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Economia

Zeina Latif, consultora econômica: “Taxa de juros deve cair no segundo semestre”

Essa é a expectativa da economista que esteve em Vitória. Ela afirma que, ao politizar o tema, o governo enfraqueceu o Banco Central


Imagem ilustrativa da imagem Zeina Latif, consultora econômica: “Taxa de juros deve cair no segundo semestre”
Zeina Latif, de 55 anos, é consultora econômica, sócia da Gibraltar Consulting, com mestrado e doutorado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP). |  Foto: Reprodução/AT

A partir do segundo semestre deste ano, a queda da taxa de juros, atualmente em 13,75% ao ano, deve começar a se tornar realidade, de acordo com a doutora em Economia e consultora econômica  Zeina Latif. 

Ela acredita que o Banco Central está sendo cuidadoso em não  iniciar precocemente o corte de juros e ter um descontrole da inflação lá na frente. 

“A gente está falando de um Banco Central que teme uma inflação mais teimosa”, afirmou a  doutora  em Economia, que esteve ontem, em Vitória, participando de evento da  Base 27. 

A Tribuna – Você vê previsão para corte de juros no País?  

Zeina – Acredito que isso ocorra no  segundo semestre. Vai  depender muito da reunião do Conselho Monetário Nacional. 

O governo politizou o tema. Não tem nenhum problema o governo questionar o Banco Central, mas isso, na minha opinião, não deveria ser feito publicamente. Na hora em que você politiza e fica aquela pressão de várias fontes, ministros se manifestando,  é contraproducente. Enfraquece o Banco Central.

A Tribuna – E sobre a inflação, quais suas perspectivas?

O pior já passou. Mas ainda tem alguma resistência no setor de serviços. Tem gente que acha que é transitório.  Para alguns economistas é apenas uma mudança de preços relativos. Outros acham que tem uma resistência muito grande.  Há pressão de demanda na economia e  isso deixa a inflação um pouco rígida ainda.   

Há uma pressão de custo muito associada ao mercado de trabalho. Por isso a preocupação do Banco Central de iniciar precocemente o corte de juros e ter um descontrole da inflação lá na frente. 

A gente está falando de um Banco Central que teme uma inflação mais teimosa. O medo é reduzir antes da hora e isso significar  juros mais elevados. Para projeção de longo prazo, o mercado  trabalha com Selic a 9% nos próximos anos.

A Tribuna – O novo arcabouço fiscal vai influenciar no ambiente macroeconômico?

Arcabouço fiscal é uma discussão que, no fundo, não tem um adicional de verdade do ponto de vista de melhorar o ambiente macroeconômico. É só não piorar.

Tem a discussão da regra do teto ter sido violada. A decisão do governo  deveria ter sido, do meu ponto de vista, de reforma no teto e não fazer um novo arcabouço. Mas sem surpresas. No fundo é uma proposta  que vai aumentar os gastos públicos, o que o governo vê como forma de estimular a economia, eu não concordo. 

O mercado financeiro não está reagindo mal porque temia um descontrole financeiro. Para ele, o arcabouço não é o ideal, não traz perspectivas de organização das contas públicas, mas elimina eventos extremos.

A Tribuna – Você enxerga envolvimento do governo com a reforma tributária?

O governo não tem uma agenda de reformas estruturantes. Tem um projeto que nasceu na Câmara,  que é  o da reforma tributária. É a reforma de maior envergadura, na decisão correta. Reforma desse peso, que mexe com tantos grupos, tem de ser feita no primeiro ano de mandato, depois vai ficando mais difícil, vem eleições municipais.

Precisamos analisar o envolvimento político do governo. Não é só o secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, negociar no Congresso. Precisa de uma negociação política, e ainda não vimos Lula entrar em campo. 

A Tribuna – Quais podem ser as consequências da retirada de atribuições da pasta de Marina Silva?

Estou preocupada. Algumas bandeiras foram importantes para a campanha de Lula e para a própria imagem do País na cena internacional. 

Essa questão ambiental é essencial.  O mundo está mais exigente. 

Marina Silva, como ministra do Meio Ambiente, é algo muito simbólico. Mas estamos vendo um enfraquecimento  dela ali, com essa pressão sobre o Ibama para liberar a exploração de combustível fóssil na margem equatorial brasileira, considerada a mais nova fronteira exploratória do Brasil.

Enquanto o mundo está falando em redução de combustíveis fósseis, estamos falando em aumento, e em uma região sensível. 

Hoje, vemos Marina fraca, em um momento em que o mundo está aguardando uma ação mais concreta do Brasil na questão ambiental. Isso pode atrapalhar o acordo com a União Europeia, a atração de alguns investimentos, por exemplo.

A Tribuna – Como você avalia o cenário internacional?

É um quadro mais complexo, não é brilhante como aquele que Lula pegou lá atrás, com todo vigor da China e do comércio mundial. Mas não é tão ruim. Falamos  de uma China que desacelera, mas ainda incentiva o consumo. 

Tem o problema da inflação mundial, mas dá para dizer que o pior já passou. Um mundo que dá alguma sustentação ao comércio mundial. De fato a eleição do Lula ajuda nessa inserção mundial. Não garante. Mas ajuda.

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