Veja as áreas que lideram pedidos de demissão no ES
Trabalhadores de tecnologia são os principais a pedirem demissão dos empregos no Estado
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Especialistas indicam que os setores de tecnologia, comércio e indústria são as áreas em que mais ocorrem pedidos de demissões no Estado.
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), trabalhadores de serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados; trabalhadores da produção de bens e serviços industriais e trabalhadores de serviços administrativos foram os setores onde mais se registraram desligamentos nos primeiros três meses deste ano.
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Para o presidente do Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Fernando Otávio Campos, existem pontos positivos e negativos na movimentação desses profissionais no mercado.
“Setores do comércio e serviços, como hotelaria e turismo, já sofrem por falta de mão de obra e desligamentos por não conseguirem melhorar os salários diante de uma estagnação econômica”, disse Campos.
As empresas não estão conseguindo melhorar os salários e os funcionários, precisando ganhar mais, estão se tornando autônomos, segundo o vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Carlos Bergamin.
“Muitos buscam ocupação em home office ou modelo híbrido. Mas, algumas áreas são impossíveis para as profissões de atendimento direto ao consumidor, por exemplo”, destaca.
O designer de interiores Jefferson Borges trabalhou por 13 anos na área, mas decidiu deixar a profissão para empreender com serviços de alimentação em um food truck, o SuChef, que está localizado em Laranjeiras, na Serra.
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“No começo, nunca é fácil. Quando você sai da sua zona de conforto, você encontra um novo mundo com novos desafios. Mas hoje eu sou muito feliz com meu trabalho. Através dele eu consigo ter autonomia para qualquer situação, seja no relacionamento com o cliente ou liberdade para fazer meus próprios horários”, comentou.
Quando vale a pena deixar o trabalho para procurar outro?
De repente, ir trabalhar se tornou algo indesejado e, ao chegar na empresa, o que o profissional deseja é que o seu expediente termine logo.
Apesar de toda essa insatisfação profissional, pedir demissão não é a saída mais indicada, segundo o mentor de carreiras Elias Gomes.
Antes de se desligar da empresa, o trabalhador precisa avaliar alguns aspectos, como por exemplo, a atual condição financeira.
“Para fazer essa prospecção no mercado, é importante se preparar ao máximo antes. Em geral, o recomendado é que o profissional esteja trabalhando e fique atento ao mercado e as oportunidades que vão surgindo”, afirma.
Fabíola Costa, vice-presidente da ABRH-ES, ressalta que se alguém está insatisfeito com o ambiente de trabalho, o primeiro passo é entender os motivos dessa insatisfação.
“Se essa análise acontece de forma consciente, e o profissional percebe que não vai conseguir mitigar o problema, vale a pena começar a olhar para o mercado.”
ANÁLISE
“Fenômeno é global e tem crescido”
“O fenômeno de pedidos de demissões voluntárias tem crescido nos últimos anos e é uma tendência mundial evidenciada durante o período da pandemia.
Essas decisões são movidas por uma série de fatores: jovens que vislumbram ascender na carreira de forma rápida, trabalhos que ofereçam jornada 100% de home office, interesse por empresas que tenham em sua cultura pilares de diversidade e inclusão fortes, opção por um ano sabático, realização de um sonho de empreender etc.
O desafio das empresas está relacionado à criação de políticas que promovam a diversidade e a inclusão, em proporcionar ambientes mais flexíveis, promover a comunicação contínua dos seus valores e pilares, estruturação de uma trilha de carreira na qual a pessoa consiga vislumbrar oportunidades de crescimento dentro da empresa.”
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