Vila Velha estuda possibilidade de ter área de incentivo à exportação
O Sul do Espírito Santo também conta com projetos e investimentos
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Além de Aracruz, no Norte do Estado, outras cidades também têm interesse de ter sua própria Zona de Processamento de Exportação (ZPE).
Esse é o caso de Vila Velha, que estuda a viabilidade de um projeto desse porte, principalmente por conta da existência da margem canela-verde do Porto de Vitória, que inclui o Cais de Capuaba, Atalaia, Paul, Peiú e Log-in.
O subsecretário de Projetos e Investimentos Estratégicos do município, Luiz Eduardo Dalfior, foi quem confirmou a intenção da atual gestão da cidade.
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“Uma possível ZPE em Vila Velha faz parte de um conjunto de ações e de projetos que Vila Velha tem para promover o ambiente de negócios”, disse Dalfior.
Além disso, segundo o subsecretário, a atual gestão tem feito estudos para entender a viabilidade técnica e econômica da criação de uma ZPE no município. “Temos nos reunido e estudado as ações e montado estudos para entender como avançar nisso. É algo de alta complexidade”, admitiu.
A reportagem questionou a Dalfior possíveis locais para uma ZPE ser construída na cidade. De acordo com ele, uma possibilidade seria na região da rodovia Darly Santos, por exemplo, mas o local já está “altamente ocupado”, portanto, ainda não existe uma área específica
O governo federal chegou a publicar um decreto em 1994, ainda no governo do ex-presidente Itamar Franco autorizando a criação de uma ZPE em Vila Velha.
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No documento, inclusive, é dito que houve “aprovação do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação”. Além disso, o decreto previa que a área total da ZPE canela-verde seria de 124,14 hectares.
Anos depois, já em 2015, a então gestão recebeu dois representantes do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para uma visita técnica.
Eles visitaram alguns pontos da cidade para estudar possíveis locais para a ZPE, mas o projeto foi paralisado.
Segundo Dalfior, além dos estudos para um ZPE em Vila Velha, a atual gestão tem focado na reestruturação do polo de Novo México. “Estamos montando um novo corredor logístico que irá da Darly Santos, até a ES-388, chegando na BR-101”, comentou.
Investimentos também no Sul
Com a construção de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) em Aracruz e o trabalho em conjunto com o Porto da Imetame, os municípios da Região Sul não ficarão para trás no que diz respeito a investimentos.
Isso é o que garante o presidente da Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), Luciano Pingo.
“A Região Sul não vai ficar prejudicada e isolada com a criação da ZPE em Aracruz. Essa é uma ótima notícia para o Norte e para todo o Estado. São mais oportunidades, emprego e renda”, afirmou.
Ainda segundo Pingo, o Sul do Espírito Santo tem investimentos e projetos saindo do papel.
“O Porto Central recebeu a licença ambiental e as obras serão iniciadas. Aliado a isso, há a implantação da ferrovia EF-118, ligando a Grande Vitória a Anchieta e a Presidente Kennedy”.
Além disso, Pingo comentou que apesar do Sul não estar inserido na Sudene, existem atrativos para o empreendedor que quer investir na região.
“Uma das possibilidades é o Fundo ESG de Desenvolvimento gerido pelo Bandes, que foi criado para equiparar incentivos e oportunidades para o Sul”, finalizou.
Aposta do governo é criar território do Mercosul
O governo federal, por meio do ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços já iniciou estudos para propor uma “zona franca das zonas francas”, que iria englobar os países que fazem parte do Mercosul.
A zona franca é uma região que recebe incentivos dos governos, por meio de isenções de impostos, para ter seu desenvolvimento estimulado.
No País, por exemplo, há a Zona Franca de Manaus, onde as indústrias instaladas na região pagam menos tributos como forma de compensar as dificuldades logísticas de estarem na região da Amazônia e também para estimular que elas continuem na região.
Quando exportam seus produtos, no entanto, estão sujeitas à mesma tributação dos demais nos países de destino.
A ideia, portanto, seria propor aos países do Mercosul que essas empresas tivessem tratamento diferenciado em todas as nações que compõem o bloco.
Com isso, deve se estimular a exportação aos parceiros naturais pela proximidade, tendo em vista que muitas dessas zonas estão em locais de difícil acesso.
Estudos sobre o assunto já foram encomendados à secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres. O plano, no entanto, tem sido encarado pelas equipes do governo como sendo de longo prazo.
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