Tragédia em Mariana: ES pede bloqueio de 10,3 bilhões de reais
Autoridades afirmam que empresas não consideraram municípios litorâneos em programa de reparação de danos
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O governo do Estado e o Ministério Público Federal pediram à Justiça ontem o bloqueio de R$ 10,3 bilhões nas contas das empresas Vale e BHP Billiton, envolvidas na tragédia ambiental em 2015, que poluiu o Rio Doce com toneladas de detrito e lama após rompimento da barragem em Mariana (MG).
A ação visa garantir recursos para atendimento de municípios da zona costeira, que até hoje, quase sete anos após o desastre, ainda não são atendidos pela Fundação Renova.
O pedido, aberto na Justiça Federal, prevê que todos os programas, projetos e ações em execução pela Fundação gerenciada pela Samarco incluam as regiões capixabas atingidas pelo rompimento da barragem de Mariana.
As autoridades à frente do caso comentaram que “ao longo dos anos, as empresas e a Fundação Renova simplesmente desconsideraram os municípios litorâneos de seus programas. Passados sete anos do rompimento da barragem de Fundão, a área costeira nunca foi atendida por ações de recuperação”.
Segundo o subsecretário de Estado da Secretaria da Casa Civil e coordenador executivo do Comitê Pró-Rio Doce, Ricardo Iannotti, o Espírito Santo não pode continuar sofrendo com a negligência e a falta de compromisso ambiental e social da Vale, BHP e Samarco com o povo capixaba.
Para o procurador-geral do Estado, Jasson Hibner Amaral, não é mais possível admitir a procrastinação que as empresas vêm provocando até agora.
“Não é admissível que empresas do porte da Vale e BHP, que distribuem lucros de aproximadamente R$ 100 bilhões anualmente a seus acionistas, se neguem a prover a reparação do mal que causaram”, salientou Hibner.
Com intuito de fazer com que as empresas promovam medidas de restauração do dano, as instituições e o Estado pedem que a Justiça determine o bloqueio judicial das contas da BHP e da Vale, entre outras ações em curso.
O subsecretário e o procurador-geral do Estado viajam para Belo Horizonte para tratar do assunto. Na quinta-feira (29) será realizada uma coletiva de imprensa no Palácio da Fonte Grande, em Vitória, para tratar dos andamentos e detalhes não divulgados do caso.
O desastre ambiental e humanitário ocorreu em 2015 e provocou a morte de 19 pessoas.
Procuradas, a Vale e a BHP Billinton informaram que não iriam se manifestar.
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