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Economia

“Vendedor é a profissão do futuro”, diz engenheiro mecânico

Há 30 anos no Centro de Desenvolvimento Metalmecânico, Fausto Frizzera falou sobre negócios e tendências do mercado de trabalho


Imagem ilustrativa da imagem “Vendedor é a profissão do futuro”, diz engenheiro mecânico
Fausto (à direita) visitou o estúdio Tribuna Online para conversar com o jornalista Rafael Guzzo: preocupação com as novas gerações |  Foto: Aquiles Brum

“O profissional do futuro é exclusivamente de vendas, e todos temos de ser vendedores, vender ideias.”

Essa é a máxima de Fausto Frizzera, membro do Conselho do Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico (CDMEC), sobre os rumos do mercado de trabalho e o universo dos negócios.

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Há 30 anos fazendo parte do CDMEC, ele explicou que o papel da instituição é integrar a empresa capixaba no mercado local, nacional e mundial, formando consórcio em todas as empresas de tecnologia, metalmecânica, construção civil, elétrica, instrumentação, visando atender às grandes empresas, como Vale, Suzano, ArcelorMittal.

Preocupado com a formação dos profissionais para o futuro, Fausto defende a educação tradicional e o “estilo clássico” para formar talentos com competência e resiliência para alcançar o sucesso. E alerta para os riscos de quem segue sempre na mesma rotina de trabalho:

“Se você está fazendo tudo igual sempre… Você está errado. Alguma coisa está errada. Está ruim.”

Fausto disse ainda que acredita em um futuro em que todos serão empresários: “Vamos ter de ser.”

"Nós já conversamos muito sobre novas relações de trabalho, o papel do jovem e do ensino no mundo contemporâneo…

Nós temos de mudar a cultura dos nossos filhos, nossos trabalhadores. Temos de treinar mais em curso técnicos, o mercado precisa muito de curso técnico e profissionalizante. A partir do profissionalizante, o cara vai para o técnico, e do técnico para o superior, e aí pode ser em qualquer área.

Há uma carência fora do comum, em todos os contextos, de profissional. Temos de criar novas metodologias, novos conceitos próprios dentro da academia, para o cara suportar os novos locais de trabalho.

Estamos no mundo em que eu sou analógico, você é digital, e meu neto é inteligência artificial (risos). Isso é uma confusão total na cabeça de todo mundo. E vai ser necessário que os futuros profissionais tenham um pensar mais equilibrado, voltado para esse estilo clássico."

AT - O senhor acredita que isso tem de fazer parte da educação dos novos profissionais?

"Eu acho que sim. Eu acho que um profissional do futuro é um profissional exclusivamente de vendas. Tem de vender a imagem dele, o trabalho dele, a profissão dele, o que ele estudou. Então, só tem um objetivo na vida, você ser um vendedor de ideias. Todos temos de ser vendedores.

Usando as ferramentas novas, atualmente, Inteligência Artificial, que seria o caminho número um.

Não necessariamente vender um produto, é vender uma ideia, a própria imagem. Se comportando bem, tendo educação, se vestindo bem, se apresentando bem, falando bem.

Acho que as universidades poderiam treinar as pessoas na parte humana, para a convivência entre as pessoas, ser o agregador de uma produção melhor e um lucro melhor nas empresas."

- Sobre essa questão de ser vendedor, é possível aprender ou a pessoa já nasce com isso?

"Você pode desenvolver seu QI, está comprovado cientificamente.

Então você tem gente que nasce com o empreendedorismo, como bom vendedor, mas você pode desenvolver também, melhorar a comunicação, a visão das coisas, a criatividade. Aliás, criatividade é tudo na vida. Se o cara não for criativo, ele está perdendo terreno. Você não pode ficar na mesmice.

O problema é que a gente acorda, tem de pensar o que vai fazer. Não é acordar e pensar que vai fazer a mesma coisa. Tem que mudar seu conceito, sua cabeça. Tem de partir para outros lados, entendeu? O mesmo lado não leva a nada. Leva à mesmice."

- Como está o mercado de trabalho no setor metalmecânico?

"No curso superior, por exemplo, estamos com excesso de engenheiros. Pelo salário, hoje o cara está sendo contratado para outra função. Especialista, para não ferir os princípios do salário-mínimo do sindicato. Como ele não está na profissão dele real, ele não tem currículo de engenheiro, ele tem currículo de especialista.

Hoje falta planejador, falta orçamentista, mecânico, técnico, falta tudo quanto é profissional."

- Temos mais de 7% da população do Brasil desempregada e procurando emprego. É paradoxal haver tanta gente desempregada e tanta empresa precisando de gente. Qual é a solução?

"Acho que é ter gente querendo trabalhar, né? Estudar e trabalhar."

- Algumas pessoas da nova geração não estão adaptadas à jornada habitual de trabalho?

"É o que a gente escuta. Essa jornada mais firme de trabalho. Eles têm outras ideias."

- Não seria um desafio das empresas tentar romper com esse pensamento?

"Acho que o pensamento se dá dentro da família. Quem tem de mudar a cabeça das pessoas é a família.

Então fica aí o desafio para os pais. Para os pais criarem filhos mais resilientes…

Exatamente. Para botar mais dificuldade no caminho deles. Isso é bondade, não é crueldade. Às vezes é preciso que as coisas sejam duras. O não é fundamental."

- Quais as melhores opções de cursos para se profissionalizar?

"Eu não acredito em cursos rápidos, eu acredito em cursos de no mínimo de 3 anos. Para se profissionalizar. Estou falando de nível técnico. Nível profissional, acredito que um ano, meio ano, dá para fazer um bom profissional."

- Em que área acha que se precisa mais de profissionais?

"Planejamento, orçamentista, administrador da empresa, serviço pessoal, soldador, caldeireiro, pessoal de usinagem e outros mais."

- Na sua avaliação, qual a chave para o desenvolvimento do Espírito Santo?

"Acho que Vitória é uma das melhores cidades do mundo para se morar. E nós temos de explorar mais o turismo. Nós temos montanhas, praias. Eu acho que, em termos da industrialização clássica, já estamos num tamanho bom. O que tem que fazer é desenvolver empresas de outras atividades.

A saída é também a tecnologia."

Perfil

Fausto Frizzera

Membro do Conselho do Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico (CDMEC);

Filho do advogado Henrique Zacarias e da professora Matilde;

Tem 71 anos;

Namora a Laura: “Minha parceira”;

Tem três filhos e se orgulha por todos terem mestrado ou doutorado e formação em universidade federal: a advogada Camilla, o médico Lucas e o dentista Fausto Filho;

Formado em Engenharia Mecânica pela Ufes, em 1977;

Começou a prever mudanças no mercado de trabalho logo quando surgiu o Uber. Disse, em entrevista para A Tribuna, que as profissões todas seriam “uberizadas”, o que, segundo ele, vem acontecendo.

Curiosidades

Consumir mais aço

Fausto Frizzera acredita que o aço é menos usado do que deveria, sobretudo no Brasil. E defende que haja uma utilização maior do material. Uma das aplicações recomendada por ele é na construção civil, na qual, segundo o empresário, é possível agilizar as obras e até mesmo reduzir o preço delas. Ele contou que o CDMEC realizou no mínimo 10 seminários sobre o tema.

“É um produto que temos demais. Trouxemos arquitetos estrangeiros que usam o aço para defendê-lo.”

Mudança de cultura

Fausto Frizzera defende que a formação dos jovens seja gradativa, começando, após o ensino médio, pelo ensino profissionalizante, depois pelo nível técnico e só então o curso superior, em área de livre escolha. Ele defende uma mudança de cultura no mercado, já que usualmente o caminho desejado é a graduação. “Hoje temos carência de profissionais por isso”, disse.

Mas não para por aí. Estudar é palavra de ordem por toda a vida: “Tem de fazer mestrado, doutorado.”

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