Três mil sites falsos criados para a Black Friday
Empresa de segurança aponta novas páginas criadas por criminosos na internet para dar golpes no consumidor usando a liquidação
Todo cuidado é pouco para a Black Friday não se tornar uma “Black Fraude”. A chegada da data, que surgiu nos Estados Unidos logo após o Dia de Ação de Graças e que antecede a temporada de compras natalinas, tem estimulado a criação de páginas e aplicativos fraudulentos.
Bandidos utilizam esses recursos para captar dados bancários e outras informações pessoais de consumidores na internet.
Levantamento feito pela Axur, firma especializada em segurança que atende grandes empresas de comércio eletrônico e varejo, mostra que 3.020 páginas falsas, citando marcas de e-commerce, foram criadas no último trimestre deste ano em todo o País.
Empresas e bancos do setor aparecem com 34,5% das incidências. O consultor de tecnologia da informação Eduardo Pinheiro afirma que, na verdade, o que existe não são sites falsos, mas sim clonados.
Segundo ele, é importante se atentar para o endereço eletrônico que está sendo acessado e verificar, principalmente, se existe um certificado de conexão segura (o https). “A letra S só é concedida a sites confiáveis, ou seja, idôneos”, disse.
Pinheiro destaca que, caso a pessoa tenha sido vítima de compra em algum site clonado, o ideal é que ela reúna todo o material, salve boletos e os dados da compra para levar à polícia.
“Se o golpe for acima de 10 salários mínimos, o ideal é que ela procure a delegacia de crimes cibernéticos, se for abaixo desse valor, pode procurar a delegacia do próprio bairro”, explicou.
Pinheiro afirma que é preciso desconfiar dos sites, anúncios e links das redes sociais na hora de ir às compras.
“A palavra de ordem é ser conservador, priorizar redes privadas na hora de fazer uma compra e ser muito cauteloso antes de realizar qualquer pagamento no ambiente digital”, disse.
Vendedora vítima de clonagem
A vendedora Taiany Colombi, 28 anos, foi vítima de uma compra em um site e teve seu cartão de crédito clonado. Ela conta que clicou em um anúncio que viu no WhatsApp e foi atraída pelo preço, que estava praticamente pela metade.
“O anúncio estava bem atrativo e o site clonado era idêntico ao da loja oficial, pois era o mesmo modelo, com informações idênticas e muito bem avaliado pelos usuários que, supostamente, haviam comprado a mesma geladeira”, relatou.
Vendas online crescem e Fecomércio faz alerta para risco
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES) está otimista em relação a Black Friday e acredita que a data pode aumentar em até 60% as vendas pela internet.
O presidente da federação, José Lino Sepulcri, afirma que a pandemia ensinou a população a se habituar com essa modalidade de compra. No entanto, com a multiplicação das fraudes, ele reforça para que os consumidores fiquem atentos em relação a propaganda enganosa, sites e links suspeitos e optem por parcelar o pagamento.
O diretor-presidente do Procon-ES, Rogério Athayde, destaca que o ideal é o consumidor pedir indicação de sites confiáveis a pessoas conhecidas, além de pechinchar antes de ir às compras.
“Outro detalhe é ficar atento em relação ao valor de certos produtos, que podem ser muito baratos”, disse.
O diretor do Procon-ES recomenda ainda que o consumidor observe, no caso de compras pela internet, se o estabelecimento possui CNPJ, endereço físico, telefone para atendimento, além de sites e redes sociais confiáveis.
Ele alerta também para ficar atento à garantia do produto. “O consumidor tem até uma semana para fazer a devolução ou troca, caso o produto adquirido apresente algum defeito”, explicou.
SAIBA MAIS
O que fazer
- Antes de fazer compras pela internet, conheça o site e verifique se outras pessoas de confiança já fizeram compras através dele.
- Priorize uma rede de internet privada, uma vez que redes gratuitas podem não estar protegidas e são vulneráveis.
- Verifique se o site é seguro e se a compra está sendo feita também em uma página segura, ao checar a presença de um cadeado ao lado do link.
- Tenha um antivírus confiável, que possa detectar sites que contenham arquivos maliciosos.
- Lembre-se de usar somente uma senha para cadastro em sites de compras.
Cuidados
- Proteja o cartão de crédito, ao desabilitar a opção de salvar dados do cartão no site de compra. Se possível, utilize o cartão virtual.
- Desconfie de lojas que aceitam apenas transferência ou boleto e não oferecem outras formas de pagamento para o cliente.
- Verifique se o estabelecimento possui atendimento on-line para esclarecimento de dúvidas.
- Veja também se o estabelecimento fornece descrição detalhada do produto, ficha técnica, além de fotos ou até mesmo vídeo.
- Observe se a loja oferece informações claras sobre prazos de entrega, pagamentos, frete, entre outros.
- Procure saber se o site da loja tem espaço para que os clientes opinem sobre produtos, além de interações em redes sociais (Facebook, Twitter, Google+, etc.).
- Verifique a existência física da loja, ou seja, se ela informa CNPJ, telefone, e-mail, redes sociais confiáveis, além de Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC).
- Fique atento em relação ao valor de certos produtos, que podem ter preço muito inferior ao praticado no mercado.
- Não faça compras a partir de e-mails não solicitados (spam). Esta prática é muito prejudicial à internet e, ao aceitá-la, o internauta está incentivando a sua continuidade.
- Verifique o endereço antes de clicar em links recebidos.
- Priorize a página oficial da loja.
- Cuidado com possíveis páginas falsas, que visam roubar dados, principalmente nas redes sociais.
- Nas lojas menores, dê preferência às que possuem algum sistema de pagamento como intermediário. Evite depósitos e boletos.
Direitos
- O Código de Defesa do Consumidor alerta que o cliente tem o direito de se arrepender da compra no prazo de até 7 dias.
- O Procon-ES disponibiliza um número à população para dúvidas, problemas ou denúncias. O telefone, com WhatsApp, é o (27) 3323-6237.
Fonte: pesquisa AT e Procon-ES.
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