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Educação

“É perverso reprovar as crianças ao fim de 2020”, afirma especialista


Diferentes aspectos impactaram no aprendizado durante a pandemia, como a dificuldade de conexão à internet, o distanciamento do professor para tirar dúvidas e a adaptação para um novo formato de ensino. Tudo isso irá refletir no desempenho dos estudantes.

Imagem ilustrativa da imagem “É perverso reprovar as crianças ao fim de 2020”, afirma especialista
Pilar diz que as escolas devem respeitar a individualidade de cada aluno |  Foto: Renato Suzuki

Por isso, a educadora e diretora da Fundação SM Pilar Lacerda defende que o foco agora deve ser no desenvolvimento dos alunos, não em avaliá-los com critério de aprovação ou reprovação.

A especialista em educação, que é ex-secretária Nacional da Educação Básica, destaca que “é perverso reprovar crianças e jovens ao final do período letivo de 2020”. Para ela, a reprovação neste ano não irá garantir o aprendizado.

Escolas devem criar condições para que os estudantes sigam com os estudos, criando projetos para evitar a evasão escolar.

Os desafios para a educação em tempos de pandemia alertam para dois perigos: o do aumento na desigualdade no ensino e a evasão escolar. A urgência em universalizar o acesso à internet também fica em evidência, destaca Pilar.

A Tribuna - A dinâmica no aprendizado tem sido diferente para alunos da rede pública e da privada?

Pilar Lacerda - A dinâmica pode até ser igual, mas as condições são muito diferentes. Alunos mais pobres às vezes não têm internet, ou quando têm é mais fraca, não têm local apropriado em casa para estudar. Isso tudo dificulta o estudo e vai aprofundar as desigualdades que já existiam.

Então a desigualdade pode existir até mesmo entre alunos da mesma rede de ensino?

Não dá para falar que todos são iguais. Existem escolas privadas que atendem setores sociais mais pobres. E há na pública, crianças que têm boas condições garantidas. Independentemente de ser da rede pública ou privada, as desigualdades pioram o aprendizado.

Quais fatores estão contribuindo para aumentar a desigualdade durante a pandemia?

Principalmente para as crianças até 14 anos, a educação é sempre presencial e o não estar na escola, para eles, é complicado, pois é um espaço de interação e convivência.

Muitas escolas estão reproduzindo os horários de aula do presencial. As crianças se sentam em frente ao computador a manhã ou a tarde toda e isso é contra produtivo e não garante o aprendizado.

Pais, mesmo os mais escolarizados, se não são pedagogos, não têm como garantir a formação adequada aos filhos.

Como melhorar as condições de estudo?

Estamos colocando debate nacional que internet deve estar na cesta básica e ser garantida a todos! Enquanto houver dificuldade de acesso, haverá piora na educação.

As condições de vida agravam a desigualdade educacional. Então, devem ser pensados novos formatos de escola que respeitem a individualidade de cada estudante.

O Brasil vinha em um movimento de reduzir ou aumentar a desigualdade na educação antes da pandemia?

Houve uma redução grande desde a Constituição de 1988 até 2016, quando a rotina democrática foi rompida. Nesse período, teve muitos avanços, como a universalização do acesso à escola e a valorização do magistério. O que ainda não conseguimos é garantir as condições de aprendizado para todos.

A crise vai impactar também quem tem boas condições para os estudos?

Para aprendizagem de Matemática, Português e História, por exemplo, os que têm condições adequadas podem estar aprendendo o conteúdo. Mas a formação de todos os estudantes da educação básica será afetada, principalmente quando se tem uma concepção mais ampla de educação.

Esses impactos podem impedir os alunos avançarem para um novo ano letivo?

Diversos países vão juntar o ano de 2020 com o de 2021. A proposta é não reprovar ninguém e fazer com que esse seja um ciclo que se faça avaliação diagnóstica no retorno, para traçar projetos de estudo e aprendizagem para cada aluno reconhecendo suas forças e dificuldades.

Temos que é perverso reprovar crianças e jovens ao final de 2020. Em hipótese nenhuma isso pode acontecer, pois isso não garante que ele aprenda. O melhor a fazer é criar projetos que garantam que as crianças caminhem para frente tendo condições garantidas pela escola.

Esses impactos podem impedir os alunos avançarem para um novo ano letivo?

Diversos países vão juntar o ano de 2020 com o de 2021. A proposta é não reprovar ninguém e fazer com que esse seja um ciclo que se faça avaliação diagnóstica no retorno, para traçar projetos de estudo e aprendizagem para cada aluno reconhecendo suas forças e dificuldades.

Temos que é perverso reprovar crianças e jovens ao final de 2020. Em hipótese nenhuma isso pode acontecer, pois isso não garante que ele aprenda. O melhor a fazer é criar projetos que garantam que as crianças caminhem para frente tendo condições garantidas pela escola.

Esse tempo longe da escola está impactando na visão de famílias e alunos quanto ao papel da escola e da educação?

Talvez um dos únicos ganhos deste momento é o de valorizar o papel do professor e do profissional da educação. Além disso, vai aprofundar e estreitar o diálogo entre a família e a escola.

O momento favorável para mudanças no modelo de ensino?
Acho urgente que haja mudança. Temos que aproveitar a crise para encontrar saídas novas. Não queremos romantizar a pandemia, mas as escolas podem, sim, voltar com projetos inovadores que vão implicar em maior autonomia dos alunos e incentivar a criatividade.

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