Três grandes empresas vão deixar o Espírito Santo
A decisão de três empresas encerrarem parte de suas operações do Estado pode ocasionar a demissão de até 1.400 trabalhadores de forma direta. Indiretamente, mais de 5.000 pessoas podem perder os empregos.
A última a confirmar que vai sair é a Tangará Alimentos. Antes, já tinham anunciado no mesmo sentido a Technip e a Transpetro. A presidente da Federação das Indústrias do Estado (Findes) Cristhine Samorini, afirmou que essas decisões fazem parte do mercado.
“As empresas procuram a redução de custo e reposicionamento do mercado, estamos em momentos diferentes e isso faz parte do jogo do mundo empresarial. São empresas grandes e que trabalham com a questão de custeio. Caminhamos para um modelo de indústria mais automatizada”, ressaltou.
Ela destacou que a decisão da Tangará não foi surpresa. Segundo a presidente, a empresa vai manter uma parte das operações funcionando na Serra. Porém, não foi possível passar detalhes.
A Tangará vai transferir suas atividades para Manhuaçu, na Zona da Mata mineira, com intenção de investir R$ 65 milhões na nova fábrica até fevereiro de 2021.
“A suspensão de parte da operação está ligada a bacia leiteira deles, porque Minas Gerais tem mais possibilidades, é um reposicionamento”, disse Samorini.
Fernando Otávio Campos, presidente do Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) da Findes, estimou que até 300 pessoas podem perder o emprego somente na Tangará. “A economia do Estado perde muito, mais que apenas os salários destes trabalhadores, perde renda de serviços como padarias, supermercados, academias, médicos e outros”.
Os postos de trabalho perdidos com o encerramento de parte das atividades da Technip serão cerca de 1.000, destacou Fernando. Já Cristhine ressaltou que as duas empresas vão tentar evitar a demissão de parte dos trabalhadores.
“A Tangará está ofertando a transferência de alguns trabalhadores para irem para Serra ou serem transferidos para Minas. Há uma recolocação. A mesma condição foi feita pela Technip”.
Já o encerramento das atividades da Transpetro pode ocasiona cerca de 100 demissões.
SAIBA MAIS Fábrica de alimentos fica em Vila Velha
Tangará
- Especializada em alimentos lácteos, a Tangará Foods transferiu as atividades industriais de Vila Velha, no Espírito Santo, para Manhuaçu, na Zona da Mata mineira.
- A estimativa da Federação das Indústrias do Estado (Findes) é de que pelo menos 300 trabalhadores percam seus postos de trabalho no Espírito Santo.
- A Tangará, entretanto, está oferecendo aos trabalhadores de Vila Velha a possibilidade de transferência, para trabalhar na unidade em Serra ou mesmo serem transferidos para trabalhar em Minas Gerais.
Technip
- A Technipfmc produz em Vitória tubos flexíveis para exploração de petróleo e gás, mas encerrará as atividades na fábrica até dezembro.
- A empresa tem cerca de mil funcionários, e fontes do setor afirmam que parte deles devem ser transferidos para o Açu, no Rio de Janeiro, onde a empresa concentra operações.
Transpetro
- A subsidiária da Petrobrás perderá em Novembro o direito de operar o Píer das Barcaças, por opção da Vale, proprietária do local, que era utilizado pela Transpetro para abastecer navios atracados nos portos de Vitória.
- A estimativa do Sindicato dos Petroleiros do Estado (Sindipetro-ES) é de que o fim das atividades causará a demissão de pelo menos 100 funcionários de empresas terceirizadas que prestavam serviço a Transpetro.
- A Transpetro foi procurada, mas não retornou até o fechamento da edição.
Fonte: Empresas citadas, Jornal Hoje em Dia, Findes e Sindipetro-ES
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