Pediatras fazem cartilha para orientar volta às aulas
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O início do mês de fevereiro está sendo marcado pelo retorno das aulas. A rede privada já deu início ao ano letivo e as escolas públicas também estão preparando o retorno.
Apoiando este retorno, presencial e híbrido, com alunos na escola ou estudando a distância, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) fez uma cartilha para orientar pais e escolas.
Além de todas as medidas de segurança, como uso de máscara e distanciamento, os pediatras estão preocupados com o uso das telas. A SBP destaca que, para o ensino remoto, é importante o uso de um computador, não sendo adequadas telas como aquelas do tamanho de um celular.
“O visor do celular é pequeno e, sendo móvel, a criança tende a se aproximar muito do rosto. A luz azul da tela atrapalha a questão visual. Temos visto uma maior quantidade de crianças que passaram a fazer uso de óculos, além de outras com distúrbios do sono”, pontua a pediatra Marcela Assis.
A cartilha também traz recomendações quanto às refeições na escola, sendo orientado aos pais e escolas priorizarem alimentos embalados individualmente.
“A contaminação poderia ocorrer pela comida, se ela fosse em formato de 'self-service', em que as crianças falam e eliminam gotículas em cima da comida. Além disso, o manuseio múltiplo dos talheres para servir pode acabar virando outro meio de contaminação”, explica a pediatra Rachel Mocelin.
Segundo o documento, as máscaras também devem ser trocadas a cada três horas. “Após esse período ou antes, se a máscara ficar úmida, a eficácia da proteção é diminuída consideravelmente, sendo indicado a troca”, indica Rachel.
Coordenador da Região Sudeste da Sociedade Brasileira de Pediatria, o médico Rodrigo Aboudib frisa que qualquer criança com sintomas deve permanecer em casa, bem como se ela tiver contato com alguém da família ou do convívio que esteja com sintomas.
A presidente da Sociedade Espírito-Santense de Pediatria (Soespe), Roberta Fragoso, afirma que a maioria das crianças apresenta quadro leve ou assintomático, quando infectada pela Covid.
“Os casos de síndrome inflamatória multissistêmica, provavelmente associada à Covid-19, ocorrem com incidência muito baixa. Sabemos que as crianças, diferente dos adultos, têm mortalidade menor, da ordem de menos de 1%, e correspondem a 2% e 3% do total das internações”, reitera.
No Colégio Adventista de Vitória, a diretora Viviane Zahn afirma que a troca de máscara deve ser feita conforme o indicado, além de serem seguidas outras recomendações, como o distanciamento.
Saiba mais
Algumas recomendações
Telas e ensino
- O ensino remoto pressupõe a existência de um computador, não sendo adequadas telas como aquelas de um celular, além da exigência, indissociável, de disponibilidade da internet com qualidade e estabilidade.
- A escola deve oferecer ensino híbrido (presencial e remoto). Ela também deve propiciar ambientes arejados, com aberturas de janelas.
- Atividades ao ar livre devem ser estimuladas.
Higienização das mãos
- Todo espaço deve ter fácil acesso a pias ou lavatório com água, sabonete líquido e papel-toalha para higienização frequente das mãos, seguindo a técnica orientada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. De forma alternativa, a higienização pode ser realizada com álcool 70º em gel.
Higienização dos ambientes
- Com o objetivo de eliminar vírus eventualmente deixados no ambiente escolar por uma pessoa contaminada, a limpeza e a desinfecção devem ser feitas em três escalas: limpeza terminal, completa, no início ou no final das atividades; limpeza concorrente, durante o funcionamento da escola, especialmente na troca de turnos; limpeza imediata, no momento em que ocorrer derramamento de líquidos ou secreções.
Refeições na escola
- Priorizar alimentos embalados individualmente e que possam ser consumidos em sala de aula.
- Se o refeitório for utilizado, calcular a capacidade que garanta a distância mínima de 1,5m entre as pessoas. Evitar o sistema self-service.
- Recomenda-se o uso de protetor facial (face shield) para o profissional da escola que vai servir os pratos ou levá-los até o local onde o estudante fará a refeição. Também deve-se evitar bebedouros e priorizar garrafas ou copos individuais.
Uso de máscaras e aglomeração
- Recomendado o uso de máscaras de pano, com duas camadas. Devem ser trocadas a cada 3 horas, ou antes, caso fiquem sujas ou úmidas. Recomenda-se o uso, inclusive, na educação infantil, a partir de 2 anos de idade.
- Jogos, competições, festas, reuniões, comemorações e atividades que envolvam coletividade devem ser temporariamente suspensos.
Pessoas sintomáticas
- A escola só deve receber pessoas assintomáticas. Recomenda-se aferir a temperatura corporal e avaliar qualquer alteração do estado de saúde antes de dirigir-se à escola, comunicando a falta e o motivo.
Uso de transporte escolar
- Deverão ser respeitadas as regras locais com relação ao uso de máscaras, higienização das mãos e dos veículos, disponibilidade de álcool em gel e espaçamento dos usuários dentro dos veículos.
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria.
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