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Economia

Seca destrói plantações, mata bois e vai subir preços

Produtores têm perdas milionárias em todo o Estado por causa da falta de chuvas. Pelo menos 250 animais já morreram de fome


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Especialistas apontam que os períodos de estiagem no Espírito Santo são cíclicos e esperados uma vez a cada década, este ano, no entanto, a fase, classificada como atípica, causou prejuízos milionários e deve levar até três anos para que os municípios atingidos se recuperem economicamente.

Imagem ilustrativa da imagem Seca destrói plantações, mata bois e vai subir preços
Vera dá cana-de-açúcar ao gado para evitar que animais morram de fome: “Em 30 anos, é o momento mais crítico” |  Foto: Clóvis Rangel

Em Marataízes, agricultores de abacaxi, pilar do agronegócio regional, relataram um prejuízo de R$ 20 milhões na primeira safra do ano, que considera a produção de fevereiro a setembro. Conforme explica o secretário de Agronegócio do município, Luciano Sansão, a prefeitura decretou estado de vulnerabilidade hídrica.

Segundo os dados levantados pelo presidente da Câmara de Marataízes e abacaxicultor, Luiz Carlos Silva Almeida, cerca de 80% da lavoura foi perdida. 

“Estou pedindo a Deus para chover, senão, não sei o que será do plantio nos próximos meses”, disse. Silva explica que não há previsão de recuperação nem mesmo para o ano que vem. 

Com a seca, a pecuária de corte e de leite também enfrentam grandes desafios. Pecuaristas da região afirmam que os animais estão morrendo devido à falta de alimento. Em Cachoeiro de Itapemirim e municípios vizinhos, estima-se que 250 animais morreram por causa da  fome. 

O secretário de Agricultura de Itapemirim, Romulo Sobrosa, aponta que, com a perda da arroba bovina, medida que calcula o peso do animal, e com a morte de parte do gado, o setor deixa de ganhar por mês cerca de R$ 8 milhões.  Segundo ele, driblar o cenário vai levar tempo. 

Como consequência do quadro geral, o preço dos alimentos deve refletir a crise, especialmente nos setores que se relacionam com o agronegócio. Rubens Moreira, presidente da Cooperativa de Laticínios Selita, comentou que o leite, que já apresentava alta, deve se manter 24% inflacionado, com expectativa de aumento, se persistir o cenário.

Após decretarem estado de emergência, máquinas têm sido utilizadas para socorrer os animais e limpar poços. Segundo autoridades locais, há a previsão de que estejam disponíveis nos próximos dias subsídios e insumos, parte da estratégia de recuperação, a fim de evitar mais perdas.


Saiba mais:

Sem risco de faltar água

Há cinco meses sem chuva, regiões Norte e Sul do Estado enfrentam estiagem prolongada. 

Sem o fluxo pluvial esperado, lavouras, campos e áreas de plantios secaram. 

Além dos prejuízos à flora, animais morreram devido à falta de alimento.

Com danos milionários à economia, estima-se que, mesmo em 2023, os setores ainda devem manter o déficit financeiro.

Segundo o Incaper, chuvas são esperadas ao longo do último trimestre do ano e devem começar na primeira semana de outubro.

A Agência Estadual de Recursos Hídricos informou que não há previsão de falta d’água para as regiões Norte e Sul do Estado.

Como consequência do período de estiagem, alimentos que pertencem à cadeia láctea devem manter a margem inflacionária de 24%, com risco de aumento, se persistir a crise agrária.

Pecuaristas e agricultores das zonas rurais do Estado apontam que este é o pior cenário dos últimos anos.

Sem expectativa de recuperação para este ano, o PIB do Espírito Santo deve refletir os efeitos da seca, com mais  de R$ 28 milhões de prejuízo. 

Fonte: Órgãos públicos e  fontes citadas.

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