Abstenções foram maiores que a votação de Max, Célia e Fábio Duarte
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Concluídas as apurações das quatro cidades com segundo turno neste domingo (29) é hora de olhar para as estatísticas. E uma delas em especial, as abstenções, fizeram a diferença neste ano. Nas cidades de Vila Velha, Serra e Cariacica, o número de eleitores que deixou de votar superou a votação obtida pelo candidato derrotado.
Neste caso, foram "vencidos" pela abstenção os candidatos Max Filho (PSDB), Fábio Duarte (Rede) e Célia Tavares (PT).
De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral, a abstenção do 2º Turno foi de 29,34%, maior do que o 1º Turno, quando o percentual foi de 24%.
O desembargador Samuel Meira Brasil Júnior, presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo, destacou o ano atípico por conta da pandemia do coronavírus, mas reforçou a importância do voto.
"Qualquer número de abstenção não é o desejado. Por menor que seja, ainda é maior do que a Justiça Eleitoral deseja. Nosso desejo é que o eleitor possa comparecer e escolher de forma livre e consciente o seu candidato. Quando ele não exerce o seu direito, abre mão para que outras pessoas possam escolher no seu lugar", explicou.
Raio-X das cidades
A cidade com o maior número de abstenções foi a Serra, onde 104.526 eleitores deixaram de votar. O índice se aproxima ao total de votos do vencedor, o deputado federal Sérgio Vidigal (PDT), que obteve 111.920 votos, e supera o segundo colocado, o vereador Fábio Duarte (Rede), que obteve 91.931 votos.
Em Cariacica, a ex-secretária de Educação Célia Tavares (PT) obteve 67.111 votos, menos do que o número de abstenções, que foi de 78.541. O deputado estadual Euclério Sampaio (Democratas) foi o vencedor com 95.356 votos.
Já em Vila Velha, o índice de abstenção foi quase 50% a mais em relação ao segundo colocado, o prefeito Max Filho (PSDB): 62.236 para o atual prefeito contra 90.645 eleitores faltosos. O vereador Arnaldinho Borgo (Podemos) foi eleito com a maior votação da Grande Vitória, com 138.741 votos.
Somente na capital Vitória é que o número de abstenção não superou o segundo colocado, João Coser (PT). O ex-prefeito obteve 72.684 votos contra 65.740 eleitores faltosos. O deputado estadual Lorenzo Pazolini (Republicanos) foi eleito prefeito de Vitória com 102.466 votos.
Votos não válidos
Além das abstenções, a Justiça Eleitoral computou também os dados de votos em Branco e votos nulos, que não são contabilizados como "votos válidos" para definir os candidatos vencedores.
Os dois índices sofreram quedas. Sobre os votos "Brancos", 3,93% no 2º Turno contra 4,7% no 1º Turno. Já quanto aos votos nulos, 5,6% no 1º Turno contra 5,18% no 2º Turno.
Vale lembrar: quem deixou de votar neste 2º turno tem até o dia 28 de janeiro para justificar a sua ausência à Justiça Eleitoral. Além da opção do aplicativo e-Título, o eleitor pode comparecer ao Cartório Eleitoral e apresentar a sua justificativa, informando o motivo da ausência e apresentando um comprovante (atestado, comprovante de viagem, etc).
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