X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Educação

Entenda como Libras e Braile estão ganhando espaço nas escolas

No Brasil, somente 25,6% das pessoas com deficiência concluíram o médio


Ouvir

Escute essa reportagem

Desde 24 de abril de 2002, pela Lei 10.436, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é reconhecida como meio legal de comunicação e expressão no País. Dessa forma, seu ensino nas escolas, não apenas para os alunos surdos, mas também para os outros estudantes, professores e funcionários, seria um elemento fundamental de integração. Os educadores especializados são unânimes nessa opinião, mas ainda falta muito a caminhar para essa inclusão.

Keyla Ferrari Lopes, pedagoga com especialização em Educação Especial em Libras, acredita que já passou da hora do ensino de Libras passar a ser adotado como disciplina obrigatória, o que exigiria uma mudança na legislação. "Em médio prazo, toda a comunidade escolar seria fluente, o que garantiria uma verdadeira inclusão", afirma.

Ela observa que, em muito momentos, o surdo quer se comunicar sem a intermediação de um intérprete. "A gente percebe ainda que atuação do intérprete é ainda muito maior que a dos professores", diz.

Keyla admite, porém, que tem visto avanços por conta da lei de 2002. "O que precisa acontecer é uma sociedade bilíngue." Em alguns curso, como Pedagogia e Educação Física, o programa de Libras já surge como obrigatório - e aparece como optativo em cursos da área de Saúde. "Ensinar Libras para crianças surdas e seus pais é fundamental."

De acordo com ela, a dificuldade de aprendizado de Libras é equivalente a de qualquer idioma, com a única diferença de que se trata de uma língua visomotora, com gramática diferente. "Nós ouvinte pensamos como ouvintes, pessoas surdas pensam visualmente", explica. Para ela, no ambiente escolar a primeira coisa a fazer é capacitar professor e equipes.

Deficiente auditivo, Rafael Cavichiolli é professor de Libras do Colégio Rio Branco, em São Paulo. A escola iniciou esse trabalho há 12 anos e de lá para cá tem vivido um desafio constante para estabelecer a Libras como primeira língua e o Português como segunda língua para a população surda.

Conforme Cavichioli, o primeiro passo foi adaptar o uso de Libras à estrutura curricular, uma vez que não existe a obrigatoriedade de ensino de Libras nas escolas. "Em poucos meses, os alunos ouvintes já conseguiam também usar Libras, pela convivência com os colegas surdos." A estrutura da escolar, porém, "ainda tem muitos obstáculos". "A segregação não é o caminho. Temos relatos de países como os Estados Unidos onde isso já está muito fortalecido."

E o mesmo vale para o braile. De acordo com Benedito João Bertola, presidente do Centro Cultural Louis Braille, em Campinas, tanto a pessoa que adquiriu como a que nasceu com deficiência visual precisa aprender braile. "Nas escolas, existem classes especiais. Mas não existe em todas. E nem sempre aquele professor de educação especial conhece braile."

Bertola destaca o estímulo à escrita. "Braile são 6 pontos e 63 combinações. Dá para fazer todas as combinações. A dificuldade para aprender varia de pessoa para pessoa. Precisa desenvolver bastante o tato."

Somente 25,6% das pessoas com deficiência concluíram o médio

A educação inclusiva é compreendida como o princípio que norteia todas as ações nos sistemas educacionais e escolas, desde a gestão nos seus diferentes âmbitos até as metodologias e materiais utilizados em sala de aula. A população com deficiência no Brasil é estimada em 18,6 milhões com 2 anos ou mais, o que corresponde a 8,9% dessa faixa etária.

Os dados são do módulo Pessoas com Deficiência da Pnad Contínua 2022. O tema já foi investigado em outras pesquisas do IBGE, sendo as mais recentes o Censo Demográfico 2010 e a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013 e 2019. O perfil das pessoas com deficiência se mostrou mais feminino (10 %) do que masculino (7,7%) e ligeiramente maior nas pessoas da cor preta (9,5%), ante 8,9% de pardos e 8,7% de brancos. O Nordeste, com 5,8 milhões de pessoas nesta condição, foi a região de maior porcentual (10,3%), com o Sul (8,8%), Centro-Oeste (8,6%), Norte (8,4%) e Sudeste (8,2%) a seguir.

A pesquisa mostrou que o porcentual de pessoas com deficiência cresce com a idade. Em 2022, 47,2% das pessoas com deficiência tinham 60 anos ou mais. Entre as pessoas sem deficiência, o grupo etário representou 12,5%. Esse padrão se repete em todas as grandes regiões, destacando as Regiões Sul e Sudeste, onde mais da metade das pessoas com deficiência eram idosos.

No terceiro trimestre de 2022, a taxa de analfabetismo para as pessoas com deficiência foi de 19,5%, enquanto entre as pessoas sem deficiência essa taxa foi de 4,1%. Apenas 25,6% das pessoas com deficiência tinham concluído pelo menos o ensino médio, enquanto 57,3% das pessoas sem deficiência tinham esse nível de instrução, o que revela que a educação inclusiva ainda é um desafio no Brasil.

Conforme o MEC, do total de matrículas, 53,7% são de estudantes com deficiência intelectual (952.904). Em seguida, estão os estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), com 35,9% (636.202). Na sequência, há pessoas com deficiência física (163.790), baixa visão (86.867), deficiência auditiva (41.491), altas habilidades ou superdotação (38.019), surdez (20.008), cegueira (7.321) e surdocegueira (693). Por fim, são relatados 88.885 estudantes com duas ou mais deficiências combinadas.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: