precisar me provar para os outros. Sei a pessoa que sou. As pessoas precisam ponderar que, quando elas anulam o trabalho de artista, anulam não só o trabalho, mas uma história, uma luta, e famílias que estão ligadas. É efeito dominó.

Se eu fosse tão ruim, não estaria há quase 10 anos sobrevivendo da minha arte. Essas pessoas não têm o que fazer, são vazias, tristes, e eu estou aqui, maravilhosa, com um clipe superproduzido! Pode me chamar de tudo, menos de feia, porque estou linda nele! Vou continuar fazendo meu trabalho, porque essa é a minha missão.

Conseguiu ficar mais próximo de seu filho na pandemia?

Estou morando em Florianópolis e ele está em Brasília com a mãe. Tem uns 20 dias que não o vejo, mas sempre faço uma artimanha para ficar com ele.

Durante a pandemia, tem dia que a gente está bem e tem dia que não. Tento respeitar quando não estou bem. A gente fica preso na internet e isso me faz mal. Estou tentando fugir um pouco dela. Uso esse tempo pra compor, produzir EP e acompanhar mais meu filho. Nos falamos o dia todo!

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