Sicredi vai lançar aplicativo para MEIs
O diretor Luciano Tessaro revelou o plano de desenvolver nova plataforma e estimou ainda quanto pode ser distribuído a associados
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Expansão e foco na qualidade de atendimento e no bom trato com os colaboradores são alguns dos focos da Sicredi, que planeja desenvolver um aplicativo para microempreendedores individuais (MEIs) e abrir novas agências no Espírito Santo, com a meta de ter unidades em todos os 78 municípios até 2027.
Luciano Tessaro, diretor regional de Desenvolvimento da Sicredi Serrana, estimou ainda, em conversa com o jornalista Rafael Guzzo, qual cifra a cooperativa de crédito pode distribuir aos associados neste ano, embora os dados ainda não estejam confirmados. Falou sobre cooperativismo e a diferença para os bancos tradicionais.
A Tribuna - A Sicredi serrana alcançou a marca de 100 mil clientes, ou seja, associados, em três anos de atuação no Espírito Santo. Vamos começar contando a história do centenário sistema de cooperativas no País.
Luciano Tessaro - Sim, são 100 mil associados no Estado, mas nosso sistema nacional é composto por 104 cooperativas, e estamos hoje presentes em todos os estados do Brasil. Temos mais de 122 anos, nascemos nos Rio Grande do Sul, e contamos com mais de 8,5 milhões de associados no País.
Nos bancos comerciais, fala-se em clientes, mas no cooperativismo falamos de associados, que são os donos do negócio. São mais de 2.800 agências no Brasil, em mais de 2 mil municípios. Em 200 deles, somos a única instituição financeira presente para angariar recursos da comunidade que lá está.
Sobre essa ampliação de agências físicas, muitos bancos as estão fechando e apostando na presença digital, por aplicativos. O Sicredi vai no caminho contrário, planejando, inclusive, atuar em todos as cidades do Espírito Santo. Por que isso?
Eu dou a oportunidade para o nosso associado ter agências físicas, pensadas no coworking, para que nossos associados sejam lá atendidos, mas também pensadas com o digital, onde ele pode acessar por aplicativos e fazer toda a sua movimentação. Ou seja, atuamos para todos os gostos, produtos e serviços para todos os gostos.
Todas as nossas agências têm estacionamento. Pensamos nisso, porque às vezes você bota uma agência em uma avenida muito movimentada e acaba não permitindo que as pessoas se locomovam até o local. A gente vai, de certa forma, na contramão das outras instituições porque apostamos e acreditamos muito numa coisa chamada modelo de relacionamento.
Um modelo diferente dos bancos tradicionais…
Nossos colaboradores não têm meta, Tiramos deles isso e trabalhamos um interesse genuíno, verdadeiro no nosso associado.
Conhecê-lo, atendê-lo, entender a vida dele, o momento que ele está vivendo, o contexto, e aí entregar as melhores soluções ou produtos para aquele momento de vida em que ele está.
Eu não empurro o produto, eu indico a melhor solução, como um consultor. Isso cria um círculo virtuoso, porque o associado prospera, faz com que a comunidade cresça e tudo ao seu redor cresça junto. Se o associado vai bem, nós vamos bem também.
Como é o plano de abertura de agências no Estado?
Estamos hoje em 53% dos municípios do Espírito Santo. Queremos, até 2027, pintar o Espírito Santo de verde, com a nossa marca. Vamos abrir 11 novas agências até o fim do ano e ter atuação em mais de 60% dos municípios do estado.
A empresa também obteve destaque como a melhor empresa para se trabalhar. Há vagas abertas neste momento?
Estamos em franca expansão, não só aqui como em outros estados. Então estamos e estaremos contratando e abrindo novas agências. Na Grande Vitória, temos hoje oito agências, contando com a que vamos inaugurar em Praia de Itaparica no dia 5 de dezembro. Queremos ampliar para 21.
Quem quiser, é só abrir nosso site e mandar o currículo para nós. Dá até para escolher para qual região.
Que ações vocês têm que fortalecem essa relação com o colaborador nesse nível?
Da mesma forma que a gente se preocupa com o associado, nós nos preocupamos com o colaborador. Se a gente tem um colaborador satisfeito, com um salário justo, bem tratado, ele vai performar.
Além disso, também temos um projeto social, o Na Ponta do Lápis, voltado para a educação financeira. Desde o primeiro dia o que nosso colaborador entra, a gente conversa sobre educação financeira com ele. Fala sobre sonhos, desejos. Temos de cuidar do colaborador para que ele cuide do associado.
O modelo de cooperativa de crédito não tem como palavra de ordem ter lucro a todo custo. Mas há projeção de qual vai ser o retorno a ser pago para os associados no fim do ano?
É proporcional ao movimento feito ao longo do ano. Se você movimenta muito, vai receber um capital proporcional das sobras. A gente projeta um resultado de mais de R$ 180 milhões, mas pode ser mais. Em torno de 60% disso pode voltar aos nossos associados. Isso falando só de Sicredi Serrana.
Quais os setores aqui no Estado com maior potencial, ou que mais interessam à Sicredi?
Nós nascemos com o pé no agro. Então o agronegócio nunca vai deixar de ser um dos pontos fortes da gente. E 60% das nossas contas são de pessoas físicas. Mas olhamos as jurídicas também. Além disso, operamos linhas de crédito para atender micro e pequenas empresas. E MEIs também.
Inclusive, tem novidade vindo por aí: nós estamos desenvolvendo um aplicativo voltado para o microempreendedor. Já o atendemos via agência física, mas agora ele terá uma outra opção de atendimento, com todos os recursos.
Assista a entrevista completa abaixo:
PERFIL
Nascido no Rio Grande do Sul
Luciano Tessaro
Nasceu em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Está no Espírito Santo há 1 ano e nove meses.
Tem 53 anos e é casado.
Sua mulher também atua no Sicredi e os dois se conheceram no trabalho.
É gerente regional de Desenvolvimento da Sicredi Serrana, estando na cooperativa desde 1992. Antes de vir para o Estado, atuou no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso do Sul.
É formado em Ciências Contábeis pela faculdade Fisul. Também tem MBA em Gestão Contemporânea e em Neuroestratégia e Pensamento Transversal.
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