Estudantes bloqueiam portões da Ufes contra cortes na Educação

Alunos bloqueando as entradas para a Universidade, em Vitória |  Foto: Reprodução/Instagram @dceufes

A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) amanheceu, nesta quinta-feira (8), com os prédios vazios nos campi de Goiabeiras e Maruípe, após uma manifestação de estudantes contra o congelamento de pagamentos do Ministério da Educação (MEC) feito pelo Governo Federal. 

Nesta quarta (7), após se reunirem, os estudantes avisaram nas redes sociais, que hoje seria dia de manifestação contra a medida e que bloqueariam as entradas da universidade. No Twitter, o Centro Acadêmico Livre de Arquitetura e Urbanismo (Calau) foi uma das páginas que fez o anúncio.

"Portões da Ufes estarão fechados amanhã (quinta-feira, 8)! Em resposta aos cortes, foi decidido na Assembleia de hoje que os portões de entrada da Ufes serão bloqueados. Decisão está em concordância com a mobilização da UNE (União Nacional dos Estudantes) que define paralisação nacional amanhã!", diz a postagem.

Na última semana, o governo anunciou que congelaria os pagamentos do Ministério da Educação (MEC) e, com a medida, o pagamento de mais de 200 mil bolsas de pós-graduação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) está paralisado. 

No Instagram, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufes informou que os campi de São Mateus e Alegre também estão participando da ação. De acordo com o diretório, a manifestação é uma forma de reivindicar o direitos e  políticas de permanências para continuar as suas pesquisas e trabalhos acadêmicos.

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Uma publicação compartilhada por DCE UFES (@dceufes)

Segundo eles, mais de 5 mil pesquisadores e estudantes vão ficar sem acesso à bolsa e ao auxílio, que garantem a permanência deles na universidade, após "corte de R$ 6 milhões do orçamento" da Ufes.

Em um comunicado publicado em seu site oficial, a Administração Central da Universidade Federal do Espírito Santo apenas informou que as atividades acadêmicas e administrativas dos campi de Goiabeiras e Maruípe estão suspensas, nesta quinta-feira (8), devido ao bloqueio dos acessos a esses locais.

Na manhã desta quinta (8), o nome "Ufes" aparece nos Trending Topics do Twitter. Veja alguns comentários:

Meu total apoio as reivindicações feitas pelos estudantes de graduação e pós-graduação da @ufes neste momento. Não podemos ficar calados diante de tamanha covardia contra aqueles que buscam o fortalecimento profissional em suas vidas. #euapoioosestudantes

— giovanniogarcia (@giovanniogarcia) December 8, 2022

se n tem auxílio a gente ocupa, faz ato e vai pra luta mostrar que não adianta tentar acabar com a universidade, eu vou sair da ufes sim mas com meu diploma na mão e não expulsa por falta de assistência.

— carol (@CarolineCaroles) December 8, 2022

🚨 PARALISAÇÃO GERAL NA UFES 🚨

A Assembleia Geral dos Estudantes da Ufes decidiu que amanhã, quinta-feira, 8/12, paralisaremos as nossas atividades, trancaremos os portões!

Às 15h nos reuniremos novamente em concentração para o Ato 17h, Teatro Universitário.#PagueMinhaBolsa

— Bea 🐊⚒ (@boringsuchus) December 7, 2022

Corte de gastos

De acordo com a Agência Folhapress, o governo de Jair Bolsonaro congelou todos os pagamentos do Ministério da Educação (MEC), no último dia 1º, quando ele também reverteu o bloqueio de limites de empenho (reserva de dinheiro) para universidades e institutos federais. A decisão inclui todas as universidades vinculadas à rede federal, inclusive a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

"Mensagem do Tesouro Nacional encaminhada ao MEC e unidades, de 19h37 desta quinta-feira (1º), indica que o governo 'zerou o limite de pagamentos das despesas discricionárias (Anexo II do DPOF) do Ministério da Educação - MEC previsto para o mês de dezembro'. As despesas discricionárias não incluem gastos obrigatórios, como salários", diz a matéria da agência.

Com a medida, o pagamento de mais de 200 mil bolsas de pós-graduação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) está paralisado.

Ainda de acordo com eles, a decisão da equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) atende ao decreto nº 11.269, de 30 de novembro de 2022. Decisão que fala sobre a programação orçamentária e financeira e estabelece o cronograma de execução mensal de desembolso do Poder Executivo.