Samarco quer investir mais de US$ 1 bilhão para retomar capacidade total até 2028
Informação foi divulgada por executivos da empresa em entrevista à Bloomberg News
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A Samarco planeja investir mais de US$ 1 bilhão (R$ 6 bilhões) para retomar sua capacidade total de operações de minério de ferro até janeiro de 2028. A data marcará mais de 12 anos desde a paralisação das atividades devido ao rompimento da barragem de rejeitos do Fundão, em Mariana, Minas Gerais.
A informação foi divulgada por executivos da empresa, incluindo o presidente da Samarco, Rodrigo Vilela, em entrevista à Bloomberg News. O orçamento exato será confirmado no próximo ano. Segundo Durval Vieira de Freitas, CEO da DVF Consultoria, os recursos serão aplicados na retomada das Usinas de Pelotização 1 e 2, em Ubu, Anchieta (ES), e no Complexo de Mariana (MG).
“Os investimentos previstos pela Samarco são para a retomada plena da mineradora. Um terço desse valor será destinado ao Complexo de Ubu, mas também haverá gastos no Complexo de Mariana, no exterior e com equipamentos e tecnologia”, afirmou Durval Vieira.
A assessoria de imprensa da Samarco não confirmou oficialmente os detalhes, mas anunciou que a empresa dobrou sua capacidade produtiva instalada com a reativação do Concentrador 2 e a instalação de uma nova planta de filtragem de rejeitos no Complexo de Germano (MG). Na última segunda-feira (16), a mineradora concluiu mais uma etapa do plano de retomada gradual, estimando atingir a produção de 15 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério em 2025. Esse volume representa o dobro da produção registrada no início da retomada, em 2020.
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Para essa nova fase, a Samarco reativou mais uma usina de pelotização no Complexo de Ubu, em agosto deste ano. A empresa também investiu R$ 1,6 bilhão em novas tecnologias, priorizando segurança e sustentabilidade.
“O ano de 2024 marca a consolidação de nossa estratégia de retomada operacional e a sustentabilidade de nosso negócio. A ampliação da capacidade produtiva reposiciona a Samarco entre os principais players do mercado transoceânico de pelotas de minério de ferro”, destacou Rodrigo Vilela.
Próximos passos da retomada
A Samarco pretende atingir 100% da capacidade produtiva instalada até 2028. Os planos incluem o retorno das operações do Concentrador 1, no Complexo de Germano, a reativação das Usinas de Pelotização 1 e 2, em Ubu, e a construção de uma nova planta de filtragem em Minas Gerais.
Atualização Tecnológica
A Usina de Pelotização 3 (P3) recebeu atualizações tecnológicas e opera com excedentes da Usina de Pelotização 4, ativa desde dezembro de 2020, otimizando processos. O Concentrador 2 também passou por melhorias tecnológicas e estruturais, aumentando a capacidade de filtragem e produção de minério, em conformidade com normas de segurança, saúde e meio ambiente.
Além disso, o Complexo de Germano agora conta com uma nova planta de filtragem de rejeitos, que permite o empilhamento a seco, garantindo maior segurança e possibilitando o reaproveitamento da água extraída no processo, reforçando práticas de sustentabilidade.
Gestão e Pessoas
A Samarco destacou o papel das lideranças e equipes no sucesso do plano de retomada. Foram criados programas de recrutamento, gestão e treinamento, além de cursos técnicos e profissionalizantes para o desenvolvimento das comunidades onde a empresa atua.
Atingir 60% da capacidade instalada envolveu a mobilização de cerca de 3 mil pessoas, entre trabalhadores próprios e terceirizados, priorizando grupos minorizados e moradores das regiões onde a mineradora opera. Atualmente, a Samarco emprega mais de 15 mil profissionais.
“Chegamos a essa nova etapa com indicadores de segurança alinhados aos padrões internacionais, reforçando nosso compromisso com as pessoas. Também avançamos com inovação e sustentabilidade, buscando maior eficiência nas plantas de beneficiamento para reduzir a geração de rejeitos”, declarou Reuber Koury, diretor Técnico e de Projetos.
Sustentabilidade
A Samarco também tem investido em inovação e sustentabilidade. Projetos incluem a ampliação do uso de rejeitos arenosos na fabricação de concreto e o aproveitamento de ultrafinos em pavimentações ecológicas. Em 2024, mais de 3 milhões de toneladas de rejeito arenoso foram reaproveitadas nas obras de descaracterização da Barragem de Germano.
Essas iniciativas reforçam o compromisso da empresa com a economia circular e o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Outro destaque é o projeto pioneiro para uso de bio-óleo nas usinas de pelotização no Espírito Santo, substituindo gradualmente o gás natural e contribuindo para a descarbonização do setor de mineração.
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