Robôs fraudaram assinaturas de aposentados, revela presidente
Além de assinaturas feitas por robôs, a organização detectou documentos e gravações falsas nas respostas
As investigações sobre fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) detectaram assinaturas falsas feitas por robôs, segundo afirmou o presidente do Instituto, Gilberto Waller Júnior.
Waller afirmou que o INSS montou uma auditoria com as respostas das instituições às contestações de beneficiários — procedimento obrigatório para garantia do reembolso.
“É para detectarmos fraudes dentro da fraude”, explica. “Estamos tentando, cada vez mais, responsabilizar quem gerou esse dano”, defendeu.
Além de assinaturas feitas por robôs, a organização detectou documentos e gravações falsas nas respostas.
A autoridade afirma que a auditoria serve para embasar dois tipos de procedimentos: buscar o patrimônio dos fraudadores e reparar os aposentados e pensionistas pelo dano feito.
Apontado como criador do robô usado para fraudar dados e autorizar descontos indevidos em nome de entidades falsas, um programador de 28 anos prestou depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS no Congresso, mas ficou em silêncio, amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
A decisão do STF causou forte reação entre parlamentares, já que o jovem seria peça-chave de uma rede de entidades fictícias — sindicatos, confederações e associações — que criavam autorizações falsas para descontos em folha.
Telemarketing
O dono de uma das empresas contratadas para fazer o serviço de atendimento por telemarketing a aposentados e pensionistas INSS acompanhou a licitação de dentro do Ministério da Previdência Social, pasta à qual a autarquia é ligada, e teve agenda com o então número dois do ministério, Wolney Queiroz, hoje ministro.
Contratada por R$ 117,7 milhões, a empresa venceu um dos dois lotes da concorrência aberta em junho de 2023. O contrato consiste na operação da Central de Atendimento 135 para 13 estados, a partir de Caruaru (PE), e tem vigência até janeiro de 2027.
Em nota, a pasta informou que a licitação era imune a influências externas e foi encerrada com deságio de 20,23% sobre o custo estimado. Mas destacou que o ministro determinou a instauração de processo para “apuração da eventual presença” do dono da empresa em outras agendas dentro do ministério.
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