Veja a “dica de ouro” para a prova de História do Enem
De acordo com professora, agora não é hora de estudar conteúdo novo, e sim dominar aquilo que já foi estudado

A prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está chegando, e a professora de História do Madan, Alba Valéria Santos da Silva, deu uma “dica de ouro” para os estudantes nesta reta final. De acordo com ela, agora não é hora de estudar conteúdo novo, e sim dominar aquilo que já estudou.
“O importante é focar na revisão dos conteúdos já estudados e não fazer questões de outras bancas. Por quê? Você tem que se familiarizar com a prova do Enem. Como que os comandos vêm, como eles distribuem essa prova, qual a linguagem... Porque é diferente de uma Fuvest, de uma Unicamp”.
“Às vezes o aluno quer aumentar o nível de dificuldade e busca fazer outras questões. Eu aconselho agora: não mais. Agora é focar e confiar, porque ele já nadou tanto que não dá para morrer na praia”.
Além desse conselho, ela mencionou conteúdos que costumam virar questões de História. Um deles, que é uma aposta de cair neste ano, é a escravidão, com questões que liguem aos negros e aos indígenas.
Alba afirmou que não é para estudar de forma fatídica. “'Foi assim, foram tantos mil'. Não é só sobre isso. É sobre aquele tema e como ele reverbera para nós hoje enquanto sociedade. A banca gosta de fazer essa ligação”.
“E que bom, porque se esse conhecimento que vamos buscar não servir para entendermos a sociedade em que vivemos, ele fica em desuso. Se for só acúmulo de informação, a IA saberá fazer melhor. Mas somos convocados a mostrar a nossa capacidade crítica”.
A profissional disse ainda que um período que sempre cai é o Segundo Reinado porque ele antecede a República. “São as bases da estrutura política atual. Mas também porque durou muito. Dom Pedro II gostou do trono. Ele ficou 49 anos. É um período de muita mudança no mundo”.
A Era Vargas também costuma ter destaque, sobretudo o Estado Novo, que é o período ditatorial do governo dele. “Focar em questões trabalhistas, o corporativismo do Estado mediando a tensões entre patrão-empregado e as consequências disso”.
Esses e outros comentários da professora Alba sobre as questões de História na prova de Ciências Humanas e suas tecnologias estão presentes em um podcast disponível no canal Tribuna Online, no YouTube.
Você Sabia?
Quando o exame foi criado, não eram as 180 questões que são feitas hoje em dia, muito menos a divisão para realização em dois dias. Antes, a prova continha “apenas” 63 questões e a redação. Além disso, era aplicada em um só dia, com cinco horas e meia de duração.
Fique por dentro
Prova de História
As questões de História fazem parte da prova de Ciências Humanas e suas tecnologias, que contempla também Geografia, Filosofia e Sociologia. No total, essa avaliação conta com 45 questões.
A professora de História do Madan, Alba Valéria Santos da Silva, comentou sobre as questões de sua área de ensino.
Quais conteúdos costumam cair na prova de História?
Escravidão, Segundo Reinado, Era Vargas e ditadura militar.
Alba comentou que a ditadura militar ficou um pouco esquecida por um tempo, mas nos últimos dois anos tem caído. O foco é olhar, por exemplo, questões de restrição de liberdade ou de imprensa, o AI-2 e o AI-5.
Temas atuais podem cair?
Alguns exemplos dados por Alba:
A inteligência artificial é uma realidade e pode ser relacionada com outras revoluções: a Revolução Industrial (a primeira e a segunda), e a revolução tecnológica que acontece, sobretudo, depois da década de 90.
A diversidade de acesso à mídia pode ser relacionada com outros processos históricos em que a humanidade passou por grandes transformações. Por exemplo, as Grandes Navegações e a Revolução Industrial.
A questão ambiental é um assunto relevante que pode cair junto com Geografia. As consequências, o racismo ambiental, quem habita as periferias, quem está preparado para lidar com as mudanças climáticas.
Luz para a Redação
De acordo com Alba, o candidato sai da prova de Ciências Humanas melhor do que entrou, porque amplia o conhecimento de mundo. Enquanto faz a avaliação, constrói repertório para a redação. O candidato pode usar recursos, palavras, alguns temas sensíveis para fazer referência.
Indicação de autores para a Redação
Alba citou Lilia Schwarcz e Djamila Ribeiro. A primeira é uma historiadora e antropóloga brasileira, e a segunda, filósofa, professora e figura importante no combate ao racismo.
Dicas para a reta final
Visite o local de prova antes do dia do exame. Isso é importante para evitar surpresas.
Leve duas canetas. Uma de ponta fina, para fazer a redação, sendo necessário uma letra pequena para caber todas as ideias, e outra de ponta grossa para preencher o gabarito.
Não confira o gabarito depois de fazer a prova porque não haverá gabarito oficial nesse momento. Se quiser fazer mesmo assim, realize segunda prova e depois confira.
Esse cuidado é importante, porque, dependendo do resultado, o estudante acaba se desmotivando e vai com menos confiança para o segundo dia.
Bicho de 7 cabeças
Para Alba, não há um tema específico que os alunos costumam ter mais dificuldade. Ela acredita que o período colonial possa ser o que mais cause dúvidas, porque está mais distante. E percebe que quanto mais próximo da realidade atual aquela matéria é, mais facilidade os alunos têm.
“Me preocupa aquele aluno que não focou na área de humanidades e não desenvolveu muito a sua habilidade reflexiva. Aprova cobra isso”.
Enem 2025
O Enem é a principal forma de ingresso para a educação superior brasileira. Neste ano, as provas serão aplicadas nos dias 9 e 16 de novembro, no período da tarde.
No 1º dia do exame, serão aplicadas as provas de Linguagens, códigos e suas tecnologias, Redação e Ciências humanas e suas tecnologias.
No 2º dia, serão aplicadas as provas de Ciências da Natureza e suas tecnologias e Matemática e suas tecnologias.
Foram contabilizados 4.811.338 inscritos confirmados para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 em todo o Brasil. Em comparação com 2024, o aumento no número das inscrições foi de 11,22%.
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